
Quem pode fazer inseminação intrauterina (IIU)? Indicações e contraindicações do tratamento
A inseminação artificial, também chamada de inseminação intrauterina (IIU), é uma técnica de reprodução assistida em que os espermatozoides são inseridos diretamente no útero da mulher no período fértil, com o objetivo de facilitar o encontro com o óvulo e aumentar as chances de fecundação. Segundo a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), este é um procedimento de baixa complexidade.
Ao contrário da fertilização in vitro (FIV), onde a união entre óvulo e espermatozoide ocorre em laboratório, na inseminação artificial a fertilização acontece naturalmente dentro do corpo da mulher. Trata-se de um procedimento simples, rápido e geralmente indolor, que não requer internação nem anestesia.
Depois que a paciente recebe alta, deve apenas evitar esforços físicos intensos até o teste de gravidez, que deve ser feito aproximadamente 15 dias depois. Caso a gestação não ocorra, é possível iniciar um novo ciclo já no início da próxima menstruação.
A Huntington separou as principais informações sobre este procedimento, com ênfase nas recomendações e contraindicações. Leia, informe-se e tome decisões mais conscientes.
Quais as etapas da Inseminação Intrauterina (IIU)?
Em primeiro lugar, a preparação se inicia com uma série de exames para doenças infectocontagiosas, como HIV1 e 2, HTLV1 e 2, Hepatite B, Hepatite C, Sífilis, Zika Vírus e Covid-19. Além disso, para o homem é recomendado abstinência sexual de 2 a 3 dias antes da coleta, e diminuição da bebida alcoólica e cigarro. A mulher também deve diminuir o álcool e cigarro, somado ao uso do ácido fólico e a checagem de todas as vacinas.
Segundo a SBRA, a realização da inseminação em si consiste em 6 etapas:
1. Estimulação ovariana
O tratamento pode ser feito em ciclo natural ou com baixas doses de hormônios para estimular a ovulação e corrigir falhas.
2. Acompanhamento dos folículos
Durante 10 a 12 dias, são realizados ultrassons para monitorar o crescimento dos folículos e definir o melhor momento para a ovulação.
3. Maturação dos óvulos
Quando o folículo atinge o tamanho ideal, aplica-se uma injeção de hCG para induzir a ovulação. A inseminação ocorre de 24 a 36 horas depois.
4. Coleta e preparo do sêmen
O sêmen é coletado por masturbação após 2 a 3 dias de abstinência e preparado em laboratório para selecionar os melhores espermatozoides.
5. Inseminação intrauterina
O sêmen processado é inserido no útero com um cateter fino, em um procedimento rápido, indolor e guiado por ultrassom.
6. Teste de gravidez
Cerca de 12 a 14 dias após a inseminação, realiza-se o teste para confirmar se houve gravidez.

Para quem a Inseminação Intrauterina (IIU) é recomendada?
A inseminação intrauterina (IIU) é indicada principalmente para casais jovens que enfrentam dificuldades para engravidar sem causa aparente (infertilidade idiopática). Também é recomendada em casos específicos como:
- Alterações leves ou moderadas no sêmen, incluindo baixo volume, motilidade reduzida ou outros distúrbios que não impedem totalmente a fertilização;
- Problemas relacionados à ovulação, como distúrbios ovulatórios, síndrome dos ovários policísticos e irregularidades no ciclo menstrual;
- Alterações no colo do útero que dificultam a passagem dos espermatozoides;
- Dificuldades sexuais masculinas, como disfunção erétil ou alterações anatômicas que impedem a relação sexual;
- Onde outros tratamentos não foram indicados ou não tiveram sucesso.
Vale considerar ainda o uso de sêmen de doador, ou seja, o uso de uma amostra de esperma obtida de forma anônima através de bancos. No Brasil, a doação precisa ser feita de forma totalmente voluntária, altruísta e anônima por voluntários entre 18 e 40 anos. Não há direito ou opção de que o doador e a família beneficiada conheçam suas identidades. Os exames, consultas e a triagem seguem um procedimento rigoroso regulamentado pela ANVISA.
Não é permitida a doação de sêmen por pessoas que possuam qualquer alteração em seus exames, com histórico de câncer ou doença mental na família ou homens com índice de massa corporal (IMC) elevado. Somado a isso, se houver qualquer alteração nos exames sorológicos, microbiológicos, ou ainda irregularidade e comprometimento de qualquer tipo das coletas, a doação pode ser cancelada.
Esta é uma opção para mulheres solteiras e casais homoafetivos que desejam ter filhos, utilizando sêmen de doador. Pessoas com doenças hereditárias com risco de transmissão para os filhos e que sofrem de azoospermia (não produzem espermatozoides) também podem se beneficiar desta modalidade de tratamento.
Inseminação Intrauterina (IIU): riscos e contraindicações
Para que a inseminação intrauterina (IIU) seja realizada com sucesso, é essencial que pelo menos uma das trompas esteja aberta e funcionando normalmente, e que o sêmen tenha uma qualidade, além da concentração de espermatozoides mínima e adequada.
No entanto, esse método não é indicado quando há problemas nas trompas causados por laqueadura tubária, gravidez ectópica, obstruções, inflamações ou infecções. Também não é recomendado em casos de endometriose moderada a severa, especialmente quando existem aderências, distorções anatômicas das trompas ou ovários, obstruções ou comprometimento de órgãos importantes.
Além disso, a inseminação intrauterina não é adequada para situações em que há alterações significativas na qualidade do sêmen ou para casais com histórico de doenças genéticas hereditárias.
Enquanto isso, durante o tratamento, os efeitos mais comuns são o inchaço no abdômen e nas mamas. Podem ocorrer também dores de cabeça. De forma mais rara, como resposta excessiva aos medicamentos, pode ocorrer a Síndrome de Hiperestimulação Ovariana.
Ainda segundo a SBRA, a estimulação ovariana durante a inseminação intrauterina pode levar ao desenvolvimento simultâneo de um ou mais óvulos, o que eleva a chance de gravidez múltipla. Nesse caso, se forem estimulados três ou mais folículos, recomenda-se cancelar o procedimento.
Mesmo assim, vale lembrar que este é considerado um procedimento de baixa complexidade. O risco de infecção após a IIU é muito baixo, especialmente quando o tratamento é realizado em clínicas especializadas em Medicina Reprodutiva, garantindo maior segurança e eficácia.
Para tirar mais dúvidas e entender a melhor alternativa da medicina reprodutiva para o seu caso, agende uma consulta com a Huntington.
Referências
HUNTINGTON. 6 informações que você precisa saber sobre a inseminação artificial. Blog Huntington, [s. d.]. Disponível em: https://www.huntington.com.br/blog/6-informacoes-que-voce-precisa-saber-sobre-a-inseminacao-artificial/. Acesso em: 23 jun. 2025.
Banco de Sêmen do Rio de Janeiro (BSRJ). Quero ser doador. BSRJ, [s. d.]. Disponível em: https://bsrj.com.br/portal/Quero_ser_doador. Acesso em: 23 jun. 2025.
SBRA – Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida. Como funciona a inseminação intrauterina? SBRA, [s. d.]. Disponível em: https://sbra.com.br/como-funciona-a-inseminacao-intrauterina/. Acesso em: 23 jun. 2025.
Imagem: Revista Cria, ed. 01.
Revisado por Dra. Carla Martins