O que é coito programado? Entenda como ele funciona
Mulher observa seu calendário menstrual com o período fértil marcado com corações, um passo essencial para entender o que é coito programado e aumentar as chances de concepção.

O que é coito programado? Entenda como ele funciona

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Compreender o que é coito programado é o primeiro passo para muitos casais que sonham em formar uma família. Em resumo, trata-se de uma técnica de reprodução assistida de baixa complexidade que consiste em acompanhar o ciclo menstrual da mulher, com o objetivo de identificar o momento mais fértil para a relação sexual, aumentando, assim, as chances de uma gravidez.

Para mulheres com menos de 38 anos que buscam engravidar há menos de 12 meses, o coito programado, especialmente com o uso de testes de ovulação para identificar o período fértil, demonstrou aumentar as chances de gravidez e de nascimentos bem-sucedidos.

Esse método é considerado um dos mais simples e menos invasivos e une o acompanhamento médico especializado com a rotina do casal, oferecendo um suporte científico para otimizar um processo natural. É uma jornada que começa com informação, cuidado e muita esperança.

Como o coito programado funciona na prática?

O tratamento é cuidadosamente planejado em etapas, sempre com o acompanhamento de um médico especialista em reprodução humana. O objetivo é garantir que os óvulos se desenvolvam adequadamente e que a relação sexual ocorra no pico da fertilidade. Veja os principais passos a seguir!

1ª etapa: indução da ovulação

O processo geralmente se inicia nos primeiros dias do ciclo menstrual. A paciente passa a usar medicamentos, na maioria das vezes por via oral, que estimulam os ovários a produzir e amadurecer os folículos (estruturas que abrigam os óvulos).

Para mulheres que sofrem com a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), a combinação de medicamentos indutores de ovulação, como o letrozol, com o coito programado pode aumentar as chances de gravidez e de nascimentos bem-sucedidos. Essa abordagem personalizada oferece um suporte valioso para esses casos.

De acordo com a Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida, “o principal objetivo de um tratamento humanizado e individualizado é aumentar as chances de uma gravidez segura e saudável para quem procura pela reprodução assistida.”

2ª etapa: monitoramento do crescimento dos folículos

A partir de uma data específica, o médico realiza exames de ultrassonografia transvaginal a cada dois ou três dias. Esse acompanhamento permite visualizar o crescimento dos folículos e a espessura do endométrio (o tecido que reveste o útero e que receberá o embrião).

O monitoramento, realizado com o auxílio do ultrassom, é fundamental para determinar o dia exato da ovulação, por isso, é considerado um fator-chave. Ele contribui de forma significativa para o aumento das chances de gravidez, especialmente nos primeiros três ciclos de tratamento.

Quando um ou mais folículos atingem o tamanho ideal, geralmente acima de 18mm, pode ser administrado um outro hormônio (hCG) para induzir o rompimento do folículo e a liberação do óvulo. A ovulação tende a ocorrer cerca de 36 horas após essa aplicação.

3ª etapa: relação sexual programada

Com a data e a hora da ovulação previstas com precisão, o médico orienta o casal sobre o melhor período para manter relações sexuais. Geralmente, as relações são indicadas entre 12 e 36 horas após a aplicação do hormônio, maximizando as chances de os espermatozoides encontrarem o óvulo.

Além da precisão do tempo, a frequência das relações sexuais durante o período fértil também é um fator importante. Estudos mostram que ter relações mais frequentes e bem programadas pode aumentar ainda mais a probabilidade de uma gravidez natural acontecer.

Para quem o coito programado é indicado?

O coito programado é frequentemente recomendado como uma das primeiras abordagens no tratamento da infertilidade. É uma excelente opção para casos considerados mais simples, como:

  • Mulheres jovens: geralmente abaixo dos 35 anos, com boa reserva ovariana.
  • Dificuldade de ovulação: pacientes com ciclos menstruais irregulares ou anovulação (ausência de ovulação), como nos casos de Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP).
  • Infertilidade Sem Causa Aparente (ISCA): quando os exames iniciais do casal não apontam uma causa clara para a dificuldade de engravidar.

Para casais que buscam a gravidez e a mulher tem menos de 38 anos, com tentativas de concepção por menos de 12 meses, o coito programado é uma opção promissora que pode aumentar significativamente as chances de sucesso.

Contudo, é importante lembrar que este tratamento exige que a mulher tenha as trompas uterinas saudáveis e permeáveis, e que o homem apresente um espermograma com resultados dentro da normalidade.

Quais são as taxas de sucesso do coito programado?

As chances de sucesso do coito programado podem variar de acordo com diversos fatores, como a idade da mulher, a causa da infertilidade e a resposta individual ao estímulo ovariano. É um caminho de persistência e cuidado.

No entanto, vale destacar que, para mulheres com menos de 38 anos que estão tentando engravidar há menos de um ano, o coito programado pode aumentar as chances de uma gravidez bem-sucedida e de um nascimento saudável.

Estima-se que as taxas de gravidez por ciclo de tratamento sejam semelhantes à de um casal fértil da mesma idade, em média 15 a 20% por tentativas até os 35 anos, por exemplo, diminuindo progressivamente com o aumento da idade. A indicação médica, geralmente, é de realizar de três a quatro ciclos de tratamento.

A Dra. Claudia Gomes Padilla afirma que “são tratamentos que podem requerer tentativas. Claro que queremos ter o melhor resultado já na primeira tentativa e o mais rápido possível, mas às vezes é preciso insistir um pouco mais. E se a paciente tem uma boa experiência, ela vai conseguir persistir mais e ter maior chance de sucesso.”

Além disso, é importante ter em mente que o coito programado monitorado por ultrassom pode trazer um aumento significativo nas chances de gravidez nos primeiros três ciclos de tratamento. No entanto, após o quinto ciclo, não se observa um aumento relevante nessas chances.

Qual a diferença entre coito programado, inseminação artificial e FIV?

É comum que surjam dúvidas sobre os diferentes tratamentos de reprodução assistida. Por isso, compreender a particularidade de cada um é fundamental para tomar decisões informadas junto ao seu médico.

Coito programado

Como vimos, é um método de baixa complexidade. A fecundação (encontro do óvulo com o espermatozoide) ocorre de forma natural, dentro do corpo da mulher, nas trompas, após uma relação sexual no período fértil otimizado.

Inseminação artificial (ou intrauterina)

Também de baixa complexidade, a inseminação artificial (IA) se assemelha ao coito programado na etapa de estimulação ovariana. A principal diferença é que, no período fértil, o sêmen é coletado, preparado em laboratório e inserido diretamente na cavidade uterina, encurtando o caminho dos espermatozoides até o óvulo.

Fertilização in Vitro (FIV)

A FIV é um tratamento de alta complexidade em que a fecundação ocorre em laboratório. Os óvulos são coletados por meio de um procedimento e unidos aos espermatozoides. Os embriões formados são cultivados e, posteriormente, transferidos para o útero da paciente.

Assista ao vídeo a seguir e entenda as diferenças entre FIV e inseminação artificial:

Diferença entre FIV e inseminação artificial | Huntington

Qual é o primeiro passo para iniciar o tratamento?

O caminho para a realização do sonho de ter um filho começa com informação de qualidade e acolhimento. O primeiro e mais importante passo é agendar uma consulta com um médico especialista em reprodução humana. Assim, ele poderá avaliar o seu caso de forma individualizada e segura.

Nessa conversa, o profissional irá solicitar os exames necessários, ouvir sua história e, juntos, vocês poderão definir se o coito programado é a melhor estratégia ou se outros caminhos podem ser mais promissores.

De acordo com a Dra. Claudia Gomes Padilla, “a reprodução assistida é uma área maravilhosa porque nós temos a possibilidade de mudar a vida de um casal, de uma família. É para sanar essa dor das famílias que nós trabalhamos todos os dias.”

Na Huntington, estamos prontos para acolher você e sua família, oferecendo o que há de mais avançado na medicina reprodutiva, com o cuidado e a dedicação que esse momento merece. Queremos fazer parte da sua história!

REFERÊNCIAS

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BUI, B. N. et al. Endometrial injury for pregnancy following sexual intercourse or intrauterine insemination. The Cochrane Database of Systematic Reviews, [s.l.], Mar. 2021. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD011424.pub3.

FRANIK, S. et al. Aromatase inhibitors (letrozole) for subfertile women with polycystic ovary syndrome. The Cochrane Database of Systematic Reviews, maio 2018. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD010287.pub3.

GIBBONS, T. et al. Timed intercourse for couples trying to conceive. The Cochrane Database of Systematic Reviews, set. 2023. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD011345.pub3.

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