Falha de implantação do embrião: quais podem ser as causas?
Ginecologista conversa com paciente em consultório, abordando questões de saúde reprodutiva e falha de implantação.

Falha de implantação do embrião: quais podem ser as causas?

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A falha de implantação é um dos momentos mais desafiadores na jornada rumo à parentalidade, especialmente para casais que buscam a Fertilização In Vitro (FIV). Trata-se da dificuldade do embrião em se fixar no endométrio — a camada interna do útero —, processo essencial para o início de uma gestação.

Esse obstáculo pode ser emocionalmente doloroso e frustrante, como explica o Dr. Matheus Roque, especialista em reprodução assistida:

“A maior dificuldade hoje é entender por que a implantação falha, mesmo quando tudo parece ideal. Talvez os estudos nos levem a avanços na qualidade dos óvulos, dos embriões, e em técnicas para avaliar melhor o endométrio e sua receptividade”, afirma o especialista.

Na Huntington, reconhecemos a complexidade de cada tentativa. Por isso, nosso compromisso é oferecer informações claras, acolhimento empático e tratamentos baseados em rigor científico — ajudando você a entender essa condição e a seguir com confiança na busca pela realização do seu sonho.

O que é a falha de implantação do embrião?

A falha de implantação ocorre quando o embrião, após ser transferido para o útero (ou após a fertilização natural), não consegue se fixar e se desenvolver no endométrio. Esse é um passo fundamental para que a gravidez aconteça.

Embora ainda não exista uma definição única e universal, alguns critérios clínicos consideram a falha recorrente de implantação quando há duas ou mais transferências de embriões de boa qualidade sem sucesso em ciclos de FIV. O Dr. Matheus Roque destaca as principais dúvidas da área:

“Por que, mesmo com um embrião excelente e um endométrio teoricamente perfeito, a implantação não acontece? O que pode ser feito para modificar esse cenário?”, questiona.

É essencial entender que a implantação é um processo altamente complexo, que depende de uma sincronia precisa entre embrião e endométrio.

Quais fatores contribuem para a falha de implantação?

Em resumo, as causas da falha de implantação são multifatoriais e podem ser agrupadas em quatro categorias principais:

1. Fatores relacionados ao embrião

A qualidade do embrião é um dos elementos mais determinantes para o sucesso da implantação. Estima-se que cerca de até 2/3 das falhas estejam ligadas a anomalias embrionárias.

  • Anomalias cromossômicas: Embriões com número incorreto de cromossomos (aneuploidias) são a causa mais comum de falha de implantação e abortos precoces.
  • Desenvolvimento embrionário comprometido: Embriões que não atingem o estágio de blastocisto, ou que apresentam desenvolvimento lento ou morfologia alterada, têm menor chance de implantação.

2. Fatores relacionados ao útero

O útero precisa estar preparado para acolher o embrião. Portanto, alterações na anatomia ou no ambiente uterino podem afetar diretamente esse processo:

  • Receptividade endometrial: O endométrio deve estar em um estágio específico — conhecido como “janela de implantação” — para permitir a adesão do embrião.
  • Alterações estruturais: Pólipos, miomas submucosos, aderências (sinéquias) ou malformações uterinas, como útero septado ou bicorno, podem impedir a fixação do embrião.
  • Inflamações e infecções: Condições como a endometrite crônica podem criar um ambiente uterino desfavorável.

3. Fatores sistêmicos e imunológicos

Algumas condições clínicas e imunológicas da paciente também podem impactar a implantação:

  • Fatores imunológicos: Desregulações no sistema imune podem levar à rejeição do embrião, que é parcialmente reconhecido como “corpo estranho”.
  • Trombofilias: Distúrbios na coagulação do sangue podem comprometer a irrigação do endométrio.
  • Disfunções hormonais: Problemas na tireoide, deficiência de progesterona ou outros desequilíbrios hormonais interferem na receptividade uterina.

4. Fatores relacionados ao sêmen

A baixa qualidade espermática, principalmente quando relacionada ao estresse oxidativo e fragmentação do DNA espermático, se não cuidada adequadamente quando da realização do tratamento podem estar relacionadas com falhas na implantação e mesmo aborto.

Como a falha de implantação é diagnosticada?

O diagnóstico é baseado no histórico reprodutivo do casal, especialmente após ciclos de FIV sem sucesso, mesmo com embriões considerados viáveis.

A falha de implantação geralmente não apresenta sintomas específicos. Sendo assim, o principal sinal é a ausência de gravidez após a transferência do embrião.

A partir daí, inicia-se uma investigação detalhada para identificar as possíveis causas e definir os próximos passos do tratamento.

Quais estratégias e tratamentos podem ser adotados após uma falha de implantação?

A abordagem deve ser personalizada, considerando as particularidades de cada paciente e cada ciclo. Entre as opções estão:

Avaliação aprofundada dos embriões

  • PGT-A (Teste genético pré-implantacional): Analisa os cromossomos dos embriões para selecionar os que têm maior chance de implantação e menor risco de aborto.
  • Cultura até blastocisto: Acompanhar o desenvolvimento do embrião até o estágio mais avançado permite melhor seleção.

Otimização da receptividade endometrial

  • Histeroscopia: Exame que permite visualizar o interior do útero e corrigir alterações estruturais.
  • Teste ERA (Receptividade Endometrial): Identifica o momento ideal da janela de implantação para programar a transferência. Atualmente um teste questionado cientificamente, sendo indicado para condições específicas.
  • Tratamento de endometrite crônica: Se presente, pode ser tratada com antibióticos.
  • Terapias hormonais específicas: Administração de progesterona e outras intervenções podem melhorar a expressão de proteínas importantes para a implantação
  • Mudanças em protocolos de preparo endometrial: Existem diferentes maneiras de preparar o endométrio para a transferência embrionária. Em algumas situações as falhas podem estar relacionadas ao preparo, sendo muitas vezes indicado mudanças no protocolo de preparo endometrial.

Investigação de causas sistêmicas

  • Exames imunológicos e de trombofilias: Identificam condições que possam ser tratadas com medicamentos específicos.
  • Controle de doenças crônicas: Como diabetes e alterações na tireoide, que devem estar bem controladas antes da tentativa de gravidez.

Apoio emocional e psicológico

O impacto emocional da falha de implantação pode ser profundo. Portanto, o acompanhamento psicológico especializado ajuda os casais a enfrentarem o processo com mais equilíbrio e resiliência, além de favorecer a continuidade do tratamento.

Como a Huntington aborda casos de falha de implantação?

Na Huntington, nossa missão é oferecer um cuidado humano, científico e personalizado. Portanto, diante da falha de implantação, nossa equipe atua com:

  • Excelência médica e rigor científico: usamos as tecnologias e pesquisas mais atualizadas para diagnosticar e tratar as causas;
  • Investigação personalizada: analisamos de forma detalhada os aspectos embrionários, uterinos e sistêmicos de cada paciente;
  • Tecnologia de ponta: utilizamos recursos como o PGT-A e o EMBRYOSCOPE  para aumentar as chances de sucesso;
  • Apoio multidisciplinar: equipe com médicos, embriologistas e psicólogos para garantir um cuidado integral.

É possível ter sucesso após uma falha de implantação?

Sim, é possível! Muitos casais conseguem realizar o sonho da gestação após uma ou mais falhas de implantação, especialmente quando recebem um plano de tratamento individualizado e baseado em evidências.

“Queremos sempre o sucesso logo na primeira tentativa, mas às vezes é preciso persistir. Quando a paciente tem uma boa experiência, ela encontra força para continuar — e isso aumenta as chances de sucesso”, afirma o Dr. Matheus Roque.

Com o suporte certo, a maioria dos casais supera esse obstáculo e alcança uma gravidez bem-sucedida.

A jornada até a parentalidade pode ser longa, mas com equipe dedicada, diagnóstico preciso e estratégias adequadas, as chances de sucesso aumentam significativamente. Na Huntington, estamos aqui para ouvir sua história e ajudar a construir o melhor caminho para o seu futuro.

Se você já passou por uma falha de implantação e busca novas respostas, agende uma consulta com nossos especialistas. Você não está sozinho nessa jornada!

Quer entender mais sobre a FIV? Assista ao vídeo abaixo e conheça cada fase do processo.

Passo a passo da FIV: entenda o tratamento | Huntington

REFERÊNCIAS

JIANG, N. X.; LI, X. L. The complicated effects of extracellular vesicles and their cargos on embryo implantation. Frontiers in Endocrinology, Jun. 2021. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2021.681266. Acesso em: 23 set. 2025.

MA, J.; GAO, W.; LI, D. Recurrent implantation failure: a comprehensive summary from etiology to treatment. Frontiers in Endocrinology, jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2022.1061766. Acesso em: 23 set. 2025.

MUTER, J. et al. Human embryo implantation. Development (Cambridge, England), maio 2023. DOI: https://doi.org/10.1242/dev.201507. Acesso em: 23 set. 2025.

PANTOS, K. et al. The role of interleukins in recurrent implantation failure: a comprehensive review of the literature. International Journal of Molecular Sciences, fev. 2022. DOI: https://doi.org/10.3390/ijms23042198. Acesso em: 23 set. 2025.

ZEHORAI, E. et al. Enhancing uterine receptivity for embryo implantation through controlled collagenase intervention. Life Science Alliance, ago. 2024. DOI: https://doi.org/10.26508/lsa.202402656. Acesso em: 23 set. 2025.

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