FIV com óvulos doados: um caminho de esperança para a maternidade

A FIV com óvulos doados, também conhecida como ovodoação, é um caminho de esperança e uma alternativa repleta de possibilidades para realizar o sonho de ter um filho.

Esse tratamento de reprodução assistida de alta complexidade une a tecnologia da Fertilização In Vitro (FIV) ao gesto solidário da doação de óvulos. Dessa forma, permite que mulheres com dificuldades para engravidar com seus próprios gametas possam vivenciar a gestação e o parto.

O procedimento com óvulos doados é considerado uma alternativa eficaz para muitas mulheres, especialmente aquelas com baixa reserva ovariana, óvulos de má qualidade ou risco de transmitir doenças genéticas.

Por meio da doação de óvulos, até mulheres sem atividade ovariana podem ter a chance de engravidar e realizar o sonho da maternidade. Neste artigo, entenda detalhadamente como funciona!

O que é a FIV com óvulos doados?

A FIV com óvulos doados é um tratamento no qual os óvulos de uma doadora anônima são fertilizados em laboratório com os espermatozoides do parceiro da receptora ou de um doador. O embrião resultante é, então, transferido para o útero da mulher que irá gestar o bebê, a receptora.

É um procedimento regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil, que garante o anonimato tanto da doadora quanto da família receptora. O processo é baseado na solidariedade e não tem caráter comercial.

De acordo com a Dra. Ana Paula Aquino, especialista em reprodução assistida, “[…] não é permitida nenhuma transação comercial envolvendo o ato no Brasil. Ele deve ser realizado de forma espontânea e sem fins lucrativos.”

Para quem o tratamento é indicado?

A jornada para a maternidade é única, e a recomendação de um tratamento é sempre individualizada. Geralmente, a FIV com óvulos doados é uma opção considerada em situações específicas, após uma avaliação médica detalhada.

Geralmente, as principais indicações incluem:

• Baixa reserva ovariana: mulheres que, seja pela idade avançada ou por outras condições, têm uma quantidade reduzida de óvulos;
• Falência ovariana prematura: condição em que os ovários deixam de funcionar antes dos 40 anos;
• Doenças genéticas: quando a mulher é portadora de alguma alteração genética que pode ser transmitida aos descendentes;
• Falhas repetidas em tratamentos de FIV: casos em que múltiplas tentativas de FIV com óvulos próprios não resultaram em gravidez, muitas vezes por baixa qualidade dos óvulos;
• Ausência de ovários: seja por remoção cirúrgica ou por condições congênitas.

Como funciona o passo a passo do tratamento?

O processo da FIV com óvulos doados é cuidadosamente planejado para sincronizar a preparação do corpo da receptora com o desenvolvimento do embrião. Embora cada caso seja único, as etapas principais são:

1. Avaliação e consulta inicial: o primeiro passo é uma conversa detalhada com um especialista para avaliar o histórico de saúde da mulher ou do casal e confirmar a indicação do tratamento.
2. Seleção da doadora: a clínica seleciona uma doadora compatível com base nas características físicas da receptora (como tipo sanguíneo, cor da pele, dos olhos e do cabelo), garantindo a maior semelhança possível.
3. Preparo do útero da receptora: a mulher que irá gestar utiliza medicamentos hormonais para preparar o endométrio, que é a camada interna do útero, para que ele fique receptivo a acolher o embrião.
4. Fertilização em laboratório: os óvulos da doadora são coletados e fecundados com a amostra de sêmen do parceiro ou de um banco de sêmen. Todo o processo é realizado em um laboratório especializado.
5. Desenvolvimento do embrião: os embriões formados são cultivados em laboratório por alguns dias, sob observação constante, até atingirem o estágio ideal para a transferência.
6. Transferência do embrião: o embrião de melhor qualidade é transferido para o útero da receptora. É um procedimento simples, rápido e geralmente indolor.
7. Teste de gravidez: cerca de 9 a 12 dias após a transferência, a mulher realiza um exame de sangue (beta-hCG) para confirmar se a gravidez foi estabelecida.

Como a doadora de óvulos é selecionada?

A proteção e a saúde de todos os envolvidos são prioridades absolutas. Por isso, a seleção de doadoras segue critérios rigorosos estabelecidos pelo CFM para garantir a qualidade dos óvulos e a segurança do processo. A doadora precisa:

• Ter idade adequada, geralmente entre 18 e 35 anos;
• Apresentar bom estado de saúde física e mental;
• Não possuir histórico de doenças genéticas ou infecciosas transmissíveis;
• Passar por uma avaliação médica e exames laboratoriais completos.

Além disso, vale destacar que a doação de óvulos no Brasil é sempre voluntária e anônima, e a escolha é realizada pela equipe clínica, buscando a maior compatibilidade fenotípica com a receptora.

Também é importante salientar que, para assegurar um processo ético e sustentável, as doadoras recebem reembolso pelas despesas diretas e são compensadas pelo tempo e dedicação. Isso garante que elas não sofram prejuízos financeiros, ao mesmo tempo em que a doação mantém seu caráter solidário e não comercial, conforme as normas.

A criança terá as características da mãe que gesta?

Essa é uma dúvida muito comum e importante. Geneticamente, o DNA da criança virá do óvulo da doadora e do espermatozoide utilizado na fertilização. No entanto, a ciência tem mostrado que a mãe que gesta desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do bebê através de um processo chamado epigenética.

Durante a gravidez, o ambiente uterino pode influenciar a forma como os genes do bebê se expressam.

“O útero não é só uma incubadora, um ‘forno’ no qual eu coloco o embrião, sem nenhuma interferência. O embrião gerado tem características diferentes do que se estivesse em outro útero, há interferências epigenéticas do organismo em que se desenvolve”, explica a Dra. Ana Paula Aquino.

Além disso, o vínculo mais profundo entre mãe e filho começa a ser construído desde a gestação, fortalecendo-se com o nascimento e a criação. Em outras palavras, a maternidade vai muito além da genética; ela é construída no afeto, no cuidado e no amor diário.

Para a tranquilidade dos futuros pais, estudos indicam que crianças nascidas por meio da doação de óvulos não mostram diferenças no ajuste psicológico quando comparadas àquelas concebidas de forma natural. Isso reforça que o amor, o ambiente familiar e os cuidados são os pilares mais importantes para o desenvolvimento saudável de um filho.

Quais são as taxas de sucesso?

As taxas de sucesso da FIV com óvulos doados tendem a ser mais altas em comparação com ciclos que utilizam óvulos de mulheres com idade mais avançada ou baixa reserva ovariana. Isso ocorre porque as doadoras são jovens e saudáveis, o que resulta em óvulos de melhor qualidade.

A Dra. Ana Paula Aquino explica que “o cálculo é realizado pela idade do óvulo, não pela idade da receptora”, o que reforça o alto índice de sucesso.

Podemos dizer que a eficácia desse tratamento é notável, inclusive para mulheres com condições desafiadoras como a endometriose. Nesses casos, a FIV com óvulos doados apresenta apenas uma diminuição mínima na taxa de nascidos vivos, demonstrando sua robustez e potencial para concretizar a gravidez.

No entanto, é fundamental lembrar que cada caso é único. Fatores como a qualidade do sêmen e a saúde do útero da receptora também influenciam o resultado. A melhor abordagem é conversar abertamente com seu médico para entender as chances de sucesso para a sua situação específica.

Como dar o próximo passo?

Entender a FIV com óvulos doados é o primeiro passo para avaliar se esse é o caminho certo para você e sua família. É uma jornada que une ciência e esperança, permitindo que o sonho da maternidade se torne realidade de uma forma bela e generosa.

Se você deseja saber mais e receber uma orientação personalizada, agende uma consulta com um de nossos especialistas. Estamos aqui para acolher sua história, tirar todas as suas dúvidas e ajudar você a fazer dos seus sonhos a sua vida.

Quer saber mais sobre a doação de óvulos? Então, assista ao vídeo a seguir para entender tudo sobre a ovodoação.