Ovulação tardia: o que é e como afeta as chances de engravidar?
Mãos seguram um útero e ovários de papel, cercados por espermatozoides rosa, simbolizando a fertilidade e as chances de engravidar, especialmente no contexto da ovulação tardia.

Ovulação tardia: o que é e como afeta as chances de engravidar?

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A ovulação tardia é uma preocupação comum e compreensível para muitas mulheres que sonham com a maternidade. Compreendemos que a jornada para engravidar pode gerar muitas dúvidas e ansiedade, e ter informações claras é o primeiro passo.

De forma simples, a condição ocorre quando a liberação do óvulo pelo ovário acontece após o 21º dia do ciclo menstrual, um marco que pode impactar a regularidade do ciclo e a previsibilidade do período fértil.

Vale destacar que a ovulação é o ponto central do ciclo menstrual e crucial para a fertilidade feminina, sendo a chave para investigar e tratar qualquer dificuldade na liberação do óvulo.

O que é considerado ovulação tardia?

Para entender a ovulação tardia, é fundamental conhecer as fases do ciclo menstrual. Quando é regular dura, em média, 28 dias. A primeira metade, chamada de fase folicular, é quando os folículos ovarianos se desenvolvem. A ovulação marca o fim dessa fase, geralmente por volta do 14º dia, quando o óvulo maduro é liberado.

Para que a ovulação aconteça, o corpo passa por um processo complexo. Um aumento importante de hormônios, conhecido como pico de LH, dá o sinal para que o óvulo seja liberado. Esse mecanismo no ovário, inclusive, tem semelhanças com um processo inflamatório natural.

A segunda metade é a fase lútea, que dura de 12 a 14 dias até a chegada da menstruação. A ovulação é considerada tardia quando acontece de forma consistente após o 21º dia do ciclo. Isso significa que a fase folicular está se estendendo mais do que o usual, o que resulta em ciclos menstruais mais longos, com mais de 35 dias.

Atrasos nesse processo podem impactar diretamente a fertilização e o desenvolvimento do embrião, afetando as chances de uma gravidez bem-sucedida.

Quais são as principais causas da ovulação tardia?

ovulação tardia não é uma doença, mas sim um sintoma que pode estar associado a diferentes fatores, principalmente desequilíbrios hormonais. É importante lembrar que um episódio isolado pode ocorrer por motivos pontuais, mas a recorrência merece investigação.

As causas mais comuns incluem:

  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP): uma das causas mais frequentes de irregularidade menstrual e anovulação (ausência de ovulação);
  • Alterações na tireoide: tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo podem interferir nos hormônios que regulam a ovulação;
  • Hiperprolactinemia: níveis elevados do hormônio prolactina podem inibir a ovulação;
  • Estresse físico ou emocional: situações de alto estresse podem afetar o equilíbrio hormonal e atrasar a liberação do óvulo;
  • Estilo de vida: alterações significativas de peso, excesso de exercícios físicos e dietas muito restritivas podem impactar o ciclo;
  • Amamentação: a produção de prolactina durante a amamentação pode naturalmente suprimir a ovulação nos primeiros meses;
  • Perimenopausa: a transição para a menopausa é marcada por flutuações hormonais que podem levar a ciclos irregulares, podem ser curtos ou mais longos, com ovulações tardias.

Além disso, é importante considerar que, com o avanço da idade, a ovulação pode ser afetada pela rigidez e inflamação dos ovários, o que pode dificultar a liberação do óvulo. Felizmente, estudos indicam que tratamentos para reduzir essa rigidez podem melhorar as chances de engravidar.

Como posso identificar os sinais de ovulação tardia?

Os sinais de ovulação tardia são os mesmos sinais de uma ovulação regular, a única diferença é o momento em que eles aparecem no ciclo.

Contudo, o principal indicador é ter ciclos menstruais longos ou irregulares de forma consistente. Assim, você pode observar os sinais clássicos do período fértil, porém mais tarde do que o esperado. No mais, fique atenta a mudanças que ocorrem nesse período, como o muco cervical, que se torna mais claro e elástico, semelhante à clara de ovo.

Outros métodos, como o uso de testes de ovulação de farmácia ou o acompanhamento da temperatura corporal basal, também podem ajudar a identificar quando a ovulação está ocorrendo.

A ovulação tardia realmente dificulta a gravidez?

Essa é a principal dúvida, e a resposta é: sim, pode dificultar, mas não torna a gravidez impossível. A principal dificuldade imposta pela ovulação tardia está na previsibilidade do período fértil.

Quando o ciclo é irregular, torna-se mais desafiador saber quais são os dias de maior chance para conceber. Isso porque tanto o amadurecimento quanto a liberação do óvulo são etapas cruciais para que a fertilização e o desenvolvimento do embrião ocorram de forma adequada.

Uma condição específica que exemplifica essa dificuldade é a síndrome do folículo não roto (LUF). Nela, o óvulo não é liberado do ovário, mesmo que o corpo tenha feito todos os preparativos. Essa síndrome é uma causa importante de infertilidade, sendo encontrada em até 43% das mulheres, com ciclos irregulares, que buscam ajuda para engravidar.

Além disso, em alguns casos, a causa subjacente da ovulação tardia, como a SOP, pode estar associada a uma qualidade oocitária (dos óvulos) não ideal, o que também pode influenciar as taxas de sucesso. Por isso, a investigação médica é tão importante para entender o cenário completo.

Como é possível engravidar com ovulação tardia e como aumentar as chances?

É possível engravidar, mesmo com ovulação tardia. O ponto central é identificar o período fértil e, se houver causa, tratar esse desequilíbrio. Algumas estratégias podem ajudar nesse processo:

  1. Monitorar a ovulação: utilize métodos como testes de farmácia, avaliação do muco cervical ou acompanhamento da temperatura para identificar com mais precisão sua janela fértil;
  2. Manter um estilo de vida saudável: gerenciar o estresse, ter uma alimentação equilibrada e praticar atividades físicas moderadas pode ajudar a regular os hormônios;
  3. Buscar orientação médica especializada: Esse é o passo mais importante. Um especialista em reprodução humana pode investigar a causa da ovulação tardia e indicar o melhor caminho.

Dependendo do diagnóstico, podem ser recomendados tratamentos que vão desde a indução da ovulação com medicamentos para o coito programado até técnicas de reprodução assistida, como a Inseminação Intrauterina (IIU) ou a Fertilização In Vitro (FIV), que oferecem um controle maior sobre o processo.

Quando devo procurar um especialista em reprodução humana?

Recomenda-se procurar ajuda especializada se você notar que seus ciclos são consistentemente maiores que 35 dias ou muito irregulares (o intervalo entre uma menstruação e outra varia muito). Além disso, se você tem menos de 35 anos e está tentando engravidar há mais de um ano sem sucesso, ou mais de 35 anos e tentando há mais de seis meses, uma avaliação detalhada é fundamental.

Na Huntington, entendemos que cada jornada é única. Por isso, nossa equipe está preparada para responder às suas dúvidas, investigar as causas de qualquer irregularidade e desenhar um plano de tratamento personalizado, sempre com base na ciência, na ética e no cuidado individualizado.

Nosso compromisso é ajudar você a transformar o seu sonho em vidam, então, converse com nossos especialistas!

REFERÊNCIAS

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HUANG, R. et al. Single-cell and spatiotemporal profile of ovulation in the mouse ovary. PLOS Biology, jun. 2025. DOI: https://doi.org/10.1371/journal.pbio.3003193.

MATSUBARA, S. et al. The regulation of oocyte maturation and ovulation in the closest sister group of vertebrates. eLife, [S. l.], [s. p.], [s.d.]. DOI: https://doi.org/10.7554/eLife.49062.

ZANIKER, E. J.; BABAYEV, E.; DUNCAN, F. E. Common mechanisms of physiological and pathological rupture events in biology: novel insights into mammalian ovulation and beyond. Biological reviews of the Cambridge Philosophical Society, maio 2023. DOI: https://doi.org/10.1111/brv.12970.

ZHANG, J. et al. An ovulation system enables the discovery of novel ovulatory pathways and nonhormonal contraceptive candidates. Biology of Reproduction, Jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.1093/biolre/ioad009.

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