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sintomas da endometriose

Principais sintomas da endometriose

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A endometriose é uma doença que atinge cerca de 10% a 15% das brasileiras em idade reprodutiva. Embora seja uma condição amplamente vista na população, ainda falta informação de qualidade e conhecimento difundido de maneira adequada sobre os principais sintomas. Muitas vezes, os sintomas são confundidos com uma manifestação mais intensa de dismenorréia (cólica menstrual). Além disso, a endometriose também pode se manifestar de forma assintomática, dificultando ainda mais o diagnóstico.

Esta doença crônica é caracterizada pelo crescimento anormal do tecido endometrial, que normalmente reveste o interior do útero, em outras regiões do corpo, como ovários, tubas uterinas, intestinos e bexiga. Esse quadro ocorre quando parte do sangue menstrual, ao invés de ser eliminado durante a menstruação, se desloca no sentido oposto, fixando-se em locais inadequados, onde continua a se multiplicar e a sangrar. Essa menstruação retrógrada desencadeia uma reação inflamatória, que pode resultar na formação de aderências e tecidos cicatriciais, como a fibrose.

Como qualquer órgão da cavidade abdominal pode ser afetado, a endometriose pode comprometer regiões como peritônio pélvico, ligamentos uterossacros, intestino grosso, bexiga, apêndice e até vagina. Em casos mais graves, em que há lesões profundas, a cirurgia pode ser necessária.

A principal forma de prevenção é a manutenção de consultas ginecológicas regulares. Justamente por ter sintomas que podem se confundir com outras condições, o diagnóstico costuma ser difícil, este é o melhor caminho para a detecção precoce da doença. Não há cura, mas é possível fazer tratamento para garantir diminuição dos sintomas e melhora na qualidade de vida.

A endometriose é um dos fatores mais comuns para problemas de infertilidade. Estima-se que entre as pacientes, 30% a 50% das mulheres com a doença terão que enfrentar este desafio. Por outro lado, é importante destacar que a endometriose não impede a gravidez.

Considerando a importância de identificar a endometriose da forma correta, conheça as variações da doença e seus principais sintomas aqui no blog da Huntington.

Imagem: Revista Cria

Diagnóstico e principais sintomas da endometriose

É fundamental estar atento aos sinais, tanto a paciente como a sua rede de apoio próxima. A cólica menstrual intensa e recorrente não deve ser encarada como algo natural, assim como a dor no ato sexual. Procure o ginecologista, descreva o que sente e siga todas as orientações. Exames específicos ajudam a confirmar o diagnóstico e, uma vez identificada, a endometriose deve ser tratada o quanto antes para aliviar os sintomas e evitar complicações.

Em geral, após relatar o problema ao ginecologista, ele deve pedir uma ultrassonografia com preparo intestinal ou ressonância magnética pélvica, para confirmar o diagnóstico. Também pode ser feita a dosagem de marcadores hormonais que sugerem a doença.


Segundo o Ministério da Saúde, o objetivo é identificar a localização e a extensão das lesões, a fim de indicar a conduta mais adequada. Em alguns casos, pode ser indicada a cirurgia por videolaparoscopia, um procedimento minimamente invasivo com câmera e instrumentos cirúrgicos introduzidos por pequenas incisões na parede abdominal. Trata-se de técnica tanto para diagnóstico quanto para tratamento de diversas condições na cavidade abdominal, incluindo outras doenças ginecológicas.

Dismenorreia (cólica) intensa no período menstrual

Em entrevista para a Revista Cria, a Dra. Michele Panzan destaca os aspectos genéticos. Nem todas as mulheres que possuem fortes cólicas possuem endometriose, no entanto, se há histórico na família, convém investigar.

Se uma filha de uma mãe que teve a doença começa a sentir cólicas intensas, é possível que seja endometriose. Além da hereditariedade, outros fatores de risco para observar são a obesidade, estresse e o desequilíbrio emocional.

Além de impactar a qualidade de vida, a endometriose pode dificultar a gravidez. No entanto, com acompanhamento médico e o tratamento adequado, é possível prevenir a infertilidade e retomar o bem-estar no dia a dia. Cuidar da saúde reprodutiva é um passo essencial para viver com mais conforto e segurança.

Sangramento vaginal anormal

Segundo a especialista Dr.ª Juraci Ghiaroni, o sangramento vaginal anormal é um dos temas mais importantes da especialidade de ginecologia dentro da tríade sintomática: alterações de sangramento, dor e corrimentos vaginais. Atualmente é chamado de Sangramento Uterino Anormal (SUA), embora já tenha sido denominado Sangramento Uterino Disfuncional ou Hemorragia Uterina Disfuncional.

A endometriose pode alterar o ciclo menstrual, provocando sangramentos mais fortes e fora do período esperado.

Toda mulher que apresenta sangramento vaginal fora do normal deve passar por avaliação médica para identificar a causa da alteração no fluxo, e a comparação deve ser feita com o próprio padrão da mulher, ou seja, se o sangramento está mais intenso do que o habitual para ela.

Um exemplo de condição que pode causar esse aumento no fluxo menstrual é a adenomiose, condição que ocorre quando o tecido endometrial (camada interna do útero) invade a musculatura uterina. O útero fica maior e com formato irregular. O fluxo menstrual costuma ser mais intenso e acompanhado de cólicas fortes.

Dificuldade para engravidar e infertilidade

Nos quadros mais severos, a endometriose pode afetar diretamente a fertilidade da mulher

Dificuldade para engravidar: inflamação crônica e as alterações nos órgãos reprodutivos podem dificultar a concepção.

Outros sintomas

Dor nas relações sexuais ou na região pélvica

A presença de lesões pode causar dor durante o contato íntimo ou desconforto constante na região pélvica.

Infecções intestinais e cistite recorrentes

Quando atinge bexiga ou intestino, a doença favorece infecções frequentes nessas regiões.

Dor e sangramento ao evacuar e urinar

Lesões no intestino ou na bexiga podem provocar dor e até sangramento durante essas funções.

Tratamento da endometriose

Segundo a Dra. Fernanda Rodrigues, o tratamento da endometriose precisa ser personalizado, considerando a fase da vida da paciente, a gravidade do quadro e, principalmente, se há ou não o desejo de engravidar.

Por isso, o contato com um profissional especializado da área faz-se tão necessário. Para avaliar as opções com segurança e clareza, todas as opções serão discutidas. Logo, a conduta adotada para uma adolescente de 14 anos será diferente daquela indicada para uma mulher de 37 anos. Esses mesmos fatores serão levados em consideração para escolha de medicamentos, por exemplo.

O diagnóstico precoce faz toda a diferença. Ele influencia diretamente na escolha da melhor conduta, especialmente quando o objetivo é preservar a fertilidade. Além disso, o tratamento pode variar ao longo do tempo, conforme as necessidades da paciente.

Quando a mulher não está planejando uma gestação, o mais indicado costuma ser o bloqueio da menstruação, que pode se feito com o uso contínuo de anticoncepcionais ou com a inserção intrauterina de DIU medicado com progestagênio. Em alguns casos, pode ser necessário o bloqueio da hipófise, com medicações hormonais. Já quando há o desejo de ter filhos, os tratamentos de Reprodução assistida, principalmente a Fertilização in vitro podem ser indicados; em alguns casos específicos, a recomendação é a laparoscopia, uma cirurgia minimamente invasiva para remover o tecido endometrial da cavidade abdominal.

Revisão de Dra. Gérsia Viana.

Referências
BIBLIOTECA VIRTUAL EM SAÚDE. Endometriose. 2012. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/endometriose/. Acesso em: 27 mai. 2025.

BRASIL. Ministério da Saúde. Endometriose. Gov.br, Saúde de A a Z. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/e/endometriose. Acesso em: 27 mai. 2025.

HUNTINGTON: Medicina Reprodutiva. Cólica ou endometriose? Não demore para descobrir. Revista Cria, São Paulo, ed. 1, p. 10-11, out. 2011. Disponível em: https://www.huntington.com.br/wp-content/uploads/2022/05/Revista-Cria-Ed01.pdf. Acesso em: 27 maio 2025..

INSTITUTO FERNANDES FIGUEIRA – IFF/Fiocruz. Principais questões sobre sangramento vaginal anormal. Portal de Boas Práticas em Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente, 30 nov. 2019. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/atencao-mulher/principais-questoes-sobre-sangramento-vaginal-anormal/. Acesso em: 27 maio 2025.


Sobre check-up de fertilidade ou para aprender mais sobre assuntos relacionados à reprodução humana, leia também a Revista Cria.

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