Quando um casal decide que chegou a hora de ter um bebê, surgem as preocupações após algumas tentativas sem sucesso. Junto aos questionamentos e frustrações, vem também a ideia de realizar um tratamento de fertilidade que possa auxiliar na concretização desse desejo.
Esse é um momento que requer paciência e cautela, pois a pessoa ou casal interessado deve passar por várias etapas antes de qualquer procedimento. Entre pesquisas, exames e consultas com médicos especialistas em reprodução humana assistida, os pacientes podem encontrar o que tanto desejam.
Ao cogitar passar por um processo assim, a primeira coisa a se ter ciência é que existem diversos métodos e técnicas. Cada um deles é indicado em um caso específico e, justamente por isso, a decisão final não será apenas do casal, mas em conjunto com o médico especialista .
Diante disso, elaboramos este guia para que você conheça um pouco mais sobre as principais técnicas de reprodução assistida e quais são suas indicações. Acompanhe-nos!
Fertilização in Vitro
Também conhecida como FIV, esse é o método mais eficaz quando se trata de medicina reprodutiva. A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) indica que a taxa de sucesso da fertilização in vitro pode chegar a 60% por tentativa.
É um procedimento que requer alta tecnologia, cujas etapas são realizadas em ambiente laboratorial, incluindo a fecundação.
A técnica consiste, primeiramente, na indução da ovulação seguida da coleta dos óvulos. No mesmo dia da punção ovariana para obtenção dos óvulos, os espermatozoides também são preparados, de forma que o sêmen do próprio parceiro ou do banco de doação passa por uma análise.
Com o intuito de elevar as chances de gravidez, são selecionados os óvulos e os espermatozoides que apresentam melhor qualidade. A fecundação ocorre em um laboratório de fertilização, onde também haverá o cultivo embrionário.
Por fim, a transferência embrionária é realizada por meio de um fino cateter inserido no útero e guiado por ultrassom.
O tratamento pode ser indicado para casos em que não houve resultado positivo em outro método de reprodução assistida; baixa reserva ovariana geralmente associada a idade superior a 35 anos; mulheres que apresentam alteração nas trompas ou endometriose; homens que apresentam alterações mais graves dos espermatozóides, casos de abortos de repetição, antecedentes de doenças genéticas do paciente ou da familia, casais homoafetivos e produção independente.
Inseminação artificial
Uma alternativa de menor complexidade é a inseminação artificial. Esse tratamento de fertilidade tem como fundamento a inserção de espermatozoides diretamente no útero. Isso faz com que as chances de fecundação sejam ampliadas, uma vez que o trajeto para alcançar os óvulos é reduzido.
Além da amostra de sêmen passar por um preparo em laboratório, outro fator que expande a possibilidade de sucesso é a estimulação ovariana. Assim como na FIV, a paciente passa por esse processo de tratamento hormonal que dura cerca de 10 a 12 dias e é acompanhado através de exames de ultrassonografia.
Os espermatozoides serão, então, depositados no interior do útero quando a paciente estiver ovulando em um procedimento semelhante ao exame ginecológico de rotina.
O método é recomendado para casais com dificuldade para engravidar devido a fatores desconhecidos; homens com alteração leve ou moderada no espermograma; mulheres que apresentam ovulação irregular como síndrome dos ovários policísticos ou alteração no colo do útero.
Tanto a inseminação quanto a FIV podem ser indicadas também para casais homoafetivos e mulheres que optam pela produção independente.
Congelamento de óvulos
O congelamento de óvulos é uma opção para mulheres que desejam preservar a fertilidade. Isto é, caso a gestação seja um plano futuro, as células reprodutoras congeladas têm sua qualidade conservada e podem cumprir esse papel quando chegar o momento aumentando as chances de uma gravidez mesmo em idade mais avançada.
Ao longo dos anos, a quantidade e a qualidade dos óvulos diminuem gradativamente, o que resulta na maior dificuldade de uma gravidez natural . Além da queda natural na reserva ovariana que ocorre com o passar dos anos, fatores externos, como tabagismo, uso de drogas, anabolizantes e poluição também afetam negativamente a quantidade e qualidade dos óvulos.
Esse tratamento de fertilidade é ideal para mulheres que desejam gestar no futuro; ou situações de risco para menopausa precoce como pacientes oncológicas (que passam por quimio ou radioterapia); e mulheres que precisam remover os ovários.
3 tratamentos de fertilidade diferentes e suas indicações
Citamos anteriormente as principais técnicas de reprodução assistida, agora, vamos apresentar mais algumas opções.
1. Coito Programado
Trata-se de um método que aumenta as chances de uma gravidez natural e consiste no acompanhamento do crescimento dos folículos ovarianos através de ultrassonografias. Isso permite que o médico oriente o casal a ter relações sexuais no período em que há a ovulação e maiores chances de fecundação. Para o sucesso dessa técnica é importante haver função normal das trompas e boa qualidade e quantidade dos espermatozóides.
Nesse tratamento de fertilidade, ocorre o procedimento de estimulação ovariana por meio de medicações indicadas pelo especialista;
2. Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI)
Esta técnica é indicada em tratamentos de FIV indicada por infertilidade masculina grave.
Na ICSI, um espermatozoide, selecionado por análise microscópica, é injetado no interior do óvulo através de uma agulha de alta precisão.
3. Tratamentos Cirúrgicos
Alguns procedimentos cirúrgicos também podem ser oferecidos a fim de reverter a infertilidade. A videolaparoscopia ginecológica permite tratar casos de mioma uterino, cisto ovariano, endometriose, alterações das trompas uterinas e outros fatores.
Outro procedimento que visa corrigir alterações no sistema reprodutor é a histeroscopia. O tratamento cirúrgico também pode ser indicado para a reversão de vasectomia e laqueadura.
Quais são as considerações antes, durante e depois dos tratamentos de fertilidade?
Em primeiro lugar, recomenda-se que casais em que a mulher tenha até 35 anos procurem por um tratamento de fertilidade após 1 ano de tentativa de gestação espontânea sem uso de contraceptivos. Acima dessa idade, o tempo de tentativas deve cair para 6 meses antes de procurar ajuda devido a maior probabilidade de problemas relacionados à queda natural da reserva ovariana.
Caso não haja sucesso, a busca pela técnica ideal começa na detecção dos fatores causadores da infertilidade. Ao identificar tais condições, o casal será instruído pelo médico a respeito do tratamento mais adequado para o seu caso.
É válido recordar que toda a jornada deve ser acompanhada pela equipe médica especializada contando com tratamento individualizado e acolhedor além da melhor tecnologia disponível. Tendo conhecimento acerca dessas questões, fica mais fácil optar pela realização de um tratamento de fertilidade. E nós temos mais informações para você! Saiba aqui quais são os principais custos da Fertilização in Vitro.