
Sintomas de quem não pode engravidar: 6 sinais para ficar atenta
Entender os sintomas de quem não pode engravidar é uma preocupação válida e o primeiro passo para cuidar da sua saúde reprodutiva. A jornada para realizar o sonho da maternidade pode trazer muitas dúvidas, e reconhecer os sinais que o corpo apresenta é fundamental.
Primeiramente, é importante lembrar que a infertilidade é uma condição de saúde e, como tal, possui diagnóstico e tratamento. Além disso, também é fundamental reconhecer que a jornada da infertilidade pode ser emocionalmente desafiadora.
Estudos mostram que mais de 60% das mulheres podem apresentar sintomas psicológicos, como comportamento impulsivo, independentemente da idade ou do tempo de tentativas. Por isso, buscar apoio desde o início é muito importante para cuidar de você em todas as etapas, reforçando a importância de um acompanhamento completo.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a infertilidade é definida como a ausência de gestação após 12 meses de relações sexuais regulares e sem o uso de métodos contraceptivos. Essa condição afeta milhões de pessoas em todo o mundo, mostrando que você não está sozinha nessa busca por respostas e acolhimento. Saiba mais neste artigo.
O que é infertilidade?
A infertilidade é uma questão de saúde do sistema reprodutivo que impede a concepção de um filho. Ela pode ser classificada como primária, quando nunca houve uma gravidez, ou secundária, quando a dificuldade surge após já ter tido uma ou mais gestações. É uma condição que pode estar relacionada a fatores femininos, masculinos ou a uma combinação de ambos.
Além disso, vale destacar que um diagnóstico de infertilidade não é uma sentença definitiva. Isso porque, com o avanço da medicina reprodutiva, existem diversos tratamentos e caminhos possíveis para ajudar pessoas e casais a realizarem o sonho de construir uma família.
Sendo assim, o passo mais importante é a investigação médica especializada.
Quais os sintomas de quem não pode engravidar?
Não são exatamente sintomas de quem não pode engravidar, mas o corpo feminino frequentemente oferece pistas sobre a saúde reprodutiva. Estar atenta a essas manifestações é crucial, pois elas podem indicar a necessidade de uma avaliação médica mais aprofundada. Abaixo, listamos os sinais que merecem sua atenção.
1. Ciclos menstruais irregulares
A regularidade do ciclo menstrual é um dos principais indicativos de que a ovulação está ocorrendo de forma previsível. Ciclos muito curtos (menos de 21 dias), muito longos (mais de 35 dias) ou a ausência de menstruação podem sinalizar problemas ovulatórios, uma das causas mais comuns de infertilidade.
2. Cólicas muito intensas e dor pélvica
Sentir cólicas durante o período menstrual é comum, mas dores incapacitantes, que não melhoram com analgésicos e atrapalham a rotina, não são normais. Elas podem ser um sintoma de condições como a endometriose ou miomas uterinos, que podem dificultar a gravidez.
De acordo com a Dra. Fernanda Rodrigues, especialista em laparoscopia e histeroscopia, “quando se trata de fertilidade, a endometriose representa um grande desafio. Dependendo do grau de lesão, o comprometimento das tubas uterinas e a diminuição da qualidade dos óvulos podem tornar a gravidez natural mais difícil.”
A médica explica que “a endometriose causa infertilidade de várias formas: há o impacto anatômico, o molecular, que afeta a receptividade endometrial, e o impacto na reserva ovariana, principalmente quando há cistos. E quanto mais grave for a endometriose, maior o impacto na fertilidade.”
3. Dor durante a relação sexual
A dor durante ou após a relação sexual, conhecida como dispareunia, também pode estar associada a problemas ginecológicos. Condições como endometriose, infecções pélvicas ou alterações anatômicas no útero e vagina podem causar esse desconforto e impactar a fertilidade.
4. Alterações hormonais visíveis na pele e nos pelos
Desequilíbrios hormonais podem se manifestar de diversas formas. Por exemplo, o surgimento de acne severa na vida adulta, o crescimento de pelos em locais tipicamente masculinos (rosto, peito) ou a queda acentuada de cabelo podem estar ligados a condições como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), que afeta diretamente a ovulação.
Em mulheres jovens com peso considerado normal e que tiveram puberdade tardia, esses desequilíbrios hormonais podem ser um indicativo de condições como a Síndrome do Ovário Policístico (SOP). Portanto, é essencial investigar esses sinais para um diagnóstico preciso e um tratamento adequado.
5. Sangramento uterino anormal
Qualquer sangramento fora do período menstrual, como escapes constantes entre os ciclos ou um fluxo menstrual excessivamente intenso, deve ser investigado. Esses sinais podem indicar a presença de pólipos, miomas ou outras alterações na cavidade uterina que podem interferir na implantação do embrião.
6. Ausência de menstruação (amenorreia)
A ausência de menstruação por três ou mais ciclos consecutivos, sem que haja gravidez, é chamada de amenorreia. Essa condição é um sinal claro de que a ovulação não está ocorrendo e requer investigação médica para identificar causas como estresse excessivo, baixo peso corporal ou distúrbios hormonais.
A infertilidade é uma questão apenas feminina?
Não, de forma alguma. A ideia de que a dificuldade para engravidar é uma responsabilidade exclusiva da mulher é um mito.
As estatísticas mostram que as causas da infertilidade são distribuídas de forma equilibrada entre os parceiros. Estima-se que cerca de 30% dos casos são devidos a fatores femininos, 30% a fatores masculinos, 30% a uma combinação de ambos, e em 10% dos casos a causa é desconhecida.
É um fato que, muitas vezes, a mulher carrega o estigma da infertilidade na sociedade. No entanto, é importante desmistificar essa ideia, pois tanto homens quanto mulheres têm chances iguais de contribuir para a dificuldade de um casal engravidar.
Além disso, os fatores masculinos estão presentes em quase metade dos casos. Por essa razão, a avaliação médica precoce de ambos os parceiros é essencial para identificar as causas e iniciar o tratamento adequado.
Em outras palavras, a investigação da infertilidade deve sempre envolver o casal. A avaliação da saúde reprodutiva do homem é tão importante quanto a da mulher para um diagnóstico preciso e para a definição do tratamento mais adequado para realizar o sonho da família.
Quando devo procurar um especialista em reprodução humana?
A recomendação sobre o momento certo para buscar ajuda especializada varia principalmente com a idade da mulher, pois a reserva ovariana diminui com o tempo. A orientação geral é:
- Mulheres com menos de 35 anos: Procurar um especialista após 12 meses de tentativas sem sucesso.
- Mulheres entre 35 e 40 anos: A busca por ajuda deve começar após 6 meses de tentativas.
- Mulheres com mais de 40 anos: A avaliação é recomendada assim que decidirem engravidar.
Além disso, se você ou seu parceiro identificarem algum dos sinais mencionados ou tiverem histórico de doenças que afetam a fertilidade, a consulta com um especialista deve ser antecipada, independentemente do tempo de tentativas.
Como é feita a investigação da infertilidade?
O primeiro passo é uma consulta detalhada com um médico especialista em reprodução humana. Nessa conversa, o profissional irá avaliar o histórico de saúde do casal, os hábitos de vida e o tempo de tentativas. Em seguida, são solicitados exames para investigar as possíveis causas.
Descubra no vídeo a seguir quais são os exames essenciais na investigação da infertilidade.
Para a mulher, a investigação geralmente inclui dosagens hormonais para avaliar a função ovariana e exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal, para analisar o útero e os ovários. Para o homem, o exame inicial mais importante é o espermograma, que avalia a quantidade e a qualidade dos espermatozoides.
Contudo, é importante ressaltar que, mesmo quando os exames básicos de sêmen parecem normais, a infertilidade masculina ainda pode estar presente. Isso ocorre porque nem todas as causas são detectadas pelos testes atuais, tornando a investigação mais aprofundada essencial em alguns casos.
Na Huntington, compreendemos que cada jornada é única. Por isso, nosso compromisso é oferecer um atendimento humano, ético e personalizado, utilizando a excelência da ciência para transformar sonhos em vida.
Se você já identificou algum desses sinais ou simplesmente deseja entender melhor sua saúde reprodutiva, agende uma consulta. Estamos aqui para acolher e orientar você em cada passo!
REFERÊNCIAS
ABDO, N. M. et al. Characterization of fertility clinic attendees in the Abu Dhabi Emirate, United Arab Emirates: A cross-sectional study. International Journal of Environmental Research and Public Health, v. 20, n. 3, art. 1692, jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph20031692. Disponível em: https://www.mdpi.com/1660-4601/20/3/1692. Acesso em: 23 set. 2025.
PANDRUVADA, S. et al. Lack of trusted diagnostic tools for undetermined male infertility. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s10815-020-02037-5. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s10815-020-02037-5. Acesso em: 23 set. 2025.
SHAFIERIZI, S. et al. The prevalence of adjustment disorder and predisposing factors in infertile women. BMC Psychology, maio 2023. DOI: https://doi.org/10.1186/s40359-023-01193-4. Disponível em: https://bmcpsychology.biomedcentral.com/articles/10.1186/s40359-023-01193-4. Acesso em: 23 set. 2025.
TURNER, K. A. et al. Male infertility is a women’s health issue—research and clinical evaluation of male infertility is needed. Cells, abr. 2020. DOI: https://doi.org/10.3390/cells9040990. Disponível em: https://www.mdpi.com/2073-4409/9/4/990. Acesso em: 23 set. 2025.
VIGNOZZI, L.; CIPRIANI, S.; LIPPI, D. Why couple infertility is historically a female‐driven problem? Andrology, jul. 2024. DOI: https://doi.org/10.1111/andr.13716. Disponível em: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/abs/10.1111/andr.13716. Acesso em: 23 set. 2025.