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Saúde mental e infertilidade feminina: lidando com o estigma e o estresse emocional

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Segundo a Revista Cria, estima-se que um em cada oito casais tenha problemas para engravidar ou manter uma gestação. A dificuldade de gerar um filho pode trazer ansiedade, raiva, depressão, disfunção sexual e isolamento social. Mesmo assim, ainda que homens e mulheres sofram com este momento tão difícil, a conversa sobre fertilidade pode gerar alguns estresses e estigmas específicos para a mulher.

Muitas vezes, a dificuldade que a mulher enfrenta não é compartilhada, aumentando a vulnerabilidade psicológica. Por isso, ao longo de um de tratamento de fertilidade, é importante que haja uma abordagem multidisciplinar, que contemple as questões físicas, mas também as questões emocionais.

Infertilidade feminina: pressão social e seu impacto na saúde mental

Apesar de diversas transformações sociais já terem ocorrido quando se trata dos papéis desempenhados por cada gênero, feminilidade e fertilidade ainda se mostram conectados em nossa sociedade. Ou seja, a capacidade de ser uma mulher adulta plena ainda está associada em muitos círculos sociais à capacidade de ter filhos.

Por isso, este cenário pode tornar o diagnóstico de infertilidade ainda mais desafiador para a mulher. Quando somado a um desejo individual de exercer a maternidade, a notícia da incapacidade de gerar filhos pode criar enorme frustração.

Logo, muitas mulheres que enfrentam o diagnóstico de infertilidade acabam lidando não apenas com os desafios físicos e emocionais do tratamento, mas também com a falta de compreensão e apoio social. Em alguns casos, elas são criticadas, cobradas ou injustamente acusadas de “falhar” em seu papel como mulher por não conseguirem engravidar.

Esse tipo de julgamento pode intensificar o sofrimento psicológico, gerando sentimentos de inadequação, solidão e isolamento social. A ausência de empatia em um momento tão delicado aumenta a sobrecarga emocional, tornando o processo ainda mais doloroso. Para muitas, receber o diagnóstico representa a quebra de um sonho, dando início a um processo de luto pela perda da possibilidade de ter filhos biológicos. Esta dor legítima merece acolhimento, escuta e cuidado com a saúde mental.

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As incertezas do tratamento: estratégias para fortalecer o emocional

Embora o tratamento para infertilidade continue avançando em métodos e tecnologias, vale lembrar que não existe uma garantia infalível de que ao final do ciclo uma gravidez bem sucedida será o resultado. A Revista Cria ainda destaca um estudo da Escola de Psicologia da Cardiff University, no Reino Unido: quatro em cada dez pacientes completam todos os ciclos de tratamento sem conseguir ter o filho que desejam. Depois, o luto por essa quebra de expectativa leva em média dois anos.

Por isso, é muito importante que haja uma preparação individual e/ou do casal antes de iniciar o processo. A especialista do Grupo Huntington, Dra. Thais Domingues, destaca que se trata de um gerenciamento de expectativas. Ao traçar objetivos e definir sonhos é sempre preciso lembrar que a biologia humana não se comporta como uma máquina, e através do suporte médico, prospectar cenários mais realistas. Acolhimento, transparência e empenho devem ser a base entre a equipe e os pacientes, segundo Thais.

Algumas estratégias indicadas são:

Psicoterapia individual ou em casal

Procurar apoio psicológico e aceitar a indicação de um tratamento psiquiátrico com medicação, se for o caso, é fundamental porque ajuda a mulher a entender e lidar com suas emoções. Não é saudável negar a presença da frustração, medo, culpa e ansiedade. A promoção do equilíbrio emocional durante um processo tão delicado implica em aceitar e  lidar com essas questões. Por isso, ter um espaço seguro de escuta e acolhimento reduz significativamente os níveis de estresse e fortalece os vínculos afetivos.

Técnicas de relaxamento e autocuidado

Meditação, respiração consciente, sono de qualidade, banhos relaxantes e momentos de pausa ajudam a regular o sistema nervoso. Criar esses hábitos e pequenos rituais auxilia no combate aos efeitos do estresse crônico, fator que pode inclusive impactar o equilíbrio hormonal e a saúde reprodutiva.

Prática de atividade física e alimentação equilibrada

Para enfrentar um período tão intenso, o corpo precisa estar preparado com saúde e resistência. Por isso, uma rotina de exercícios contribui para a liberação de endorfinas e para o bom funcionamento do corpo como um todo. Se for aliada a boa alimentação, a manutenção de um peso saudável e a regulação hormonal podem favorecer tanto o bem-estar quanto a fertilidade.

Grupos de apoio presenciais e online

Participar de encontros com ênfase nas experiências entre mulheres que passaram por situações semelhantes pode ser uma ferramenta essencial para aumentar a sensação de compreensão e diminuição do isolamento. O acolhimento mútuo gera pertencimento, reforça a ideia de que a infertilidade não é definidora da qualidade ou valor da mulher, além de contribuir para quebrar estigmas e culpas.

Conversas abertas com o(a) parceiro(a), família e amigos


É fundamental manter a rede de apoio ativa. A comunicação transparente ajuda a aliviar o peso do silêncio e cria um ambiente mais compreensivo, o que contribui diretamente para o bem-estar psicológico da mulher ao longo da jornada. Cada pessoa é única, e estabelecer diálogos francos contribui para que haja um entendimento claro sobre os impactos do diagnóstico e do tratamento, tanto no emocional, na saúde física como na rotina do indivíduo e do casal.

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Saúde mental e infertilidade feminina: a importância do apoio 

Ao falar sobre a necessidade de estabelecer redes de suporte, Dra. Thais destaca como a Huntington atua. Há uma busca para entender a necessidade de cada um, desde as táticas adjuvantes como terapia, acupuntura, nutrição, esporte. Em caso de insucesso, até mesmo um momento de descanso para, juntos, digerir a situação e prospectar os próximos passos e as melhores abordagens.

O Grupo Huntington é referência em fertilidade e reprodução humana, por isso entende o peso e os efeitos da notícia da infertilidade para a saúde mental da mulher. Em nossas unidades, você encontra uma equipe multidisciplinar para atender as necessidades globais da pessoa que passa pelo diagnóstico de infertilidade e tratamento de reprodução assistida. Entendemos que cada pessoa é única, e assim, pacientes e seus parceiros são encaminhados aos diferentes profissionais à medida que são identificadas as necessidades específicas de cada um.

Fontes

HUNTINGTON. Fertilidade sem tabu: divida o peso das emoções e se livre das culpas. Revista Cria, São Paulo, n. 3, p. 10-13, jan. 2023. Disponível em: https://www.huntington.com.br/wp-content

SILVA JUNIOR, Antonio Martins Vieira e; ALMEIDA, Rita de Kássia Custodio Claudino de. Impacto do diagnóstico de infertilidade na saúde mental da mulher. Revista Eletrônica Científica da UniVS, [S.l.], v. 5, n. 1, 2023. VIII Encontro de Psicologia da UniVS. Disponível em: https://rec.univs.edu.br/index.php/rec/article/view/220. Acesso em: 22 abr. 2025.

Imagem: Revista Cria 2023, map Design e Digital + Estúdio Nono.

Revisado por Dra. Thais Sanches Domingues Cury

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