Endometriose e FIV: qual a relação?

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    Endometriose é uma condição que afeta 7 milhões de brasileiras em idade reprodutiva, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), podendo causar sintomas como cólicas fortes e dores nas relações sexuais e está bastante associada à infertilidade feminina.

    Essa doença é a mais estudada no campo da ginecologia, mas ainda não se sabe ao certo os motivos exatos que levam à sua ocorrência.

    Apesar de colocar em risco o sonho da maternidade, com o crescente avanço da medicina reprodutiva, é perfeitamente possível que mulheres com essa enfermidade possam ter filhos.

    Esse é o seu caso? Se sim, acompanhe a leitura!

    Endometriose: o que é, qual a sua relação com a fertilidade, FIV e outros tratamentos

    A endometriose é caracterizada pelo crescimento desordenado do endométrio, tecido que reveste o útero e que todo mês é expelido na menstruação.

    O tecido de endométrio invade outros órgãos como: ovário, tubas uterinas, intestino, bexiga, apêndice e vagina, locais estes que não deveriam conter células do endométrio.

    Mesmo fora do útero, o endométrio tem seu crescimento estimulado pelos hormônios do ciclo menstrual e, no momento da menstruação, descama junto do tecido original, que está no útero. Deste modo, o endométrio em uma localização inadequada provoca inflamação que pode causar dor e alterações da função dos orgãos afetados.

    Endometriose e fertilidade: qual a relação

    Um estudo publicado na revista científica Journal of Assisted Reproduction and Genetics, indicou que entre 30% e 50% das mulheres com endometriose são inférteis.

    A razão mais comum para isso é que o crescimento do endométrio nas tubas uterinas, ou nos ovários, estimula uma reação inflamatória nesses órgãos.

    Isso, além de prejudicar os óvulos, pode levar à formação de fibroses, que danificam essas estruturas e, em alguns casos, até obstruem as tubas uterinas, impedindo a fecundação.

    Por outro lado, há uma luz sobre o problema. Um estudo recente, publicado na revista Translational Medicine, está ajudando a ciência a compreender mais sobre a relação da doença com a infertilidade.

    Os pesquisadores acreditam que a raiz da questão pode estar em uma enzima, chamada HDAC3, que é encontrada no revestimento uterino e é importante no controle de proteínas relacionadas com o preparo do útero para a gestação.

    Ao analisar mulheres inférteis com endometriose, eles perceberam que todas elas tinham uma deficiência desta enzima, levando a acreditar que a falta da HDAC3 não estimula o útero a sofrer mudanças importantes para favorecer a gestação, dificultando a implantação do embrião.

    Mas, graças ao avanço das técnicas de reprodução assistida, muitas vezes, a condição não impossibilita o sonho de ser mãe, e o tratamento mais indicado para mulheres com endometriose e alterações na função das trompas uterinas é a fertilização in vitro ( FIV).

    A fertilização in vitro pode ser uma boa solução para quem tem endometriose e deseja engravidar!

    Neste tratamento, a mulher toma medicamentos que induzem à ovulação. Posteriormente, os óvulos são extraídos e a fertilização com o espermatozóide é feita em laboratório.

    Com o sucesso da fecundação, o embrião é diretamente implantado no útero.

    Vale ressaltar também que um novo estudo publicado pela Rede Latino-Americana de Infertilidade, demonstrou que a endometriose não reduziu a taxa de fertilização, gestação clínica e o número de nascidos vivos, quando comparado com mulheres que não apresentam a enfermidade e também fazem a fertilização in vitro.

    Além da FIV, existem outros tratamentos disponíveis para lidar com esta doença, vamos conhecê-los a seguir.

    Outros tratamentos disponíveis para quem tem endometriose e deseja engravidar

    O tratamento varia de acordo com os sintomas e com a forma de manifestação.

    Em casos leves, quando a reserva de óvulos e a função das trompas é normal, o uso de medicamentos para estimular a ovulação e ter relações sexuais programadas de acordo com o período fértil analisado por meio de ultrassom transvaginal seriado pode ser eficaz. Nestes casos, a inseminação intra-uterina também pode ajudar.  Já em casos mais graves, como os em que ocorrem com lesões ou obstruções intestinais, pode ser necessário recorrer à cirurgia para remoção das lesões.

    Se tratando da infertilidade, nos estágios mais leves em mulheres até 35 anos, com boa reserva de óvulos  e com parceiro sem alterações de sêmen um tratamento com cirurgia pode também restaurar a fertilidade e possibilitar uma gravidez natural. Mas, quando as manifestações são mais graves, como os de obstrução da trompas uterinas, a FIV é a opção mais indicada como falamos acima

    Uma grande dúvida entre mulheres com endometriose que desejam engravidar, é se elas precisam realizar a cirurgia antes de tentar a FIV para uma maior taxa de sucesso.

     Existem diversos estudos a esse respeito e a conclusão é que se deve individualizar cada caso. Na maioria das vezes , não é necessária a realização da cirurgia antes da FIV, pois não irá aumentar as chances de sucesso de gravidez. Porém em casos específicos de endometriose mais extensa, principalmente com lesões intestinais ou em mulheres que fizeram outras tentativas prévias de FIV sem sucesso a cirurgia pode ser indicada e pode favorecer os resultados da FIV..

    Conclusão

    A endometriose é um distúrbio bastante comum, que, para algumas mulheres, não é fonte de grandes incômodos, mas, para outras é bastante penoso conviver com essa doença.

    Caso a mulher sofra com a condição e tenha dificuldade para engravidar, é muito importante procurar tratamento, pois, como apontamos, a FIV pode ser uma grande aliada!

    Ah, e antes de decidir se vai recorrer ou não à FIV, busque uma clínica especializada em reprodução assistida.

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