Dieta da fertilidade ajuda casais a engravidar

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    “Você é aquilo que come”. Essa frase famosa faz ainda mais sentido quando um casal deseja engravidar. Afinal, da união dos dois, uma vida será formada. Por isso, a alimentação pode trazer benefícios ou malefícios, tudo vai depender das suas escolhas.

    “Quando o casal está se programando para engravidar, o mais importante é fazer uma prevenção da fertilidade, que começa com hábitos de vida saudáveis. O consumo de bebidas alcoólicas, o fumo, as drogas, alguns medicamentos e, principalmente, a obesidade podem ser considerados empecilhos à fertilidade”, explica a ginecologista especialista em reprodução humana Fernanda Rodrigues, da Huntington Medicina Reprodutiva.

    A obesidade pode afetar de forma direta a fertilidade. “A maioria das pacientes obesas não ovula. Muitas delas ficam sem menstruar por longos períodos. Os hábitos saudáveis são tão importantes que, somente com a redução do peso e prática de exercícios, elas já conseguem regular o ciclo hormonal e voltar a ovular, e engravidam”, diz a médica.

    Como metade da carga genética do embrião vem do homem, o excesso de peso também afeta a fertilidade masculina. “A obesidade pode provocar um desarranjo hormonal e prejudicar a formação do espermatozoides e sua qualidade”.

    Alimentos específicos 
    Segundo a ginecologista, não há um alimento específico que ajuda na fertilidade. O importante é sempre ter um equilíbrio. “Não existe uma vitamina milagrosa que faça a pessoa engravidar. Mas as vitaminas têm que estar reguladas e a alimentação ser saudável”.

    Diminuir alimentos com alto índice de açúcar no sangue (doces e farinha branca) e dar preferência aos de baixo índice glicêmico (arroz integral, aveia, milho e batata doce, por exemplo) são outras orientações da médica para regular o nível de hormônios em homens e mulheres.

    “Também indico consumir mais proteínas vegetais, como soja, feijão, grãos de um modo geral, e diminuir a ingestão de proteínas animais, como as carnes vermelhas. O brasileiro consome muita proteína animal e a necessidade do organismo não é tão grande. Essa alimentação balanceada pode ajudar na fertilidade, mas não existe uma fórmula mágica”, destaca.
    Vegetarianos 
    Se algumas pessoas comem carne em excesso, outras preferem cortá-la do cardápio, como é o caso dos vegetarianos. Nesses casos, Fernanda recomenda investir nas proteínas de origem vegetal.

    De acordo com a médica especialista em reprodução humana Michele Panzan, homens e mulheres vegetarianos precisam rever as regras alimentares na época em que decidirem engravidar. “O ideal é procurar um médico ou nutricionista para avaliar bem a situação. Pode haver a necessidade de compensar a carência de alguns nutrientes. Mulheres vegetarianas, por exemplo, costumam apresentar deficiência de zinco, importante mineral para a função reprodutiva que pode ser encontrado em ostras, carne vermelha, fígado de galinha e feijão”, afirma.

    “A alimentação equilibrada diminui as chances de abortamentos, diabetes, pressão alta, do bebê nascer com baixo peso ou maior do que esperado”, diz a médica Fernanda.

    A dieta da fertilidade

     Idade  

    Menos de 35 anos

    É possível esperar um ano para buscar ajuda médica. Ao longo do ano, a maioria dos casais engravida. A maior parte nos primeiros seis meses, cerca de 80%. Se você não engravidar nesse período, é indicado procurar ajuda de um especialista.

    Mais de 35 anos

    Se você não engravidou até completar os seis meses, o ideal é procurar ajuda. A idade é o principal fator prognóstico para a gestação. Quanto mais tempo esperar, talvez seja mais difícil conseguir um resultado final.

     Alimentos aliados da gestação

    Licopeno – É um antioxidante muito estudado, porque atua na regulação hormonal dos ovários, o que pode colaborar na regulação do ciclo ovulatório. Está presente no tomate, caqui, pitanga, morango, melancia e goiaba vermelha.

    Ômega 3 e 6 – Possui ação anti-inflamatória e protege o aparelho reprodutor feminino. Encontrado no azeite, oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas, semente de abóbora, macadâmia, etc), linhaça e peixes (salmão, atum, sardinhas, anchovas).

    Vitamina E – Ela melhora as funções do endométrio e do útero, aumentando a vascularização da região. Para o homem, esta vitamina melhora a qualidade dos espermatozoides. Está presente em oleaginosas, grãos integrais, óleos vegetais, grão de soja, couve, agrião, azeitonas e leite enriquecido.

    Ferro – É importante para a formação dos glóbulos vermelhos. Em baixa, há o prejuízo da circulação sanguínea, o que prejudica a ovulação e pode estar relacionado ao mau desenvolvimento do feto. Encontrado em carne, vegetais verde-escuros e leguminosas.

    Zinco – É um mineral importante para o casal, pois ele é fundamental na produção dos espermatozoides e contribui com os hormônios femininos. Presente nas nozes, carne bovina, gérmen de trigo, ostras, feijão.

    Ácido fólico – Ele não pode faltar durante a gestação. É muito importante a ingesta de ácido fólico durante a gravidez, tanto que todas as gestantes precisam fazer uma reposição de ácido fólico, porque a deficiência dessa substância está relacionado à má formação do sistema nervoso Central do bebê. Além do comprimido, o ácido fólico está presente na alimentação. Os principais alimentos que contém o ácido são feijão, espinafre e fígado. Peixes de um modo geral, ovos e derivados do leite também possuem a substância.

    Evite: o sal em excesso e os temperos prontos prejudicam a circulação sanguínea, aumentam a retenção de líquidos e, consequentemente, resultam em toxinas acumuladas. Produtos industrializados e prontos, como congelados, hambúrgueres e pizzas devem ser evitados, pois são ricos em sódio e deficientes em vitaminas, minerais e antioxidantes, importantes e fundamentais para a fertilidade.

    Publicado no Jornal A Gazeta de Vitória, do Espírito Santo.

    Dra. Fernanda de Paula Rodrigues, especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.

    Fernanda Rodrigues

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