Infertilidade feminina e genética: como o fator pode influenciar?
A infertilidade feminina é um problema que afeta milhares de mulheres em todo o mundo, impactando diretamente seus sonhos de construir uma família.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), aproximadamente 17,5% dos adultos globalmente — ou seja, cerca de uma em cada seis pessoas — enfrentam problemas de infertilidade em algum momento de suas vidas.
Entre os diversos fatores que podem levar à dificuldade de engravidar, a influência da genética vem sendo cada vez mais estudada. Mas será que a infertilidade e genética estão diretamente relacionadas? E, se sim, como esse fator pode influenciar a capacidade reprodutiva feminina?
Descubra neste artigo as principais informações sobre o tema e como as soluções modernas podem ajudar.
Infertilidade feminina é hereditária?
Uma das principais dúvidas sobre a relação entre infertilidade e genética é se a dificuldade para engravidar pode ser herdada de geração em geração. A resposta não é simples, pois depende do tipo de condição genética envolvida.
Se a mãe ou as irmãs de uma mulher têm histórico de infertilidade, é possível que ela tenha um risco aumentado de enfrentar dificuldades para engravidar.
Por isso, conhecer o histórico familiar é essencial para identificar possíveis problemas precocemente.
Como a genética influencia na infertilidade feminina?
A genética pode afetar a fertilidade feminina de diferentes formas, interferindo na produção de hormônios, na saúde dos óvulos e no funcionamento adequado do sistema reprodutivo. Alguns exemplos incluem:
Alterações cromossômicas
Algumas mulheres podem apresentar alterações nos cromossomos que dificultam a ovulação ou a implantação do embrião. Isso pode incluir:
- Síndrome de Turner (45,XO): mulheres com essa condição apresentam apenas um cromossomo X, o que pode resultar em falha ovariana;
- Translocações cromossômicas: alterações na estrutura dos cromossomos podem dificultar a fertilização e aumentar o risco de abortos espontâneos.
Mutação genética e insuficiência ovariana precoce
Certas mutações genéticas podem levar à insuficiência ovariana precoce (IOP), uma condição na qual os ovários param de funcionar antes dos 40 anos. Mulheres com IOP apresentam redução na quantidade e qualidade dos óvulos, dificultando a gravidez natural.
Infertilidade feminina por genética: é reversível?
Infelizmente, quando a infertilidade feminina tem causa genética, não há uma “cura” definitiva. No entanto, avanços na medicina reprodutiva oferecem soluções para contornar essas dificuldades.
Alguns tratamentos incluem:
- Uso de hormônios para estimular a ovulação;
- Terapias de suplementação, como DHEA para melhorar a qualidade dos óvulos;
- Doação de óvulos, em casos de insuficiência ovariana grave.
A decisão sobre o melhor caminho deve ser feita com acompanhamento médico especializado, analisando a história clínica da paciente e a gravidade do problema genético.
Como a reprodução assistida pode ajudar com a infertilidade feminina por genética
A reprodução assistida é uma grande aliada para mulheres que enfrentam infertilidade e genética como desafio. As técnicas mais indicadas incluem:
Fertilização in Vitro (FIV)
A Fertilização in Vitro (FIV) é um dos principais tratamentos para mulheres com infertilidade por causas genéticas. Esse procedimento permite a seleção de embriões saudáveis, que identifica anomalias cromossômicas antes da transferência do embrião ao útero.
Os principais benefícios da FIV incluem:
- Aumento das chances de gravidez em mulheres com alterações genéticas;
- Redução do risco de abortos espontâneos;
- Possibilidade de preservar óvulos saudáveis para uso futuro.
A combinação de FIV com exames genéticos pode ser a melhor solução para muitas mulheres que desejam engravidar, mesmo enfrentando problemas hereditários.
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Dra. Luciana Potiguara, especialista em reprodução humana.
