Reprodução humana assistida: técnicas para realizar o sonho da gestação
A reprodução humana assistida representa um caminho de esperança para muitas pessoas e casais que sonham em construir uma família. Trata-se de um conjunto de técnicas e procedimentos médicos que auxiliam no processo de concepção quando a gravidez não ocorre de forma espontânea, tornando-se uma aliada fundamental diante de diferentes desafios de fertilidade.
Com os avanços da medicina reprodutiva, esses tratamentos se tornaram mais seguros e eficazes, abrindo portas para que diversos projetos de vida se concretizem. Portanto, entender como funcionam e para quem são indicados é o primeiro passo de uma jornada que acolhemos com dedicação e cuidado.
O que é reprodução humana assistida?
A reprodução humana assistida é a área da medicina que intervém para facilitar a gravidez. Ela engloba diferentes tratamentos que envolvem a manipulação de gametas, que são os óvulos (gametas femininos) e os espermatozoides (gametas masculinos), ou de embriões, com o objetivo de aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida.
É importante ressaltar que as tecnologias de reprodução humana assistida estão em constante e rápida evolução. Por isso, o acompanhamento de especialistas é essencial para tomar decisões seguras e conscientes durante todo o processo.
Esses procedimentos podem ser de baixa ou alta complexidade, variando de acordo com a necessidade de cada pessoa ou casal. A escolha da técnica mais adequada depende de uma investigação médica detalhada, que considera fatores como a idade, o histórico de saúde e as causas da dificuldade para engravidar.
Quando a reprodução assistida é indicada?
A busca por um especialista em reprodução humana assistida é um passo importante e pode ocorrer em diversas situações. Isso porque o acompanhamento médico individualizado é essencial para diagnosticar a causa e definir o melhor caminho a seguir. As indicações mais comuns incluem:
Dificuldade para engravidar
Geralmente, a investigação é sugerida para casais que tentam engravidar há mais de 12 meses sem sucesso (ou 6 meses, se a mulher tiver mais de 35 anos). Diversos fatores podem estar envolvidos, como:
- Fatores femininos: como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou obstruções nas trompas;
- Fatores masculinos: como baixa contagem ou motilidade dos espermatozoides;
- Infertilidade sem causa aparente (ISCA): quando nenhum fator específico é identificado nos exames.
A Dra. Gabriella de Oliveira, especialista em reprodução assistida, enfatiza a importância de buscar auxílio profissional sem demora:
“Não se pode demorar demais para buscar a ajuda de um especialista em reprodução assistida, quando o casal não consegue engravidar naturalmente”, afirma.
Produção independente
Mulheres que desejam realizar o sonho da maternidade de forma independente podem recorrer à reprodução assistida.
Nesses casos, utiliza-se sêmen de um doador, proveniente de um banco de gametas, para realizar a fertilização por meio de técnicas como a inseminação intrauterina ou a fertilização in vitro.
Casais homoafetivos
A medicina reprodutiva também oferece caminhos para que casais homoafetivos possam construir suas famílias.
Para casais de mulheres, o processo é semelhante ao da produção independente. Para casais de homens, o tratamento envolve a fertilização in vitro com óvulos de uma doadora e a gestação em um útero de substituição, também conhecido como “barriga solidária”.
Preservação da fertilidade
A reprodução assistida também é uma ferramenta para quem deseja planejar o futuro. O congelamento de óvulos ou espermatozoides é indicado para:
- Pacientes oncológicos: que passarão por tratamentos como quimioterapia ou radioterapia, que podem afetar a fertilidade;
- Preservação social da fertilidade: mulheres que não têm o desejo de engravidar no momento, mas querem assegurar a possibilidade no futuro.
No vídeo a seguir, entenda como a reprodução assistida vai além da infertilidade e explore as possibilidades:
Quais são as principais técnicas de reprodução assistida?
Os tratamentos são divididos em categorias de baixa e alta complexidade, dependendo do nível de intervenção laboratorial. A definição da melhor abordagem é sempre feita pelo médico especialista em conjunto com o paciente ou casal.
Baixa complexidade: coito programado e inseminação intrauterina (IIU)
Nos tratamentos de baixa complexidade, a fecundação (o encontro do óvulo com o espermatozoide) ocorre dentro do corpo da mulher. As duas principais técnicas são:
- Coito programado: consiste na estimulação da ovulação com medicamentos e no acompanhamento do crescimento dos folículos ovarianos por ultrassonografia. O médico indica o período mais fértil para o casal intensificar as relações sexuais;
- Inseminação intrauterina (IIU): também conhecida como inseminação artificial, segue a mesma etapa de estimulação ovariana. No período fértil, uma amostra de sêmen, previamente preparada em laboratório para selecionar os melhores espermatozoides, é inserida diretamente no útero da mulher.
Alta complexidade: fertilização in vitro (FIV)
A Fertilização In Vitro (FIV) é o tratamento de alta complexidade mais conhecido. Nele, a fecundação acontece em laboratório. O processo geralmente segue as seguintes etapas:
- Estimulação ovariana: a mulher utiliza medicamentos hormonais para estimular a produção de um maior número de óvulos. Nesta fase, a dosagem dos medicamentos que estimulam os ovários, como o hormônio FSH, é cuidadosamente personalizada. Essa individualização é feita com base em exames específicos, como a análise do hormônio AMH, que ajuda a otimizar as chances de sucesso do tratamento;
- Coleta de óvulos e espermatozoides: ocorre a coleta dos óvulos por meio de um procedimento simples, chamado punção folicular. No mesmo dia, o sêmen também é coletado;
- Fecundação em laboratório: os óvulos e espermatozoides são unidos em laboratório para que a fertilização ocorra;
- Cultivo embrionário: os embriões formados são cultivados em uma incubadora por alguns dias, onde seu desenvolvimento é acompanhado;
- Transferência dos embriões: o embrião de melhor qualidade é selecionado e transferido para o útero da mulher.
Qual a diferença entre inseminação artificial e fertilização in vitro?
A principal diferença entre a inseminação intrauterina (IIU) e a fertilização in vitro (FIV) está no local onde ocorre a fecundação. Na IIU, o encontro do óvulo com o espermatozoide acontece nas trompas, dentro do corpo feminino. Já na FIV, esse encontro é realizado em laboratório, fora do corpo.
Por essa razão, a FIV é indicada para casos mais complexos, como obstruções nas trompas ou fatores masculinos graves, enquanto a IIU pode ser uma opção para casos de infertilidade mais leves.
Como saber qual é o tratamento mais indicado para mim?
Não existe apenas uma resposta para essa pergunta, pois cada jornada é única. Na verdade, a escolha do tratamento de reprodução assistida mais adequado depende de uma avaliação médica completa, que levará em conta a idade, a reserva ovariana, a qualidade do sêmen, o histórico clínico e, acima de tudo, os objetivos e desejos de cada pessoa.
Portanto, é fundamental realizar uma consulta com um especialista em reprodução humana. Durante a conversa, ele irá solicitar os exames necessários para um diagnóstico preciso e, a partir dos resultados, poderá apresentar as opções de tratamento, explicando as taxas de sucesso e os passos de cada procedimento.
O papel do acolhimento e do atendimento individualizado na jornada
Entendemos que a jornada da reprodução assistida vai além dos procedimentos técnicos. Ela envolve sonhos, expectativas, ansiedades e uma grande carga emocional. Por isso, um atendimento humano, empático e individualizado faz toda a diferença para que você se sinta seguro e acolhido em cada etapa.
De acordo com a Dra. Gabriella de Oliveira, especialista em reprodução assistida, “o principal objetivo de um tratamento humanizado e individualizado é aumentar as chances de uma gravidez segura e saudável para quem procura pela reprodução assistida”.
A médica complementa que a medicina integrativa busca olhar o ser humano como um todo, o orgânico e o mental, e que “a individualização é crucial para o melhor resultado possível, o que exige uma equipe multidisciplinar”.
Um atendimento especializado é fundamental não apenas para o conforto emocional, mas também para o controle rigoroso da contaminação microbiana nos procedimentos. Embora seja um risco muitas vezes subestimado, um controle eficaz é vital para proteger os embriões e aumentar as chances de sucesso da gravidez.
Desde a primeira consulta até a realização do tratamento, o suporte de uma equipe multidisciplinar e a clareza nas informações são pilares para construir uma relação de confiança. A jornada para a realização do sonho de ter um filho pode ser complexa, mas você não precisa percorrê-la sem apoio.
Se você está enfrentando dificuldades para engravidar ou deseja conhecer as possibilidades para construir sua família, dar o primeiro passo é fundamental. Agende uma consulta na Huntington e converse com um de nossos especialistas.
Estamos aqui para ouvir sua história e ajudar a traçar o melhor caminho para você!
REFERÊNCIAS
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