Quem tem endometriose pode engravidar? Entenda!
Modelo de papel do sistema reprodutor feminino (útero, ovários e trompas de falópio) sendo cuidadosamente segurado por mãos, simbolizando a saúde reprodutiva, a fertilidade e as possibilidades para quem tem endometriose pode engravidar.

Quem tem endometriose pode engravidar? Entenda as possibilidades!

Compartilhe este post

Explore este post com IA:ChatGPT Perplexity Claude Grok (X)

Saber se quem tem endometriose pode engravidar é uma das principais dúvidas que acompanham o diagnóstico. Esta notícia pode trazer um misto de preocupação e incerteza, mas queremos que saiba que a resposta é sim, é possível engravidar!

A endometriose é uma condição que afeta cerca de 10% das mulheres em idade reprodutiva no Brasil. E, embora possa apresentar desafios, existem caminhos e tratamentos eficazes para realizar o sonho de ter um filho.

É compreensível que essa preocupação surja, principalmente porque cerca de um terço das mulheres com endometriose enfrentam dificuldades para conceber. No entanto, é importante ressaltar que a medicina reprodutiva oferece diversas soluções para ajudar a realizar o sonho da maternidade. Saiba mais a seguir!

O que é endometriose e como ela afeta a fertilidade?

A endometriose ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o interior do útero, cresce fora da cavidade uterina. Esse tecido pode se implantar nos ovários, trompas e outros órgãos pélvicos. A cada ciclo menstrual, ele responde aos hormônios e sangra, causando um processo inflamatório crônico na região.

De acordo com a Dra.Sofia Andrade, especialista em reprodução assistida, “quando se trata de fertilidade, a endometriose representa um grande desafio. Dependendo do grau de lesão, o comprometimento das tubas uterinas e a diminuição da qualidade dos óvulos podem tornar a gravidez natural mais difícil.”

Em resumo, essa inflamação pode dificultar a gravidez de várias maneiras:

  • Alteração na anatomia pélvica: A inflamação pode gerar aderências e cicatrizes, distorcendo a posição das trompas e dos ovários e dificultando o encontro do óvulo com o espermatozoide.
  • Comprometimento da qualidade dos óvulos: O ambiente inflamatório na pelve pode impactar negativamente a qualidade e o desenvolvimento dos óvulos.
  • Dificuldade na implantação: A inflamação também pode criar um ambiente uterino menos receptivo para que o embrião consiga se fixar e desenvolver.
  • Obstrução das trompas: Em casos mais severos, as aderências podem bloquear as trompas, impedindo a passagem do óvulo.

A Dra. Sofia complementa, explicando que “a endometriose causa infertilidade de várias formas: há o impacto anatômico, o molecular, que afeta a receptividade endometrial, e o impacto na reserva ovariana, principalmente quando há cistos.”

Além disso, a condição pode impedir que o útero se prepare adequadamente para receber o embrião, dificultando a sua fixação.

A gravidade da endometriose influencia na chance de engravidar?

Sim, o estágio da endometriose é um fator importante. A doença é classificada em diferentes graus, do mínimo ao severo. Mulheres com formas mais leves (estágios I e II) frequentemente têm maiores chances de conseguir uma gestação espontânea, embora o processo possa levar mais tempo.

Já nos casos de endometriose moderada a severa (estágios III e IV), os desafios podem ser maiores. Nesses cenários, as alterações anatômicas e o processo inflamatório são mais intensos, o que geralmente torna necessária uma intervenção médica para viabilizar a gravidez.

Quer mais detalhes? Então, assista ao vídeo a seguir e entenda como a endometriose pode impactar a fertilidade.

Bate-Papo Endometriose | Huntington

Quais são as opções de tratamento para engravidar com endometriose?

Apesar da endometriose poder dificultar a gravidez, é importante ressaltar que existem tratamentos eficazes como a cirurgia e a reprodução assistida, incluindo a Fertilização in Vitro (FIV), que são opções viáveis e podem ajudar significativamente as pacientes a engravidar.

A Dra. Sofia Andrade explica que a escolha do tratamento é individualizada:

“A escolha entre cirurgia e Fertilização in Vitro depende do objetivo da paciente: se houver dor intensa ou lesões graves, especialmente no intestino e bexiga, a cirurgia pode ser necessária.”, afirma a especialista.

Ela ainda acrescenta que “em casos de infertilidade sem dor significativa e com a gravidez como prioridade, a FIV é a opção mais eficiente. Para pacientes com reserva ovariana baixa, presença de cistos ovarianos ou idade avançada, a preservação da fertilidade antes da cirurgia pode ser recomendada.”

Felizmente, a medicina reprodutiva avançou muito e oferece diversas opções. O plano de tratamento é sempre individualizado, levando em conta a sua idade, o grau da doença, sua reserva ovariana e, claro, seu desejo de engravidar. Por isso, um especialista em fertilidade é o profissional mais indicado para guiar essa jornada.

Tratamento cirúrgico por videolaparoscopia

A cirurgia pode ser recomendada para remover os focos de endometriose e restaurar a anatomia da pelve. Em muitos casos, principalmente quando há dor intensa ou lesões significativas, o procedimento melhora a fertilidade natural.

Após a cirurgia, geralmente há uma “janela de oportunidade” de alguns meses em que as chances de engravidar espontaneamente aumentam.

Tratamentos de reprodução assistida

Quando a gravidez natural não ocorre ou para casos mais complexos, as técnicas de reprodução assistida são o caminho mais eficaz. Afinal, elas contribuem significativamente para superar as barreiras que a endometriose impõe.

Fertilização In Vitro (FIV)

A Fertilização In Vitro (FIV) é considerada o tratamento com as maiores taxas de sucesso para mulheres com endometriose que desejam engravidar.

Nessa técnica, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorre em laboratório. Assim, é possível contornar problemas como trompas obstruídas e o ambiente inflamatório pélvico, aumentando significativamente as chances de sucesso.

Inseminação Intrauterina (IIU)

Também conhecida como inseminação artificial, a IIU pode ser uma opção para casos mais leves de endometriose. Em resumo, o procedimento consiste em depositar os espermatozoides previamente selecionados diretamente dentro do útero, encurtando o caminho que eles precisam percorrer. No entanto, é fundamental que as trompas da paciente estejam saudáveis e sem obstruções.

Existem riscos em uma gravidez com endometriose?

Essa é uma preocupação comum e válida. Estudos indicam que a endometriose pode estar associada a um risco ligeiramente aumentado de certas complicações na gestação, como parto prematuro ou placenta prévia. No entanto, é importante reforçar que a grande maioria das mulheres com a condição tem gestações saudáveis e tranquilas.

De qualquer forma, o mais importante é ter um acompanhamento pré-natal cuidadoso e próximo com um obstetra experiente. Com o monitoramento adequado, é totalmente possível controlar os riscos e garantir o bem-estar da mãe e do bebê durante toda a gestação.

Qual o primeiro passo para quem tem endometriose e deseja engravidar?

O primeiro e mais importante passo é buscar a orientação de um médico especialista em reprodução humana. Isso porque uma avaliação completa e individualizada é crucial para entender a extensão da doença, avaliar sua saúde reprodutiva e traçar o melhor plano para você.

É natural que as mulheres em tratamento para fertilidade sintam estresse e preocupação, em parte pelo receio de que o avanço da idade possa diminuir as chances de engravidar. Por isso, lembre-se que buscar apoio e informação de profissionais especializados é um passo crucial para gerenciar essas emoções e encontrar o melhor caminho.

Entendemos que essa jornada pode gerar ansiedade, mas você não precisa percorrê-la sozinha. Na Huntington, oferecemos um acolhimento humano e um tratamento baseado em excelência médica, unindo a mais alta tecnologia ao cuidado personalizado.

Nosso compromisso é entender sua história e construir, juntos, o caminho para realizar seu sonho de formar uma família! Vamos conversar?

REFERÊNCIAS

BECKER, C. M. et al. ESHRE guideline: endometriosis. Human Reproduction Open, fev. 2022. DOI: https://doi.org/10.1093/hropen/hoac009. Disponível em: https://doi.org/10.1093/hropen/hoac009. Acesso em: 23 set 2025.

BONAVINA, G.; TAYLOR, H. S. Endometriosis-associated infertility: From pathophysiology to tailored treatment. Frontiers in Endocrinology, out. 2022. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2022.1020827. Disponível em: https://doi.org/10.3389/fendo.2022.1020827. Acesso em: 23 set 2025.

GIUDICE, L. C. et al. Endometriosis in the era of precision medicine and impact on sexual and reproductive health across the lifespan and in diverse populations. The FASEB Journal, ago. 2023. DOI: https://doi.org/10.1096/fj.202300907. Disponível em: https://doi.org/10.1096/fj.202300907. Acesso em: 23 set 2025.

LIAO, Z. et al. Impaired bone morphogenetic protein (BMP) signaling pathways disrupt decidualization in endometriosis. Communications Biology, fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1038/s42003-024-05898-z. Disponível em: https://doi.org/10.1038/s42003-024-05898-z. Acesso em: 23 set 2025.

ROSIELLE, K. et al. The impact of the COVID-19 pandemic on infertility patients and endometriosis patients in the Netherlands. Reproductive Biomedicine Online, jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbmo.2021.06.001. Disponível em: https://doi.org/10.1016/j.rbmo.2021.06.001. Acesso em: 23 set 2025.

Autores

  • Dra. Sofia Andrade

    Dra. Sofia Andrade é médica pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fez residência em Ginecologia e Obstetrícia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Reprodução Humana pela Universidad Rey Juan Carlos, em Madrid. Realizou Fellowship em Histeroscopia Diagnóstica e Cirúrgica em Barcelona. Conheça mais de Dra. Sofia Andrade.

Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies.