Como congelar óvulos? Entenda o passo a passo do processo
Mãos de uma profissional com luvas rosas manuseando um pequeno objeto em laboratório, exemplificando a meticulosidade necessária no processo de como congelar óvulos.

Como congelar óvulos? Entenda o passo a passo e o que esperar do processo

Compartilhe este post

Explore este post com IA:ChatGPT Perplexity Claude Grok (X)

Entender como congelar óvulos é um passo fundamental para muitas mulheres que desejam ter mais autonomia sobre seu futuro reprodutivo. Trata-se de um procedimento seguro e cada vez mais comum, que oferece a possibilidade de planejar a maternidade com mais tranquilidade, alinhando sonhos pessoais e profissionais sem abrir mão da chance de gerar uma vida.

O congelamento de óvulos é uma estratégia valiosa para mulheres que desejam adiar a maternidade ou estão em risco de infertilidade, pois preserva a fertilidade e ajuda a prevenir o declínio natural da idade, principalmente após os 36 anos.

Conforme explica o Dr. Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida, “optar pelo procedimento ‘paralisa’ o relógio biológico e proporciona que a mulher tenha as mesmas chances atuais de engravidar no futuro.”

O que é o congelamento de óvulos?

O congelamento de óvulos, tecnicamente chamado de criopreservação de oócitos, é um procedimento da medicina reprodutiva que permite guardar os gametas femininos para uso futuro.

Por meio de uma técnica avançada chamada vitrificação, os óvulos são congelados em nitrogênio líquido a uma temperatura de -196°C, o que paralisa suas atividades biológicas e preserva a qualidade no momento da coleta.

Para quem o congelamento de óvulos é indicado?

A decisão de congelar óvulos é muito pessoal, mas geralmente é recomendada para mulheres que desejam ou precisam adiar a gestação. As principais indicações são:

  • Preservação social da fertilidade: mulheres que não têm o desejo de engravidar no momento, mas querem assegurar a possibilidade no futuro, seja por foco na carreira, estudos ou por não terem encontrado um parceiro;
  • Preservação por razões médicas: pacientes que passarão por tratamentos oncológicos (quimioterapia ou radioterapia) que podem afetar a fertilidade ou que possuem doenças como endometriose e doenças autoimunes;
  • Mulheres com baixa reserva ovariana: quando há um diagnóstico de que a quantidade de óvulos está diminuindo mais rápido que o esperado para a idade;
  • Antes de cirurgias ovarianas: procedimentos que podem comprometer a quantidade de óvulos sadios.

Qual é a melhor idade para congelar óvulos?

A qualidade e a quantidade dos óvulos diminuem naturalmente com o passar do tempo, especialmente após os 35 anos. Por isso, especialistas recomendam não adiar o congelamento, visto que óvulos coletados em idades mais avançadas podem ter uma chance menor de resultar em gravidez bem-sucedida e um risco um pouco maior de anomalias cromossômicas.

De acordo com o Dr. Maurício Chehin, especialista em reprodução assistida, “embora as pacientes possam congelar óvulos a qualquer idade, até os 35 anos sabemos que a qualidade, em teoria, ainda é muito boa e, portanto, é uma faixa etária em que o tratamento costuma funcionar muito bem. Quanto maior o número de óvulos, maior a chance de dar certo depois. E quanto menor a idade, melhor é a qualidade dos óvulos.”

Ou seja, realizar o congelamento mais cedo aumenta as chances de obter um número maior de óvulos de alta qualidade, o que pode refletir em melhores taxas de sucesso no futuro. Congelar óvulos em idades mais jovens também tende a demandar menos ciclos de tratamento e resulta em taxas mais elevadas de nascidos vivos.

O Dr. Maurício complementa, afirmando que toda mulher precisa entender sua fertilidade perto dos 30 anos para se programar:

“Se não tiver ideia se deseja ter filhos ou tiver a certeza de que isso não ocorrerá em curto prazo, quanto antes congelar, melhor. Assim, geralmente, usa-se menos medicação e é menor a probabilidade de precisar de mais de uma indução para obter o número desejado de óvulos. Mas, certamente, o principal a enfatizar é que a qualidade tende a ser melhor”, explica a especialista.

No entanto, cada caso é único e a avaliação individualizada com um especialista em reprodução humana é essencial para entender as possibilidades e tomar a melhor decisão para o seu planejamento familiar.

#TrintouCongelou no Pod Delas

Passo a passo para o congelamento de óvulos

O processo de congelamento de óvulos é cuidadosamente planejado e dura cerca de 10 a 15 dias. Ele é dividido em etapas bem definidas para garantir a segurança e a eficácia do procedimento.

1. Consulta inicial e avaliação da reserva ovariana

O primeiro passo é uma consulta com um médico especialista. Nela, serão solicitados exames de sangue para avaliar os níveis hormonais e uma ultrassonografia transvaginal para contagem dos folículos antrais, estruturas que abrigam os óvulos. Esses exames ajudam a estimar a reserva ovariana da mulher e a personalizar o tratamento.

2. Estimulação ovariana

Nesta fase, a mulher utiliza medicamentos hormonais, geralmente por meio de injeções subcutâneas, por um período de cerca de 10 a 12 dias. O objetivo é estimular os ovários a produzirem e amadurecerem um número maior de óvulos em um único ciclo menstrual, ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente.

3. Acompanhamento do crescimento dos folículos

Durante a estimulação, são realizadas de três a quatro ultrassonografias para monitorar o crescimento dos folículos. Quando eles atingem o tamanho ideal, aplica-se uma última medicação para induzir o amadurecimento final dos óvulos.

4. Coleta ou punção dos óvulos

A coleta é um procedimento simples e rápido, que dura entre 15 e 20 minutos, realizado em ambiente cirúrgico, com a paciente sob sedação para garantir total conforto. O médico utiliza uma agulha fina, guiada por ultrassom transvaginal, para aspirar o líquido dos folículos e coletar os óvulos.

5. Vitrificação (congelamento)

Após a coleta, os óvulos maduros são levados ao laboratório e preparados para a vitrificação. Nesta técnica de congelamento ultrarrápido, a água dentro das células é substituída por substâncias protetoras, evitando a formação de cristais de gelo e garantindo uma alta taxa de sobrevivência dos óvulos após o descongelamento.

O procedimento de coleta de óvulos é doloroso?

Não. Como a coleta é feita sob sedação, a paciente não sente dor durante o procedimento.

Contudo, após o efeito da sedação passar, é possível sentir um leve desconforto abdominal ou cólicas, semelhantes às de uma menstruação, que geralmente são aliviadas com analgésicos comuns e repouso no dia do procedimento.

Quais são os possíveis efeitos colaterais?

Os efeitos colaterais mais comuns são leves e passageiros, como inchaço abdominal, sensibilidade nas mamas e alterações de humor. Uma complicação rara é a Síndrome de Hiperestímulo Ovariano (SHO), mas o risco é mínimo quando há acompanhamento médico rigoroso e protocolos personalizados.

E depois do congelamento, o que acontece?

Depois da coleta, os óvulos vitrificados ficam armazenados em tanques de nitrogênio líquido em clínicas especializadas, como a Huntington, por tempo indeterminado, mantendo a qualidade original.

Quando a mulher decide engravidar, os óvulos são descongelados, fertilizados em laboratório com os espermatozoides do parceiro ou de um doador, por meio da técnica de Fertilização In Vitro (FIV), para então gerar os embriões que serão transferidos ao útero.

Como a Huntington pode ajudar você nessa jornada?

Na Huntington, entendemos que a decisão de congelar óvulos envolve sonhos e um planejamento de vida. Por isso, oferecemos um atendimento humano e individualizado, aliando tecnologia de ponta e uma equipe médica experiente para guiar você em cada etapa com segurança e acolhimento.

Nosso compromisso é ajudar você a transformar seus sonhos em vida. Portanto, se você deseja saber mais sobre o congelamento de óvulos e entender como podemos personalizar esse cuidado para você, agende uma consulta com um de nossos especialistas!

REFERÊNCIAS

BALANCING CHOICE AND SOCIOECONOMIC REALITIES: analyzing behavioral and economic factors in social oocyte cryopreservation decisions. Frontiers in Endocrinology, dez. 2024. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2024.1467213.

MARTEL, R. A.; BLAKEMORE, J. K.; FINO, M. E. The use of oocyte cryopreservation for fertility preservation in patients with sex chromosome disorders: a case series describing outcomes. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1007/s10815-022-02469-1.

THARASANIT, T.; THUWANUT, P. Oocyte cryopreservation in domestic animals and humans: principles, techniques and updated outcomes. Animals : an Open Access Journal from MDPI, p. 2, out. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/ani11102949.

WALKER, Z.; LANES, A.; GINSBURG, E. Oocyte cryopreservation review: outcomes of medical oocyte cryopreservation and planned oocyte cryopreservation. Reproductive Biology and Endocrinology : RB&E, jan. 2022. DOI: https://doi.org/10.1186/s12958-021-00884-0.

YURCHUK, T. et al. New approach to the cryopreservation of gv oocytes and cumulus cells through the lens of preserving the intercellular gap junctions based on the bovine model. International Journal of Molecular Sciences, maio 2024. DOI: https://doi.org/10.3390/ijms25116074.

Autores

Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies.