Mioma no útero afeta as tentativas de gravidez? Entenda!
Mãos femininas seguram um modelo de útero de papel decorado com flores rosas e vermelhas, simbolizando o cuidado com a saúde uterina e a fertilidade. Ilustra a discussão sobre mioma no útero e a possibilidade de engravidar.

Mioma no útero afeta as tentativas de gravidez? Entenda!

Compartilhe este post

Explore este post com IA:ChatGPT Perplexity Claude Grok (X)

Receber o diagnóstico de mioma no útero pode trazer muitas dúvidas e inseguranças, especialmente para quem sonha em ter filhos. A boa notícia é que, em muitos casos, a gravidez é perfeitamente possível.

O mioma é um tumor benigno, ou seja, não cancerígeno, muito comum em mulheres na idade fértil. No entanto, eles podem ser uma das causas da infertilidade, além de provocar sintomas como dor e problemas urinários.

Estima-se que uma parcela significativa de mulheres possa desenvolvê-los ao longo da vida, mas nem todos os miomas são iguais ou representam um obstáculo para a maternidade. Por isso, o mais importante é entender o seu caso específico com o apoio de uma equipe médica especializada.

O que é exatamente um mioma uterino?

Miomas, também conhecidos como leiomiomas, são nódulos sólidos formados por tecido muscular liso que crescem na parede do útero. Seu desenvolvimento está frequentemente associado aos hormônios femininos, como o estrogênio, o que explica sua maior incidência durante a fase reprodutiva.

É fundamental reforçar que são tumores benignos, com um risco extremamente baixo de se tornarem malignos (câncer). A necessidade de tratamento e o impacto na fertilidade dependem principalmente de três fatores: a quantidade de miomas, o tamanho e, especialmente, a localização no útero.

Quais são os principais sintomas de um mioma no útero?

Muitas mulheres com miomas não apresentam sintomas, e o diagnóstico ocorre durante exames de rotina. No entanto, quando os sintomas aparecem, eles podem variar de acordo com as características dos nódulos. Os mais comuns incluem:

  • Aumento do fluxo menstrual: Sangramento intenso ou por um período mais longo que o habitual.
  • Cólicas menstruais intensas: Dor pélvica que pode se agravar durante o período menstrual.
  • Sensação de pressão no abdômen: Desconforto na região pélvica, na bexiga ou no intestino.
  • Aumento da frequência urinária: Causado pela compressão da bexiga por miomas maiores.
  • Dor durante as relações sexuais: Também conhecida como dispareunia.

Além disso, vale destacar que a ausência de sintomas não elimina a necessidade de acompanhamento médico, principalmente se houver o desejo de engravidar.

Como os miomas podem afetar a fertilidade?

A relação entre mioma no útero e dificuldade para engravidar depende diretamente da localização do nódulo. O útero possui uma cavidade interna, chamada cavidade endometrial, onde o embrião se implanta. Sendo assim, a interferência ocorre quando o mioma afeta essa área.

Estudos indicam que mulheres com miomas uterinos podem, de fato, apresentar maiores taxas de infertilidade, além de um sucesso reduzido na implantação do embrião, mesmo em procedimentos como a fertilização in vitro.

Além disso, é notável que miomas submucosos e intramurais podem diminuir consideravelmente as chances de uma gravidez e o sucesso dos tratamentos de fertilidade, enquanto os subserosos têm impacto mínimo.

Miomas submucosos: a localização mais delicada

Miomas submucosos crescem logo abaixo da camada interna do útero (endométrio) e se projetam para dentro da cavidade uterina. Eles são os que mais frequentemente se associam à infertilidade, pois podem distorcer o formato da cavidade, dificultando a implantação do embrião ou aumentando o risco de aborto espontâneo.

Essa dificuldade pode estar relacionada à maior presença de células inflamatórias, como os macrófagos, nessas regiões, o que pode criar um ambiente menos favorável para a gestação.

Miomas intramurais: o impacto depende do tamanho e localização

Localizados na espessura da parede muscular do útero, os miomas intramurais podem afetar a fertilidade se forem muito grandes. Nesses casos, eles também podem distorcer a cavidade uterina ou alterar o fluxo sanguíneo local, o que poderia prejudicar o desenvolvimento de uma gestação.

De forma similar aos miomas submucosos, a presença de mais células inflamatórias (macrófagos) na área de miomas intramurais também pode ser um fator que dificulta a gravidez.

Miomas subserosos: geralmente não interferem na fertilidade

Os miomas subserosos crescem na parte mais externa do útero, projetando-se para a cavidade abdominal. Porém, por estarem localizados longe da cavidade endometrial, na grande maioria das vezes, eles não interferem na capacidade de engravidar.

Quais os tratamentos para quem tem mioma no útero e deseja engravidar?

É importante ressaltar que o plano de tratamento é sempre individualizado. De acordo com a Dra. Carolina de Andrade Melo e Souza, especialista em reprodução assistida, “o principal objetivo de um tratamento humanizado e individualizado é aumentar as chances de uma gravidez segura e saudável para quem procura pela reprodução assistida”.

Para uma mulher que deseja engravidar, o foco é resolver os sintomas e remover os obstáculos à fertilidade, preservando ao máximo a integridade do útero.

Além disso, é interessante saber que novas terapias-alvo estão em desenvolvimento, buscando reduzir os miomas de forma eficaz, sem interferir na fertilidade ou no equilíbrio hormonal do corpo, oferecendo esperança para o futuro.

  • Acompanhamento clínico: Se os miomas são pequenos, não causam sintomas e não afetam a cavidade uterina, o médico pode optar apenas por observar sua evolução com exames periódicos.
  • Tratamentos medicamentosos: Existem medicamentos que podem ajudar a controlar os sintomas, como o sangramento excessivo, mas geralmente não são uma solução definitiva para quem busca a gravidez, pois muitos deles têm efeito contraceptivo temporário.
  • Miomectomia: Esse é o procedimento cirúrgico para a retirada do mioma, com a preservação do útero. A cirurgia pode ser realizada por diferentes vias (histeroscopia, laparoscopia ou laparotomia), dependendo da localização e do tamanho do nódulo. É a opção mais indicada quando o nódulo está comprovadamente dificultando a gestação.

Para quem busca superar as dificuldades para engravidar, o vídeo a seguir oferece orientações importantes.

Estou com dificuldades para engravidar, quais exames devo fazer?

A reprodução assistida pode ser uma alternativa?

Sim, a reprodução assistida, como a Fertilização In Vitro (FIV), pode ser um caminho importante. No entanto, é importante considerar que, mesmo nesse tipo de tratamento, mulheres com miomas podem enfrentar um menor sucesso na implantação do embrião.

Por isso, em alguns casos, a miomectomia é recomendada antes de iniciar o tratamento de FIV para preparar o útero e aumentar as chances de implantação.

Dessa forma, a avaliação de um especialista em reprodução humana é essencial. Isso porque o profissional poderá analisar a estrutura do útero, a localização dos miomas e definir a melhor estratégia, seja indicando a cirurgia prévia ou partindo diretamente para o tratamento de reprodução assistida.

Qual o próximo passo ao receber o diagnóstico de mioma no útero?

Receber o diagnóstico de mioma no útero não significa o fim do seu sonho de construir uma família. Pelo contrário, é o primeiro passo para buscar o conhecimento e o tratamento corretos. Além disso, a maioria das mulheres com miomas consegue engravidar, seja de forma natural ou com auxílio médico.

De qualquer forma, o caminho mais seguro é conversar abertamente com um especialista em fertilidade. Por isso, a Dra. Claudia Gomes Padilla reforça a importância do acolhimento nessa etapa:

“Quando envolvemos diversas especialidades médicas no tratamento de fertilidade, os pacientes sentem que estão sendo acolhidos como seres humanos, não como produtores de um óvulo ou de um espermatozoide que podem resultar em bons embriões. É o acolhimento ao paciente de forma completa.”, afirma a especialista.

Na Huntington, entendemos que cada jornada é única e oferecemos um atendimento humano e personalizado para avaliar seu caso e encontrar a melhor solução. Agende uma consulta para cuidarmos juntos do seu projeto de vida.

REFERÊNCIAS

KIRSCHEN, G. W. et al. Vascular biology of uterine fibroids: connecting fibroids and vascular disorders. Reproduction (Cambridge, England), Cambridge, p. R21–R35, jul. 2021. DOI: https://doi.org/10.1530/REP-21-0087. Disponível em: https://rep.bioscientifica.com/view/journals/rep/162/1/REP-21-0087.xml. Acesso em: 16 set. 2025.

SEFAH, N. et al. Uterine fibroids — Causes, impact, treatment, and lens to the African perspective. Frontiers in Pharmacology, 10 jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.3389/fphar.2022.1045783. Disponível em: https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fphar.2022.1045783/full. Acesso em: 16 set. 2025.

Uterine artery doppler and pregnancy-associated plasma protein-A in pregnancies with fibroids. Clinics, 13 mar. 2025. DOI: https://doi.org/10.1016/j.clinsp.2025.100615. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S294977432500007X. Acesso em: 16 set. 2025.

YANG, Q. et al. Comprehensive review of uterine fibroids: developmental origin, pathogenesis, and treatment. Endocrine Reviews, nov. 2021. DOI: https://doi.org/10.1210/endrev/bnab039. Disponível em: https://academic.oup.com/edrv/article/42/6/829/6389146. Acesso em: 16 set. 2025.

ZANNOTTI, A. et al. Macrophages and immune responses in uterine fibroids. Cells, Basel, p. 1-13, Apr. 2021. DOI: https://doi.org/10.3390/cells10050982. Disponível em: https://www.mdpi.com/2073-4409/10/5/982. Acesso em: 16 set. 2025.

Autor

Usamos cookies em nosso site para fornecer a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e visitas repetidas. Ao clicar em “Aceitar”, concorda com a utilização de TODOS os cookies.