Trombofilia na gravidez: riscos, sintomas e tratamento
Mulher grávida segurando a barriga, evidenciando a gestação e a necessidade de atenção à Trombofilia na gravidez.

Trombofilia na gravidez: riscos, sintomas e tratamento

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A trombofilia na gravidez é uma condição que pode gerar muitas dúvidas e preocupações, por isso, entender sobre ela é o primeiro passo para ter uma jornada mais tranquila.

Trombofilia é uma maior propensão do organismo a formar coágulos sanguíneos, conhecidos como trombos, que podem obstruir a circulação. Receber esse diagnóstico pode ser assustador, mas é fundamental saber que, com o acompanhamento médico adequado, é totalmente possível ter uma gestação saudável e segura.

O que é trombofilia e por que a gravidez aumenta o risco?

A trombofilia é uma condição do sistema de coagulação que aumenta a tendência de desenvolver trombose. Ela pode ser hereditária, ou seja, de origem genética, ou adquirida ao longo da vida devido a outras condições de saúde.

“Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais e físicas naturais que já aumentam a capacidade de coagulação. Esse é um mecanismo de proteção para evitar hemorragias excessivas durante o parto”, explica a Dra. Marjorie Fasolin, especialista em reprodução humana.

Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais e físicas naturais que já aumentam a capacidade de coagulação. Esse é um mecanismo de proteção para evitar hemorragias excessivas durante o parto.

No entanto, em mulheres com trombofilia, essa adaptação natural pode se tornar um risco. A combinação da tendência preexistente com as alterações da gravidez pode levar à formação de coágulos em locais inadequados, como nas veias das pernas ou até mesmo nos vasos que nutrem a placenta.

Quais são os principais sintomas e sinais de alerta?

Muitas vezes, a trombofilia pode ser silenciosa e não apresentar sintomas claros. No entanto, quando um coágulo se forma, ele pode gerar sinais que merecem atenção imediata.

Os principais sinais de alerta incluem:

  • Inchaço e dor: geralmente em apenas uma das pernas, acompanhado de vermelhidão e sensação de calor no local;
  • Falta de ar súbita: pode ocorrer dor no peito ao respirar fundo, um possível sinal de embolia pulmonar;
  • Alterações na pressão arterial: um aumento súbito e significativo da pressão pode estar relacionado a complicações;
  • Crescimento fetal restrito: observado durante os exames de ultrassom de rotina.

Vale destacar que alguns desses sintomas podem ser confundidos com desconfortos comuns da gravidez, por isso a avaliação médica é indispensável.

Como a trombofilia pode afetar a mãe e o bebê?

O acompanhamento médico rigoroso é essencial porque a formação de coágulos pode trazer riscos tanto para a mãe quanto para o desenvolvimento do bebê. A trombofilia desequilibra a delicada balança da coagulação sanguínea, vital para a formação e funcionamento da placenta. Esse desequilíbrio pode elevar significativamente o risco de pré-eclâmpsia, perdas gestacionais e restrição de crescimento do bebê.

Os trombos podem interferir no fluxo sanguíneo da placenta, que é o órgão responsável por levar oxigênio e nutrientes para o feto. Além disso, mulheres com certas mutações genéticas de trombofilia, como o Fator V Leiden e MTHFR C677T, podem ter um risco ainda maior de abortos de repetição, e alguns riscos no final da gestação.

Para a mãe, o principal risco é o desenvolvimento de trombose venosa profunda (TVP) ou embolia pulmonar, mas é importante ressaltar que a trombofilia aumenta de forma geral o risco de coágulos e complicações graves na gravidez.

Qual exame detecta a trombofilia na gravidez?

O diagnóstico da trombofilia é realizado por meio de exames de sangue específicos. Esses testes investigam a presença de mutações genéticas ou alterações nas proteínas responsáveis pela coagulação. No entanto, a investigação não é um procedimento de rotina para todas as gestantes.

A indicação para os exames geralmente ocorre quando há um histórico pessoal ou familiar relevante, como:

  • Casos de trombose anteriores na paciente ou em familiares próximos;
  • Histórico de duas ou mais perdas gestacionais;
  • Casos de pré-eclâmpsia grave ou descolamento de placenta em gestações anteriores;
  • Histórico familiar de trombofilia de alto risco, situação em que a testagem e a profilaxia podem ser muito benéficas para prevenir coágulos durante a gestação e no pós-parto.

De qualquer forma, é fundamental que a decisão de investigar seja feita por um médico especialista, que avaliará cada caso individualmente.

Como é realizado o tratamento durante a gestação?

O tratamento é administrado por meio de injeções subcutâneas diárias. Em alguns casos, o uso de ácido acetilsalicílico (AAS) em baixas doses também pode ser recomendado.

No entanto, vale destacar que todo o tratamento é personalizado, definido por uma equipe médica que pode incluir obstetra, hematologista e especialista em reprodução humana, com base no tipo de trombofilia e no histórico da paciente.

É possível ter uma gravidez saudável com trombofilia?

Sim, é absolutamente possível. Com o planejamento e o cuidado adequados, as chances de ter uma gestação bem-sucedida são muito altas.

O segredo está no diagnóstico precoce e no acompanhamento multidisciplinar contínuo. Um pré-natal cuidadoso, com monitoramento frequente do bem-estar fetal e da saúde materna, permite que qualquer alteração seja identificada e tratada rapidamente. Sendo assim, o planejamento pré-concepcional é um grande aliado, pois permite iniciar os cuidados antes mesmo da gravidez começar.

Na Huntington, entendemos que cada jornada é única e que o sonho de formar uma família merece ser tratado com o máximo de cuidado, ciência e acolhimento.

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REFERÊNCIAS

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