Consequências da obesidade: saiba a relação com a infertilidade
Pés descalços de uma pessoa pisando em uma balança branca, simbolizando o controle de peso e as consequências da obesidade para a saúde.

Consequências da obesidade: entenda a relação com a infertilidade

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Entender as consequências da obesidade é o primeiro passo para cuidar da sua saúde de forma integral. Definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o acúmulo excessivo de gordura corporal, trata-se de uma condição de saúde complexa que vai muito além da estética.

Para muitas pessoas, ela também pode se tornar um obstáculo no caminho para realizar o sonho de formar uma família. A jornada para a parentalidade pode ter diferentes desafios, por isso, compreender como o seu bem-estar geral se conecta a esse processo é fundamental.

Neste artigo, vamos abordar com acolhimento e clareza como a obesidade pode influenciar a saúde e, especificamente, a fertilidade em homens e mulheres.

O que é considerado obesidade?

A obesidade é diagnosticada principalmente pelo cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC). Ele é obtido pela divisão do peso (em kg) pela altura ao quadrado (em m²). De acordo com a OMS, um IMC igual ou superior a 30 kg/m² indica obesidade.

É importante lembrar que o IMC é apenas uma ferramenta inicial de triagem. Portanto, a avaliação de um profissional de saúde é essencial, pois considera também a distribuição da gordura corporal e o histórico clínico individual, resultando em um diagnóstico mais preciso e um plano de cuidados personalizado.

Quais são as principais consequências da obesidade para a saúde geral?

O excesso de peso sobrecarrega o organismo e está associado ao desenvolvimento de diversas doenças crônicas. O tecido adiposo não é apenas um depósito de gordura: ele é metabolicamente ativo e produz substâncias inflamatórias que afetam o corpo como um todo.

Entre as principais condições associadas à obesidade, destacam-se:

  • Doenças cardiovasculares: aumento do risco de hipertensão arterial, infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
  • Diabetes tipo 2: a obesidade é um dos principais fatores de risco para resistência à insulina.
  • Problemas respiratórios: como a apneia obstrutiva do sono, que compromete a qualidade do descanso.
  • Doenças articulares: sobrecarga nas articulações, principalmente nos joelhos e quadris, levando à osteoartrite.
  • Alguns tipos de câncer: maior risco de câncer de endométrio, mama e outros.

Como a obesidade afeta a fertilidade feminina?

A obesidade pode impactar a fertilidade feminina porque o excesso de tecido adiposo desregula o equilíbrio hormonal que controla o ciclo menstrual e a ovulação. Podendo tornar a concepção mais difícil.

Além disso, o acúmulo de gordura corporal também altera a produção de hormônios como o estrogênio e reduz a proteína SHBG, responsável por regular a disponibilidade hormonal. Essas mudanças podem favorecer irregularidades menstruais e a ausência de ovulação.

Dessa forma, os principais efeitos na mulher incluem:

  • Desregulação hormonal: O tecido gorduroso converte hormônios masculinos em estrogênio. Assim, o excesso pode interferir nos sinais que o cérebro envia para os ovários, podendo causar ciclos irregulares e anovulação (ausência de ovulação).
  • Piora da Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): A obesidade está frequentemente associada à SOP, condição que já compromete a ovulação. Geralmente, a perda de peso pode ajudar a regular os ciclos.
  • Menor qualidade dos óvulos: O ambiente inflamatório da obesidade pode prejudicar a qualidade dos óvulos.
  • Riscos aumentados na gestação: Mulheres com obesidade tem maior chance de diabetes gestacional, pré-eclâmpsia e cesariana.

De acordo com a Dra. Leci Amorim, especialista em reprodução assistida, a SOP “é um distúrbio que pode provocar alterações nos níveis dos hormônios e do metabolismo do açúcar. É caracterizado por menstruação irregular, alta produção ou ação do hormônio masculino (testosterona) e presença de microcistos nos ovários”.

A médica complementa que mulheres com obesidade e SOP têm mais irregularidade menstrual, maiores índices de infertilidade e mais complicações obstétricas. Além disso, a combinação de obesidade abdominal com problemas de sono (menos de 7 horas por noite) aumenta ainda mais o risco.

E a fertilidade masculina, também é impactada?

Sim. A obesidade também interfere na fertilidade masculina, principalmente por alterar os hormônios e prejudicar a produção de espermatozoides.

Segundo a Dra. Leci Amorim, “a obesidade pode afetar a produção e a qualidade dos espermatozoides, podendo comprometer a capacidade reprodutiva. A boa notícia é que essa tendência pode ser melhorada ou mesmo revertida com mudanças de estilo de vida e perda de peso”.

Os principais efeitos no homem são:

  • Redução da testosterona: o tecido adiposo converte testosterona em estradiol, diminuindo os níveis de testosterona necessários para a espermatogênese.
  • Qualidade do sêmen comprometida: obesidade pode reduzir a contagem de espermatozoides e alterar motilidade e morfologia. Embora o espermograma seja essencial, ele muitas vezes não identifica todas as causas da infertilidade masculina.
  • Temperatura escrotal elevada: o acúmulo de gordura na região genital aumenta a temperatura dos testículos, prejudicando a produção de espermatozoides ou aumentado a fragmentação do DNA espermático.
  • Disfunção erétil: mais comum devido a alterações circulatórias e hormonais associadas à obesidade.

A perda de peso pode melhorar a fertilidade?

Sim. Estudos mostram que uma perda de peso modesta (5% a 10% do peso corporal total) já pode otimizar a ovulação em muitas mulheres e melhorar a qualidade do sêmen nos homens.

Embora não garanta a gravidez, o controle do peso melhora a saúde reprodutiva e aumenta a resposta aos tratamentos de reprodução assistida, como a Fertilização in Vitro (FIV). Portanto, o caminho é sempre buscar um estilo de vida saudável: alimentação equilibrada, atividade física regular e acompanhamento médico.

No vídeo a seguir, confira outros pontos-chave que podem impactar a fertilidade em homens e mulheres.

Como a qualidade de vida impacta sua fertilidade | Huntington

Qual o primeiro passo para quem busca uma gestação e precisa controlar o peso?

O primeiro passo é buscar apoio especializado e individualizado. Se você está tentando engravidar e enfrenta desafios relacionados às consequências da obesidade, conversar com um especialista em reprodução humana é fundamental.

Na Huntington, entendemos que cada jornada é única. Por isso, nossa equipe multidisciplinar está preparada para oferecer um atendimento humano e acolhedor, integrando cuidados para a saúde reprodutiva e o bem-estar geral.

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REFERÊNCIAS

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