Endometriose profunda e endometriose comum: qual a diferença?

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    Você já ouviu falar sobre a endometriose? Essa é uma condição mais comum do que muitos imaginam. De acordo com a pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 176 milhões de mulheres têm a doença, sendo 7 milhões brasileiras. Entre todas as mulheres, podemos dividir o grupo de pessoas que têm endometriose superficial e outro com pacientes que possuem endometriose profunda.

    Por isso, é importante que qualquer sintoma identificado deve ser dito ao médico para a paciente poder ser assistida o mais rápido possível. Não só para ter a certeza da condição, mas também entender qual é o tipo da endometriose e avaliar o tratamento necessário.

    Afinal, você conhece a endometriose? 

    A endometriose é uma doença crônica ginecológica em que o tecido semelhante ao endométrio, que reveste o interior do útero, cresce fora dele. Essa condição pode causar dor, infertilidade e outros problemas de saúde na paciente. 

    Vale ressaltar que a endometriose pode afetar os ovários, tubas, revestimento da pelve (peritônio) e, em casos mais graves, pode acometer outros órgãos (como bexiga e intestino) e se estender além das áreas pélvicas.

    Tipos de endometriose 

    A endometriose pode ser classificada em dois tipos: superficial, ou profunda. Vamos conhecer um pouco mais de cada uma. 

    Endometriose superficial: caracteriza-se pela presença de implantes endometriais superficiais no peritônio, a membrana que reveste a cavidade abdominal.

    Endometriose profunda: a forma mais grave da endometriose, geralmente apresentando cistos ovarianos e/ou penetrando profundamente os tecidos subjacentes,  incluindo órgãos como intestinos, bexiga e ureteres.

    Endometriose superficial 

    Como dito antes, a endometriose superficial é uma condição ginecológica na qual o revestimento interno do útero cresce fora do útero, mas de forma rasa, limitando-se às camadas superficiais do peritônio que envolve os órgãos dentro da cavidade pélvica. 

    Sintomas da endometriose 

    A endometriose comum pode causar sintomas como dor pélvica  de intensidade variável, geralmente em   cólica e relacionada ao ciclo menstrual (dismenorreia), Mas ela tb pode ocorrer fora do ciclo menstrual, perto da ovulação ou de maneira crônica, independente do ciclo.

    Durante o período, a mulher também pode sentir dor ao urinar ou evacuar, além de ter um fluxo menstrual intenso e com coágulos (menorragia). 

    Outro sintoma frequente é dor durante ou após a relação sexual. Mas é válido lembrar que existe um percentual de pacientes que podem apresentar sintomas brandos que passam despercebidos  e até podem apresentar somente quadro de dificuldade de engravidar. Assim, é sempre importante pensar em endometriose em mulheres vivenciando infertilidade.

    A endometriose profunda tende a causar sintomas mais severos e abrangentes, como dor pélvica severa que pode ser constante e não relacionada ao ciclo menstrual. 

    Também é possível sentir dor ao evacuar, diarreia, constipação, inchaço abdominal, e, em casos graves, obstrução intestinal. Já no sistema urinário, pode ter dor ao urinar, urgência e frequência urinária aumentada.

    Nem sempre a severidade da doença se relaciona com o grau de dor, mas sim com risco de infertilidade e grau de dificuldade.

    Causas da endometriose 

    Existem algumas teorias tentando explicar a origem da endometriose , como: 

    • Menstruação Retrógrada: fluxo menstrual que  retorna pelas tubas para a cavidade pélvica, durante a menstruação.
    • Transformação Celular: células do peritônio se transformam em células endometriais.
    • Transporte de Células Endometriais: através do sistema linfático ou sanguíneo.
    • Fatores Imunológicos e Genéticos: influência destes no controle e predisposição genética da doença.

    Qual é o tratamento?

    O tratamento da endometriose pode ser medicamentoso ou cirúrgico – caso esse método seja o único eficaz -, geralmente direcionado pela gravidade dos sintomas, além do desejo reprodutivo da mulher.

    Quando o médico e o paciente decidem fazer o tratamento medicamentoso, a primeira tática é para controle da dor, principalmente para as pacientes que não desejam gestação e/ou apresentam poucas lesões. 

    Inicialmente, o tratamento é realizado com analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), evoluindo para terapias hormonais, como contraceptivos (combinados ou apenas com progestágenos). Como exceção, o uso de análogos agonistas de GnRH, para suprimir a menstruação e reduzir o crescimento do tecido endometrial também podem fazer parte do tratamento, mas geralmente associado a tratamento cirúrgico. 

    Em casos de sintomas debilitantes, refratários ao tratamento medicamentoso ou até como opção preventiva para quem deseja gestar, a videolaparoscopia pode ser indicada para a remoção dos implantes endometriais no peritônio, nos ovários ou  de outros órgãos acometidos.

    Além disso, é possível a ginecologista indicar dicas de estilo de vida que podem ajudar no tratamento da inflamação e da dor, como exercícios físicos, dieta equilibrada, técnicas de relaxamento e fisioterapia pélvica.

     Essa doença tem cura? 

    Considera-se que a endometriose, seja superficial ou profunda, não tem cura, mas os sintomas podem ser gerenciados de maneira eficaz com tratamento médico, cirúrgico e mudanças no estilo de vida. 

    Em muitos casos, a menopausa natural pode levar à regressão dos sintomas devido à diminuição dos níveis hormonais. No entanto, para mulheres jovens ou aquelas em idade fértil, o objetivo do tratamento é aliviar a dor, melhorar a fertilidade e melhorar a qualidade de vida.

    Procure um ginecologista 

    Se você suspeita que pode ter endometriose ou está sentindo sintomas relacionados, é fundamental procurar um ginecologista para uma avaliação completa e para discutir as melhores opções de tratamento para o seu caso. O acompanhamento médico é essencial para manejar a condição, reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

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