Cólica menstrual forte: pode ser endometriose? | huntington
Mulher com expressão de dor e as mãos na barriga, representando cólica menstrual muito forte, um possível sintoma de endometriose.

Cólica menstrual muito forte: pode ser endometriose?

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Uma cólica menstrual muito forte pode ser um sinal de que seu corpo merece uma atenção especial. Embora sentir algum desconforto durante o período menstrual seja comum, uma dor incapacitante não deve ser normalizada.

A endometriose, uma das principais condições de saúde associadas a essa dor intensa, afeta cerca de 190 milhões de mulheres em todo o mundo, causando dores severas e problemas de fertilidade significativos que exigem atenção médica.

Neste artigo, entenda quando a cólica deixa de ser comum e passa a ser um sinal de alerta para diagnosticar endometriose precocemente!

O que diferencia uma cólica comum de uma cólica menstrual muito forte?

A cólica menstrual, ou dismenorreia, é classificada em dois tipos: a dismenorreia primária e a secundária.

dismenorréia primária é a cólica que a paciente sempre teve desde a adolescência, geralmente de intensidade leve a moderada, que pode começar um pouco antes da menstruação e durar de um a três dias, melhorando com analgésicos simples.

Já a dismenorreia secundária é provocada por alguma condição patológica do sistema reprodutivo, pode surgir na fase adulta e ter uma piora progressiva ao longo do tempo. Nesse caso, a cólica menstrual pode ser de forte intensidade, interferindo nas atividades diárias como trabalhar ou estudar.

Quando essa dor intensa começa na adolescência, atrapalha a rotina e piora progressivamente, pode ser um sinal comum de endometriose. A dor tende a piorar com o tempo e não alivia facilmente com medicamentos comuns.

Por isso, é importante estar atenta: uma cólica menstrual intensa que afeta significativamente sua qualidade de vida é um dos principais sinais de alerta para a endometriose, uma condição crônica que merece atenção.

Quais outros sintomas podem estar associados à endometriose?

A endometriose ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero, cresce fora da cavidade uterina. Além da cólica intensa, essa condição pode se manifestar por meio de outros sinais que merecem atenção.

De modo geral, é importante observar se a dor intensa vem acompanhada de outros sintomas, como:

  • Dor pélvica crônica, mesmo fora do período menstrual;
  • Dor durante ou após as relações sexuais;
  • Fluxo menstrual muito intenso ou irregular;
  • Dor para urinar ou evacuar, especialmente durante a menstruação;
  • Fadiga crônica, inchaço abdominal e náuseas;
  • Infertilidade.

Além disso, vale destacar que algumas mulheres podem não apresentar todos os sintomas ou, em alguns casos, serem assintomáticas. Por isso, o acompanhamento médico regular é fundamental.

A endometriose é a única causa para cólicas menstruais intensas?

Não, a endometriose é uma das causas mais comuns, mas não é a única. Outras condições ginecológicas também podem causar cólicas menstruais muito fortes e precisam ser investigadas por um especialista.

Entre as possíveis causas estão:

  • Adenomiose: Quando o tecido endometrial cresce na parede muscular do útero;
  • Miomas uterinos: Tumores benignos que se desenvolvem no útero;
  • Doença inflamatória pélvica (DIP): Uma infecção dos órgãos reprodutivos;
  • Estenose cervical: Um estreitamento da abertura do colo do útero.

Contudo, apenas um profissional de saúde pode realizar o diagnóstico correto a partir de uma avaliação detalhada e exames específicos.

Como é feito o diagnóstico da endometriose?

O caminho para o diagnóstico começa com uma conversa detalhada com um médico, que irá avaliar seu histórico de saúde e sintomas. No entanto, o exame ginecológico clínico é o primeiro passo e pode fornecer pistas importantes.

Para confirmar a suspeita, o especialista pode solicitar exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal específico para mapeamento de endometriose ou a ressonância magnética da pelve. Em alguns casos, a videolaparoscopia pode ser indicada para visualizar diretamente os focos da doença.

Qual a relação entre endometriose, cólicas e infertilidade?

Segundo a Dra. Fernanda Rodrigues, especialista em laparoscopia e histeroscopia, “quando se trata de fertilidade, a endometriose representa um grande desafio. Dependendo do grau de lesão, o comprometimento das tubas uterinas e a diminuição da qualidade dos óvulos podem tornar a gravidez natural mais difícil.”

A inflamação crônica e as aderências causadas pela condição podem afetar o funcionamento dos ovários e das trompas, além de alterar o ambiente uterino. Estima-se que cerca de 30% a 50% das mulheres com endometriose possam apresentar dificuldade para engravidar.

Por essa razão, investigar a causa de uma cólica menstrual muito forte não é apenas uma questão de qualidade de vida, mas também de planejamento familiar. O diagnóstico precoce permite iniciar o tratamento adequado para controlar a dor e preservar a fertilidade.

Quando devo procurar ajuda médica especializada?

Você deve procurar um médico especialista se a sua dor menstrual apresentar algumas características específicas.

Uma cólica menstrual intensa que não melhora com o tratamento convencional, por exemplo, é um forte alerta, especialmente para adolescentes. Dados indicam que a endometriose atinge de 65% a 75% das jovens com esses sintomas, tornando o diagnóstico precoce ainda mais essencial.

Além disso, é relevante saber que cólicas menstruais intensas e incapacitantes podem ter uma base genética. Essa predisposição pode estar ligada a outras condições de dor severa, como enxaqueca e dor crônica, indicando uma complexidade maior na origem da dor.

  • É tão intensa que impede você de realizar suas atividades rotineiras;
  • Não melhora com o uso de analgésicos e anti-inflamatórios comuns;
  • Piora progressivamente a cada ciclo menstrual;
  • Vem acompanhada de outros sintomas, como dor na relação sexual ou alterações intestinais.

A Dra. Fernanda Rodrigues reforça que “o tratamento da endometriose é desafiador, pois a doença varia de leve a grave e tem evolução imprevisível.” Ela também explica que, por isso, é importante que toda paciente saiba que não existe um consenso único sobre o tratamento, e que o estudo das possibilidades deve ser sempre individualizado e personalizado.

Sua dor é real e válida! Portanto, não normalize o que te impede de viver plenamente. Um especialista em saúde da mulher poderá investigar a causa do seu desconforto, oferecer um diagnóstico preciso e indicar o melhor tratamento para o seu caso.

Cuidar da sua saúde é o primeiro passo para realizar seus sonhos. Então, se você se identifica com os sinais descritos, agende uma consulta para uma avaliação completa e encontre o caminho para o seu bem-estar.

Quer saber mais sobre a relação entre endometriose e fertilidade? Assista ao bate-papo da Dras. Michele Panzan e Fernanda Rodrigues sobre o tema:

Bate-Papo Endometriose

REFERÊNCIAS

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GIUDICE, L. C. et al. Endometriosis in the era of precision medicine and impact on sexual and reproductive health across the lifespan and in diverse populations. The FASEB Journal, Aug. 2023. DOI: https://doi.org/10.1096/fj.202300907. Disponível em: https://doi.org/10.1096/fj.202300907. Acesso em: 09 set. 2025.

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