Infertilidade feminina e idade: qual a relação? | Huntington
Infertilidade feminina e idade: qual a relação entre a fertilidade e o envelhecimento?

Infertilidade feminina e idade: qual a relação entre a fertilidade e o envelhecimento?

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A fertilidade feminina está diretamente ligada à idade da mulher. Desde o nascimento, os ovários já carregam todos os óvulos que ela terá ao longo da vida. Uma menina nasce com cerca de um milhão de folículos, ou seja, as estruturas que contêm os óvulos. No entanto, esse número diminui naturalmente com o tempo.

Na puberdade, restam cerca de 300 mil, e ao longo dos anos reprodutivos, apenas cerca de 300 a 400 óvulos serão efetivamente ovulados. O restante se perde por um processo natural chamado atresia, uma degeneração progressiva que ocorre independentemente de gravidez, uso de anticoncepcional ou tratamentos de fertilidade.

Com o passar dos anos, tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos diminui. A partir dos 30 anos, essa redução se torna mais acelerada, e por volta dos 35, a fertilidade começa a cair de forma mais perceptível. No entanto, ao contrário da ideia de que existe um “abismo” de fertilidade aos 35 anos, especialistas apontam que a queda é gradual.

A fertilidade é influenciada por uma diversidade de fatores, entre eles, o envelhecimento se destaca. Por isso, entender como o tempo influencia a fertilidade é essencial para que mulheres possam planejar seus projetos de maternidade de forma mais consciente.

Infertilidade feminina: qual a chance de engravidar de cada faixa etária?

A chance de engravidar naturalmente por ciclo é de cerca de 20% aos 30 anos, cerca de apenas 3,5% enfrentam dificuldades para engravidar nessa fase. No entanto, a partir dos 35 anos, esse cenário começa a mudar significativamente: apenas cerca de 10% dos óvulos ainda estão disponíveis, e a taxa de infertilidade sobe para 11%.

Ainda assim, muitas mulheres conseguem engravidar após os 35, especialmente com orientação médica. Segundo a BBC, um estudo acompanhou mulheres na faixa dos 30 que não haviam concebido após um ano de tentativas, embora mais da metade tivesse engravidado naturalmente após dois anos, se o seu parceiro era mais jovem; se o parceiro tinha 40 anos, 43% foram bem sucedidas.

Por outro lado, aos 40 anos a reserva ovariana diminui ainda mais. Registram-se apenas cerca de 2,5% dos óvulos com os quais a mulher nasceu, e a infertilidade pode afetar até 87% das mulheres. Já por volta dos 50 anos, a maioria das mulheres já não é mais fértil, marcando o fim do período reprodutivo.

Vale destacar ainda que situações específicas como tratamento contra o câncer e endometriose podem alterar a reserva ovariana de maneira precoce. Ainda que não impeça a gravidez, estima-se que 30% a 50% das mulheres com endometriose terão dificuldade para engravidar.

Mulheres que convivem com doenças autoimunes como por exemplo Lúpus Eritematoso Sistêmico, Síndrome do Anticorpo Antifosfolípide, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatoide, Diabetes Mellitus Tipo 1 e Tireoidite de Hashimoto precisam acompanhar sua saúde reprodutiva de forma atenta. Essas doenças podem afetar a reserva ovariana, mas também a saúde da mulher e do bebê durante a gravidez.

Qual o impacto da idade na qualidade dos óvulos e na fertilidade feminina?

À medida que a mulher envelhece, tanto a quantidade quanto a qualidade dos óvulos diminuem, o que afeta diretamente suas chances de engravidar. Mesmo com todos os óvulos presentes desde o nascimento, essa reserva vai caindo com o tempo, e os óvulos que permanecem tendem a apresentar mais alterações genéticas com o avanço da idade.

Essa perda de qualidade aumenta o risco de dificuldades para engravidar, falhas nos tratamentos de fertilidade e complicações como aborto espontâneo e anomalias cromossômicas, como a síndrome de Down. Estudos mostram que o risco de aborto é de cerca de 10% entre os 20 e 24 anos, mas sobe para mais de 50% aos 42 anos.

Além da idade, fatores como tabagismo, consumo de álcool e obesidade também afetam a saúde dos óvulos. Embora algumas complicações da gravidez sejam mais comuns após os 40, como placenta prévia e parto cesariano de emergência, outros riscos, como o diabetes gestacional, podem aumentar já a partir dos 30 anos. Por isso, entender o impacto da idade e cuidar da saúde reprodutiva ao longo dos anos é essencial para quem deseja engravidar no futuro.

Segundo o American College of Obstetricians and Gynecologits (ACOG), você tem mais de 35 anos e não conseguiu engravidar após 6 meses de relações sexuais regulares sem uso de anticoncepcional, é recomendável conversar com um ginecologista-obstetra sobre uma avaliação de fertilidade. Para mulheres de menos de 30 anos, vale considerar o período de 1 ano.

Se você tem mais de 40 anos, essa avaliação deve ser feita antes mesmo de tentar engravidar. Essa orientação é ainda mais importante e independe da idade se você já tem alguma condição que possa afetar a fertilidade, como a endometriose.

Como preservar a fertilidade feminina ao longo dos anos?

Muitas vezes, a escolha de viver a maternidade é colocada como oposta ou como um obstáculo para o crescimento profissional e para a independência da mulher. No entanto, o planejamento familiar e a escolha de adiar a maternidade não precisa ser feita apenas por pessoas que lidam com doenças ou outras questões de saúde.

Com os avanços da reprodução assistida, hoje as mulheres contam com alternativas seguras para adiar a maternidade até se sentirem prontas, seja do ponto de vista emocional, profissional ou financeiro.

A idade também afeta a resposta do corpo aos tratamentos de reprodução assistida, como a inseminação artificial (IA) e a fertilização in vitro (FIV), que tendem a ser menos eficazes em mulheres com reserva ovariana reduzida.

Estratégias como congelamento de óvulos, manutenção de hábitos saudáveis e acompanhamento com ginecologistas e especialistas em reprodução humana são formas de preservar as chances de uma gravidez futura, mesmo quando a maternidade é adiada para depois dos 35.

Apesar disso, se a maternidade não for uma prioridade para o futuro próximo da paciente, recomenda-se que esse planejamento seja iniciado a partir dos 30 anos. Assim, uma melhor qualidade dos óvulos é garantida, e o estresse pela pressão do “relógio biológico” é diminuído.

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Como lidar com o diagnóstico de infertilidade feminina por conta da idade?

O diagnóstico de infertilidade ou a demora para gerar uma criança pode ter um impacto negativo no casal, no entanto as consequências psicológicas são prevalentes nas mulheres.

A ideia de que o valor da mulher está diretamente ligado à sua capacidade de engravidar pode gerar uma grande pressão interna, trazendo sentimentos de culpa, baixa autoestima, inseguranças e medos. Esse cenário emocional pode contribuir para o surgimento de transtornos como ansiedade e depressão.

É importante lembrar que os impactos emocionais da infertilidade não afetam apenas as mulheres, os homens também enfrentam desafios nesse processo. Por isso, o acompanhamento psicológico é essencial para ajudar o casal a lidar com as emoções de forma mais saudável e preservar o bem-estar mental ao longo do tratamento.

Na Huntington, desejamos convidar o público a pensar neste assunto com antecedência, de maneira empática e transparente. Agende uma consulta e receba orientações personalizadas para o seu caso.

REFERÊNCIAS

American College of Obstetricians and Gynecologists. Having a baby after age 35: how aging affects fertility and pregnancy. ACOG, [s. d.]. Disponível em: https://www.acog.org/womens-health/faqs/having-a-baby-after-age-35-how-aging-affects-fertility-and-pregnancy. Acesso em: 23 jun. 2025.

HAMMARBERG, Karin. Women are often told their fertility falls off a cliff at 35 – but is that right? The Conversation, 14 nov. 2022. Disponível em: https://theconversation.com/women-are-often-told-their-fertility-falls-off-a-cliff-at-35-but-is-that-right-189978. Acesso em: 23 jun. 2025.

HUNTINGTON. 6 sinais que podem indicar problemas de fertilidade nas mulheres. Blog Huntington, [s. d.]. Disponível em: https://www.huntington.com.br/blog/6-sinais-que-podem-indicar-problemas-de-fertilidade-nas-mulheres/. Acesso em: 23 jun. 2025.

RUGGERI, Amanda. Quando a fertilidade feminina realmente começa a cair? BBC Future, 31 mar. 2024. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/articles/ckvw0y5kg0xo. Acesso em: 23 jun. 2025.

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