Tireoidite de hashimoto afeta a fertilidade?
Médica examinando a tireoide de uma paciente, ilustrando a avaliação de condições como a tireoide de hashimoto e sua relação com a fertilidade.

Tireoidite de hashimoto afeta a fertilidade?

Compartilhe este post

Explore este post com IA:ChatGPT Perplexity Claude Grok (X)

A tireoidite de Hashimoto, também chamada de tireoidite de Hashimoto, é uma condição autoimune que afeta a glândula tireoide, sendo uma das principais causas de hipotireoidismo. Por isso, receber o diagnóstico ao mesmo tempo em que se planeja uma família pode gerar muitas dúvidas e inseguranças.

É natural se perguntar se essa condição pode interferir no sonho de ter um filho, e a resposta curta é: sim, pode haver uma relação, mas com o acompanhamento correto, a gestação é totalmente possível. Neste artigo, vamos mostrar o porquê.

O que é a tireoidite de Hashimoto?

A tireoidite de Hashimoto é uma doença na qual o sistema imunológico, que deveria defender o corpo, passa a produzir anticorpos que atacam as próprias células da tireoide. Esse ataque causa uma inflamação crônica na glândula, chamada de tireoidite.

Com o tempo, essa inflamação pode levar à destruição gradual da tireoide, diminuindo sua capacidade de produzir os hormônios tireoidianos (T3 e T4). Quando a produção hormonal se torna insuficiente para as necessidades do corpo, instala-se o quadro de hipotireoidismo.

Quais são as causas dessa condição autoimune?

As causas exatas da tireoidite de Hashimoto não são totalmente conhecidas, mas acredita-se que haja uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Pessoas com histórico familiar de doenças da tireoide ou outras condições autoimunes, como diabetes tipo 1 ou doença celíaca, apresentam um risco maior.

Quais são os principais sintomas?

No início, a doença pode ser silenciosa. Conforme a produção de hormônios diminui, os sintomas de hipotireoidismo podem surgir e se intensificar gradualmente.

Por isso, é importante estar atento a sinais como:

  • Cansaço excessivo e sonolência;
  • Aumento de peso ou dificuldade para emagrecer;
  • Pele seca e cabelos finos ou quebradiços;
  • Sensibilidade aumentada ao frio;
  • Ciclos menstruais irregulares;
  • Constipação intestinal;
  • Dificuldade de concentração e memória.

Qual é a relação entre a tireoidite de Hashimoto e a fertilidade?

A tireoidite de Hashimoto e os hormônios que ela produz desempenham um papel vital na saúde reprodutiva feminina. Eles são cruciais para o funcionamento adequado dos ovários, para o desenvolvimento dos folículos e para a qualidade dos óvulos, aspectos essenciais para a fertilidade.

De acordo com a Dra. Cláudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida, “várias condições médicas podem afetar a função ovariana. As mais comuns são: endometriose, cistos no ovário, tratamento de câncer, menopausa precoce, doenças da tireoide e doenças autoimunes.”

O equilíbrio dos hormônios tireoidianos é fundamental para o bom funcionamento do sistema reprodutivo feminino. Portanto, quando a tireoide não funciona corretamente, como no caso do hipotireoidismo causado por Hashimoto, diversas etapas do processo de concepção podem ser afetadas.

Como a doença afeta a ovulação?

Os hormônios da tireoide interagem diretamente com os hormônios reprodutivos, como o estrogênio e a progesterona. O desequilíbrio hormonal pode interferir na regularidade dos ciclos menstruais, causando ciclos anovulatórios, ou seja, meses em que a mulher não libera um óvulo, dificultando a gravidez.

Assim, a tireoidite de Hashimoto pode levar a ciclos de ovulação irregulares e, consequentemente, aumentar o risco de infertilidade, dificultando a concepção para muitas mulheres.

Quais são os riscos durante a gestação?

Uma vez que a gravidez é alcançada, o controle inadequado da função tireoidiana aumenta os riscos de complicações.

Estudos mostram que o hipotireoidismo não tratado está associado a um maior risco de aborto espontâneo, parto prematuro, pré-eclâmpsia (pressão alta na gravidez) e problemas no desenvolvimento neurológico do feto. Especificamente, a tireoidite de Hashimoto aumenta consideravelmente o risco de abortos espontâneos e partos prematuros.

Como é feito o diagnóstico da tireoidite de Hashimoto?

O diagnóstico é relativamente simples e realizado por meio de exames de sangue. O médico solicitará a dosagem do TSH (hormônio tireoestimulante), do T4 livre e a pesquisa de anticorpos específicos, principalmente o anti-TPO (antitireoperoxidase).

Níveis elevados de TSH e baixos de T4 livre indicam hipotireoidismo. A presença dos anticorpos confirma a causa autoimune, fechando o diagnóstico de tireoidite de Hashimoto. Em alguns casos, o TSH pode estar normal, mas a presença de anticorpos já indica a doença em estágio inicial.

Qual o tratamento para a tireoidite de Hashimoto pensando em engravidar?

O tratamento é fundamental para restaurar o equilíbrio do corpo e viabilizar uma gravidez saudável. Ele consiste na reposição do hormônio que a tireoide deixou de produzir, geralmente com o uso diário de levotiroxina sintética por via oral.

A boa notícia é que o tratamento adequado com levotiroxina pode melhorar significativamente a fertilidade em mulheres com Hashimoto.

Para mulheres que desejam engravidar, o objetivo é manter os níveis de TSH em uma faixa considerada ideal para a concepção e para o desenvolvimento fetal, que geralmente é mais restrita do que para a população geral. Por isso, o acompanhamento com um endocrinologista antes mesmo de iniciar as tentativas é essencial.

É possível engravidar com tireoidite de Hashimoto?

Sim, é totalmente possível engravidar e ter uma gestação saudável com tireoidite de Hashimoto, desde que a condição esteja devidamente controlada com o tratamento adequado. O acompanhamento médico rigoroso antes, durante e após a gestação é o pilar para o sucesso.

A Dra. Cláudia Gomes Padilla ressalta a importância do planejamento para mulheres que ainda não pensam muito na maternidade.

“Por volta dos 30 anos, é possível ponderar se a maternidade é uma questão que será concretizada naquele momento ou se será postergada. É, então, uma boa oportunidade também do lado psicológico e social”, complementa.

O mais importante é não desanimar. Com o diagnóstico correto e o tratamento ajustado, a função tireoidiana pode ser normalizada, e os obstáculos à fertilidade, superados. Cuidar da sua saúde é o primeiro passo para a realização do seu sonho.

Na Huntington, entendemos que cada jornada é única. Por isso, nossa equipe está preparada para oferecer o suporte necessário, unindo a endocrinologia e a medicina reprodutiva para cuidar da sua saúde e ajudar a transformar seu sonho em vida. Agende uma consulta com nossos especialistas e vamos conversar!

REFERÊNCIAS

BASTOS, D. C. D. S. et al. Metabolomic analysis of follicular fluid from women with Hashimoto thyroiditis. Scientific Reports, ago. 2023. DOI: https://doi.org/10.1038/s41598-023-39514-7. Acesso em: 23 set. 2025.

KLUBO-GWIEZDZINSKA, J.; WARTOFSKY, L. Hashimoto thyroiditis: an evidence-based guide to etiology, diagnosis and treatment. Polish archives of internal medicine, Mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.20452/pamw.16222. Acesso em: 23 set. 2025.

KOROŠEC, S. et al. Coexistence of endometriosis and thyroid autoimmunity in infertile women: impact on in vitro fertilization and reproductive outcomes. Gynecologic and Obstetric Investigation, mai. 2024. DOI: https://doi.org/10.1159/000539265. Acesso em: 23 set. 2025.

LI, F. et al. The efficacy of acupuncture for the treatment and the fertility improvement in child-bearing period female with Hashimoto disease. Medicine, jul. 2020. DOI: https://doi.org/10.1097/MD.0000000000020909. Acesso em: 23 set. 2025.

Autor

Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies.