Impacto das doenças autoimunes na fertilidade e na gravidez
Impacto das doenças autoimunes na fertilidade e na gravidez: um guia completo do que você precisa saber

Impacto das doenças autoimunes na fertilidade e na gravidez: um guia completo do que você precisa saber

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O que são doenças autoimunes?

Segundo o Ministério da Saúde, a doença auto imune é aquela em que o sistema imunológico se volta contra o organismo. Ou seja, ao invés de atacar apenas ameaças externas e substâncias nocivas, passa a agredir a si mesmo, aos múltiplos e órgãos presentes no corpo.

Como as doenças autoimunes se manifestam?

De maneira geral, o equilíbrio imunológico envolve:

  • Primeiro, uma identificação correta de quais são as moléculas de fora do organismo, como aquelas derivadas de microrganismos, células tumorais e patogênicos, por exemplo.
  • Segundo, a capacidade de ter a chamada autotolerância ou tolerância imunológica. Ou seja, garantir uma ausência de resposta contra os diversos órgãos, tecidos e células do nosso próprio corpo.

Esse delicado equilíbrio é mantido pelas células B e T do sistema imunológico. Uma vez que essas células passam a apresentar distúrbios, as reações desses ataques indevidos – que podem ser contra essencialmente qualquer sistema orgânico – geram as doenças autoimunes.

Doenças autoimunes, fertilidade e gravidez. Imagem | Revista Cria, 2 ed., map Design e Digital + Estúdio Nono

O que pode causar uma doença autoimune?

As causas ainda são, na maioria das vezes, desconhecidas. Mesmo assim, diversos fatores são levantados como hipótese para o aumento do risco de que elas se manifestem:

  • Gênero: mulheres entre os 15 e 44 anos, têm maior suscetibilidade a doenças autoimunes.
  • Histórico familiar: quando há presença de doenças autoimunes em familiares, isso pode indicar uma  herança genética. No entanto, essa herança não é determinante, já que fatores externos também exercem forte influência.
  • Fatores ambientais: constante exposição à luz solar intensa, mercúrio, solventes químicos, pesticidas, fumaça de cigarro ou infecções, como por exemplo a Covid-19, pode gerar distúrbios autoimunes em pessoas predispostas.
  • Etnia: algumas doenças autoimunes apresentam maior prevalência em certos grupos étnicos. Por exemplo, o lúpus é mais comum entre pessoas afro-americanas, latinas e hispânicas. Enquanto isso, algumas doenças musculares autoimunes afetam mais indivíduos brancos da Europa e dos Estados Unidos.
  • Alimentação:  A dieta influencia diretamente o funcionamento do sistema imunológico. Por isso, obesidade, deficiências nutricionais ou consumo excessivo de alimentos ultraprocessados podem agravar processos inflamatórios e contribuir para o surgimento de doenças autoimunes.

Quais doenças autoimunes mais impactam na fertilidade e na gravidez

Existe uma enorme variedade de doenças autoimunes registradas. Há uma estimativa de entre 7,6 a 9,4% da população mundial seja afetada por algum tipo de doença autoimune. 

Somado aos impactos no estilo de vida do paciente, há algumas em específico mais propensas a impactar no desejo de gerar filhos. São elas:

  • Lúpus Eritematoso Sistêmico
  • A Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide
  • A Esclerose Múltipla
  • A Artrite Reumatoide
  • O Diabetes Mellitus Tipo 1
  • Tireoidite de Hashimoto.

Vamos entender um pouco melhor no que consistem seus sintomas e quais os seus impactos na fertilidade e na gravidez.

Lúpus eritematoso sistêmico (LES)

O lúpus ou lúpus eritematoso sistêmico (LES) é uma doença inflamatória que pode afetar diferentes partes do corpo. Por apresentar sintomas variados, muitas vezes é confundido com outras doenças, o que dificulta muito um diagnóstico rápido e preciso.

Quando o sistema imunológico para passa a atacar a si próprio, isso provoca inflamações em diversos órgãos. Em casos raros, ainda pode afetar o sistema nervoso central, o que leva a alterações comportamentais e pode gerar alucinações. Trata-se de uma doença crônica, sem cura, e inconstante. Ou seja, períodos de melhora e períodos em que o paciente está mais debilitado podem se alternar ao longo do tempo.

Embora suas causas ainda não sejam totalmente compreendidas, sabe-se que no lúpus, 90% dos casos ocorrem entre o sexo feminino, e a maioria entre 15 e 45 anos. Há indícios de predisposição genética, já que é comum o surgimento da doença em diferentes membros da mesma família.

Como o lúpus afeta a fertilidade e a gravidez?

Durante muito tempo, acreditou-se que o lúpus impedia as mulheres de engravidar. Embora exista risco de infertilidade, não se trata de uma regra, e esse entendimento já foi revisado há pelo menos 30 anos. No entanto, é preciso alguns cuidados, como programar a gravidez para um período de estabilidade da doença de no mínimo 6 meses.

Além disso, é preciso suspender alguns medicamentos durante a gestação. Antes, é preciso ter ciência quanto ao risco de diminuição da reserva ovariana e falência ovariana prematura, o que pode implicar na busca por médicos especialistas em reprodução assistida.

Há uma chance de aborto espontâneo, nascimento prematuro, pré-eclâmpsia e retardo de crescimento intrauterino (RCIU).

Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide

Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a Síndrome Antifosfolípide ou Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide (SAAF) constitui um distúrbio auto-imune na coagulação do sangue que causa trombose em artérias e veias. Outra consequência desta doença são possíveis complicações na gravidez.

Os anticorpos passam a atacar as proteínas do organismo, os chamados anticorpos anti-fosfolípides que podem ser identificados no sangue através de exames. Existem diferentes tipos de SAAF:

  • Primária: quando as manifestações não têm relação com outras doenças autoimunes. Ainda que de forma menos frequente, alguns pacientes podem desenvolver lúpus.
  • Secundária: quando há ocorrência concomitante a outras doenças autoimunes, como lúpus. 
  • Catastrófica: é o modo mais raro e grave da doença, e ocorre quando há a trombose se manifesta em diversos vasos pequenos, podendo evoluir para a disfunção de múltiplos órgãos.

Além da trombose, risco de patologias como abortos repetitivos, pré-eclâmpsia, restrição de crescimento intrauterino (RICU) e parto prematuro.

Esclerose Múltipla e fertilidade: avanços na medicina

A esclerose múltipla é causada por uma reação autoimune específica: o organismo ataca as bainhas de mielina, estruturas que envolvem e protegem as células nervosas. Essas estruturas são responsáveis pela transmissão dos impulsos entre os neurônios. Assim, com esse “revestimento” danificado, surgem sintomas como dormência, formigamento (parestesia), fraqueza, desequilíbrio, tremores involuntários e dificuldade para caminhar. 

A doença costuma se manifestar por volta dos 35 anos, e 70% dos casos ocorrem em mulheres. Em geral, além da predisposição genética, baixos níveis de vitamina D, tabagismo e infecção por alguns vírus podem contribuir para o aparecimento da doença. De maneira mais grave, o acúmulo de lesões no sistema nervoso central pode comprometer funções como visão, audição, memória e coordenação motora ao longo dos anos.

Pacientes com esclerose múltipla podem engravidar, inclusive há registro de redução no índice de surtos durante a gestação. Quanto à fertilidade, não há consenso, embora alguns estudos apontem a diminuição da reserva ovariana. Até algumas décadas, a decisão de gerar um filho era desaconselhada, mas a medicina tem revisto esta posição. 

Apesar disso, alguns cuidados precisam ser tomados.

  • O neurologista precisa ser informado sobre o desejo de engravidar, para que possa adequar o tratamento.
  • O ideal é que a gestação ocorra em um momento em que a doença esteja controlada por pelo menos 12 meses.
  • É preciso avaliar a suspensão da medicação para que não haja risco para a criança.
  • Avaliar em que momento será retomada a medicação após o parto, entendendo que para a amamentação o uso ainda deve permanecer suspenso. O retorno pode variar entre os primeiros 3 a 6 meses.

Artrite Reumatoide: uma doença autoimune apenas de idosos?

Na artrite reumatoide, o sistema imunológico ataca as articulações, provocando inflamação crônica. Esse processo pode causar sintomas como dor, inchaço e rigidez nas áreas afetadas, dificultando a mobilidade ao longo do tempo.

Ainda não existe cura, mas é possível controlar os sintomas, preservar a função articular e evitar o avanço da doença com acompanhamento médico e tratamento adequado. Sem o tratamento adequado, a inflamação pode evoluir, levando à erosão dos ossos e à deformação das articulações.

Em geral, doenças reumáticas podem surgir em qualquer idade e em ambos os sexos, inclusive jovens em idade reprodutiva. Há uma crença de que doenças reumáticas são doenças associadas à velhice, mas a Sociedade Brasileira de Reumatologia aponta que a doença aparece em cerca de 1% da população. Qualquer pessoa está suscetível, desde crianças até idosos, porém ela é mais comum em mulheres por volta dos 50 anos. 

Ainda que esta doença não cause problemas diretos à gestação, é preciso programar e informar ao médico o desejo de ter filhos. Inclusive, há registros que a dor e o inchaço nas juntas diminuem durante a gravidez. O uso de todos os medicamentos precisa ser discutido com o reumatologista, assim como a preparação para a comum recaída, ou seja aumento de dores, que normalmente ocorre durante os seis primeiros meses após o parto.

Diabetes: doença autoimune, estilo de vida e complicações

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 250 milhões de pessoas no mundo vivem com diabetes. No entanto, apenas uma pequena parcela – entre 5% e 10% – tem o tipo 1 da doença. 

Diabetes Tipo 1

O sistema imunológico ataca, por engano, as células do pâncreas. Assim, há impedimento na produção de insulina, o hormônio responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue. Sem insulina, o organismo não consegue transformar os carboidratos em energia de forma eficiente. Geralmente, o diagnóstico ocorre na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também.

Quando não controlado, o diabetes tipo 1 pode levar ao acúmulo de glicose no sangue, o que, com o tempo, pode causar danos aos vasos sanguíneos e afetar órgãos importantes do corpo.

Diabetes Tipo 2

Mais comum em adultos, o diabetes tipo 2 corresponde aos 90% restantes das pessoas diagnosticadas com a doença. Ocorre quando o organismo não consegue usar adequadamente a insulina que produz; ou não produz insulina suficiente para controlar a taxa de glicemia. Está relacionado com sobrepeso, sedentarismo, hipertensão, por exemplo. Em alguns casos, pessoas com este tipo de diabetes podem desenvolver um processo autoimune, chamado Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA).

Consequências do diabetes na fertilidade e gravidez 

O diabetes pode impactar diretamente na saúde sexual, tanto em homens quanto em mulheres. Entre os problemas mais comuns estão a disfunção erétil e alterações na ejaculação, causadas principalmente por danos nos nervos e nos vasos sanguíneos.

Nas mulheres, a disfunção sexual relacionada ao diabetes também é uma realidade. Níveis elevados de glicose, maior risco de infecções genitais, alterações hormonais e questões emocionais, como a depressão, podem interferir no desejo, na lubrificação e no conforto durante as relações.

Somado a isso, para mulheres, há risco de infertilidade por provocar alterações ovulatórias e menopausa precoce. Vale mencionar também o aumento no risco de complicações gestacionais, como pré-eclâmpsia, malformações congênitas, macrossomia fetal e aumento da mortalidade perinatal.

Tireoidite de Hashimoto ou hipotiroidismo

A Tireoidite de Hashimoto é uma doença autoimune que afeta a glândula tireoide, provocando a destruição progressiva de seus tecidos devido à ação de autoanticorpos. Embora possa surgir em qualquer idade e sexo, é mais comum em mulheres, especialmente entre os 30 e 50 anos de idade. Segundo estudos, atinge cerca de 1 a cada 1000 pessoas por ano. Essa condição pode acarretar ao hipotireoidismo.

Apesar de ser influenciada por fatores genéticos e ambientais, destacam-se a influência do alto consumo de álcool e de iodo, substância presente no sal de cozinha e em produtos manufaturados. O excesso faz com que haja lesões nas células tireoidianas.

A tireóide é uma glândula endócrina, ou seja, que libera seus hormônios diretamente na corrente sanguínea. A glândula fica localizada no pescoço, e por isso o primeiro sintoma costuma ser um aumento gradual de seu tamanho, percebida por exame físico.

Aqui, os hormônios secretados são triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), essenciais para o funcionamento do metabolismo. Eles também estão associados à ovulação, e no caso do homem, a produção de espermatozoides. Por essa razão, podem estar associados a um quadro de infertilidade.

Outros sintomas comuns são: fadiga, dispneia, disfagia e dor leve na região do pescoço. Na fase inicial da doença podem ocorrer maior nervosismo, palpitação e ganho de peso. O tratamento é feito por meio de reposição hormonal, com dosagem diária.

Doenças autoimunes e tratamentos de reprodução assistida

Em todos os exemplos de doenças autoimunes levantados, é primordial contar com uma avaliação multidisciplinar para planejar uma gravidez: reumatologista, endócrino, neurologista e um especialista em fertilidade. Na maior parte dos casos, um ajuste de medicamentos e o acompanhamento da estabilização da doença são os principais cuidados a serem tomados, e não devem ser feitos sem uma opinião profissional.

De maneira geral, alimentação equilibrada, exercícios físicos moderados e apoio emocional por parte do(a) parceiro(a) são essenciais para garantir um estilo de vida saudável de maneira plena. Essas são medidas que podem ser tomadas por todos, independente do diagnóstico. Evitar excessos e vícios também é uma escolha sábia.

Para trazer maior tranquilidade às mulheres com risco de baixa reserva ovariana, recomenda-se o congelamento de óvulos. Para os casais que buscam reprodução assistida, a Fertilização In Vitro é uma das opções possíveis para aumentar as chances de sucesso. Na Huntington você encontra uma equipe especializada, experiente e pronta para te orientar sobre essas e outras estratégias possíveis. Pessoas com doenças imunes não precisam abandonar o sonho de ter filhos, e estamos aqui para te auxiliar nesse processo.

Fontes

ANAHp – Associação Nacional de Hospitais Privados. Doenças autoimunes. Saúde da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.anahp.com.br/saude-da-saude/doencas-autoimunes/. Acesso em: 22 abr. 2025.

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BRASIL. Ministério da Saúde. Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares. Doenças autoimunes: quando o inimigo é seu próprio organismo. Gov.br, 18 ago. 2021. Disponível em: https://www.gov.br/ebserh/pt-br/comunicacao/noticias/doencas-autoimunes-quando-o-inimigo-e-seu-proprio-organismo. Acesso em: 22 abr. 2025.

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ROLLER, L. de F.; RIBEIRO, R. S. B.; LIMA, E. F.; et. al. Tireoidite de Hashimoto: uma revisão de literatura. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 6, n. 6, p. 28823–28829, 2023. DOI: 10.34119/bjhrv6n6-176. Disponível em: https://ojs.brazilianjournals.com.br/ojs/index.php/BJHR/article/view/64964.  Acesso em: 24 apr. 2025. 

SOCIEDADE BRASILEIRA DE ENDOCRINOLOGIA E METABOLOGIA. Tireoidite de Hashimoto. Departamento de Tireoide da SBEM, 2023. Disponível em: https://www.tireoide.org.br/tireoidite-de-hashimoto/. Acesso em: 22 abr. 2025.

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________. Síndrome antifosfolípide. SBR, 2023. Disponível em: https://www.reumatologia.org.br/doencas-reumaticas/sindrome-anti-fosfolipide/#:~:text=A%20S%C3%ADndrome%20Anti%2Dfosfol%C3%ADpide%20ou,alta%20e%20prematuridade%20do%20beb%C3%AA). Acesso em: 22 abr. 2025.

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Imagem | Revista Cria, 2 ed., map Design e Digital + Estúdio Nono

Revisado por Dra. Sofia Andrade

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