Qualidade do espermatozoide: o que afeta e como tratar?
Modelos estilizados de espermatozoides brancos em um fundo rosa, simbolizando a qualidade do espermatozoide e a saúde reprodutiva masculina.

Qualidade do espermatozoide: o que afeta e como tratar?

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A qualidade do espermatozoide é um pilar fundamental na jornada para a paternidade. Por isso, sabemos que qualquer dúvida sobre esse tema pode gerar ansiedade e muitas perguntas.

Antes de qualquer coisa, é importante destacar que, embora a genética do homem seja um guia para a formação e qualidade dos espermatozoides, eles também são bastante sensíveis aos fatores do ambiente e do estilo de vida que é adotado.

Portanto, entender o que pode influenciar a saúde dos gametas masculinos é o primeiro passo em um caminho de cuidado, autoconhecimento e planejamento familiar.

O que define a qualidade do espermatozoide?

Quando falamos em qualidade seminal, não nos referimos apenas à quantidade. A análise considera um conjunto de características essenciais para que a fecundação ocorra de forma bem-sucedida.

Geralmente, um especialista avalia principalmente três fatores por meio de um exame chamado espermograma.

  • Concentração: refere-se ao número de espermatozoides por mililitro de sêmen. Uma contagem adequada aumenta as chances de um deles alcançar o óvulo.
  • Motilidade: é a capacidade do espermatozoide de se mover de forma progressiva e direcionada. Afinal, eles precisam “nadar” ativamente pelo sistema reprodutor feminino para encontrar o óvulo.
  • Morfologia: analisa o formato e a estrutura dos espermatozoides. Uma morfologia ideal, com cabeça, peça intermediária e cauda bem formadas, é crucial para a penetração no óvulo.

Além disso, é importante ressaltar que o estresse oxidativo é um fator crucial que pode danificar o espermatozoide. Ele afeta diretamente o DNA, a membrana e a capacidade de movimento (motilidade) dos espermatozoides. No entanto, a inclusão de antioxidantes pode ser uma estratégia eficaz para proteger e preservar sua qualidade.

Felizmente, existem técnicas avançadas de purificação, como a nanopurificação. Elas podem ser usadas para selecionar espermatozoides com um potencial de fertilização muito maior, removendo aqueles que apresentam defeitos e contribuindo para um aumento nas taxas de gravidez.

Quais são os principais fatores que influenciam a qualidade do espermatozoide?

Diversos elementos do dia a dia e da saúde geral do homem podem impactar a produção e a qualidade dos espermatozoides.

“Sendo assim, é válido lembrar que o ciclo de produção de novos espermatozoides (espermatogênese) leva cerca de 70 dias, então mudanças positivas de hábitos hoje podem refletir em resultados melhores no futuro”, afirma a Dra. Luciana Potiguara.

Estilo de vida e hábitos diários

O que fazemos diariamente tem um impacto direto na nossa saúde reprodutiva. Alguns dos hábitos mais relevantes incluem:

Alimentação e peso

Dietas pobres em nutrientes e ricas em alimentos processados, assim como a obesidade ou o baixo peso, podem alterar o equilíbrio hormonal e prejudicar a produção espermática.

“A nutrição é uma aliada porque a falta ou o excesso de determinados nutrientes podem alterar a fertilidade tanto do homem quanto da mulher. A dieta inadequada prejudica muito. Além, claro, dos altos níveis de obesidade observados no país, um fator que comprovadamente influencia de forma negativa as chances de quem está tentando engravidar”, explica a Dra. Luciana Potiguara, especialista em reprodução assistida.

Álcool e tabagismo

O consumo excessivo de álcool e o fumo estão diretamente associados à redução da concentração, motilidade e à piora da morfologia dos espermatozoides.

De acordo com a Dra. Luciana Potiguara, “o tabaco prejudica diretamente os óvulos e os espermatozoides, devido à presença de substâncias tóxicas como nicotina, monóxido de carbono, formaldeído e benzeno”. Além disso, parar de fumar melhora a qualidade dos espermatozoides, segundo a especialista.

Estresse crônico

Níveis elevados de estresse podem levar a desequilíbrios hormonais que afetam negativamente a espermatogênese.

Sono de qualidade

Um sono inadequado e irregular também pode interferir na produção de hormônios essenciais para a fertilidade.

Fatores ambientais e exposição a toxinas

O ambiente ao redor do homem também desempenha um papel significativo. Portanto, a exposição contínua a certas condições e substâncias pode ser prejudicial para a saúde dos espermatozoides.

Por exemplo, o aumento da temperatura na região dos testículos, causado por banhos muito quentes, saunas ou pelo uso de notebooks no colo por tempo prolongado, pode afetar a produção. Além disso, a exposição a pesticidas, metais pesados e produtos químicos presentes em alguns plásticos (como o bisfenol A) também é apontada por estudos como um fator de risco.

Por fim, contaminantes ambientais específicos, como metais pesados como chumbo e cádmio, também podem prejudicar a qualidade dos espermatozoides, levando a defeitos em sua forma e capacidade de movimento, além de aumentar o estresse oxidativo no corpo.

Condições médicas e de saúde

Certas condições de saúde podem impactar diretamente a fertilidade masculina. A varicocele, que é a dilatação das veias dos testículos, é uma das causas mais comuns de infertilidade masculina tratável.

Infecções no trato reprodutivo, desequilíbrios hormonais, condições genéticas e até mesmo o uso de alguns medicamentos podem alterar a qualidade do espermatozoide. Por isso, uma avaliação médica completa é sempre indispensável.

A idade do homem importa?

Sim, a idade é um fator a ser considerado. Embora os homens produzam espermatozoides ao longo de toda a vida, estudos mostram que a partir dos 40 a 45 anos, a qualidade seminal tende a diminuir gradualmente.

Com isso, pode haver uma redução na motilidade e um aumento na taxa de fragmentação do DNA do espermatozoide, o que pode dificultar a concepção e aumentar os riscos de alterações genéticas.

Como a qualidade do espermatozoide é avaliada?

A principal ferramenta para avaliar a saúde reprodutiva masculina é o espermograma. Trata-se de um exame laboratorial que analisa uma amostra de sêmen para verificar a concentração, a motilidade, a morfologia e outros parâmetros importantes.

É um exame simples e indolor que fornece informações valiosas para o médico especialista. Dependendo do resultado, outros exames mais específicos, como o teste de fragmentação do DNA espermático, podem ser solicitados para um diagnóstico mais aprofundado.

Vale destacar que o manuseio dos espermatozoides em procedimentos laboratoriais pode causar estresse mecânico e químico. Isso pode danificar as mitocôndrias e o DNA, o que compromete sua capacidade de movimento e de fertilização. Por isso, o uso de soluções protetoras durante esses processos é crucial para manter a integridade e a qualidade dos espermatozoides.

É possível melhorar a qualidade do espermatozoide?

Em muitos casos, adotar um estilo de vida mais saudável é o primeiro e mais importante passo para favorecer a produção de espermatozoides de melhor qualidade.

No entanto, lembre-se que o acompanhamento médico é fundamental para orientar as melhores práticas para o seu caso específico.

  1. Adote uma dieta balanceada: priorize alimentos ricos em antioxidantes, como frutas, vegetais, grãos integrais e peixes ricos em ômega-3;
  2. Pratique atividade física regularmente: exercícios moderados ajudam a controlar o peso e a reduzir o estresse, beneficiando a saúde hormonal;
  3. Gerencie o estresse: encontre atividades que ajudem a relaxar, como meditação, ioga ou hobbies que você goste;
  4. Evite o calor excessivo nos testículos: opte por roupas íntimas mais folgadas e evite banhos de imersão muito quentes;
  5. Consulte um médico: a orientação profissional é essencial para tratar condições médicas existentes e avaliar a necessidade de suplementação ou outras intervenções.

Assista ao vídeo a seguir e veja como a qualidade de vida pode influenciar a fertilidade:

Como a qualidade de vida impacta sua fertilidade | Huntington

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REFERÊNCIAS

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