
Tratamento para engravidar: principais formas de reprodução assistida
Iniciar um tratamento para engravidar é uma jornada de esperança, dúvidas e muita coragem. Compreendemos que a decisão de buscar ajuda especializada é um passo significativo, e nosso papel é acolher e guiar você e sua família com o que há de mais avançado na medicina reprodutiva, sempre com um atendimento humano e personalizado.
De acordo com a Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida, “o principal objetivo de um tratamento humanizado e individualizado é aumentar as chances de uma gravidez segura e saudável para quem procura pela reprodução assistida.”
A dificuldade para conceber é uma realidade para muitos casais. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1 em cada 6 pessoas em idade reprodutiva enfrenta algum desafio relacionado à infertilidade. A boa notícia é que a ciência evoluiu, e hoje existem diversas técnicas seguras e eficazes para ajudar a realizar o sonho de ter um filho.
De fato, as tecnologias de reprodução assistida já resultaram no nascimento de mais de 8 milhões de crianças globalmente, demonstrando a eficácia e o alcance desses tratamentos. Conheça os principais e saiba como funciona cada um deles.
Quando procurar um tratamento para engravidar?
A recomendação geral é procurar um especialista em reprodução humana após 12 meses de tentativas regulares sem o uso de métodos contraceptivos. Para mulheres com 35 anos ou mais, esse período cai para 6 meses, pois a reserva de óvulos tende a diminuir com mais intensidade a partir dessa idade.
Além disso, a avaliação médica é indicada já no início das tentativas para pessoas com condições conhecidas que podem afetar a fertilidade, como endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP), alterações nas trompas, baixa contagem de espermatozoides ou histórico de cirurgias nos órgãos reprodutivos.
Quais são os principais tratamentos de reprodução assistida?
A escolha do tratamento ideal depende de um diagnóstico detalhado, que considera a saúde e as particularidades de cada pessoa ou casal. Na Huntington, trabalhamos com as principais técnicas de reprodução assistida, classificadas como de baixa ou alta complexidade.
Coito programado
Considerado um tratamento de baixa complexidade, o coito programado consiste em monitorar o ciclo menstrual da mulher para identificar o momento exato da ovulação. O processo pode envolver o uso de medicamentos para estimular o desenvolvimento dos folículos ovarianos, onde os óvulos amadurecem.
Por meio de exames de ultrassom, acompanhamos o crescimento desses folículos. Assim, quando atingem o tamanho ideal, o casal é orientado a ter relações sexuais no período de maior fertilidade, aumentando as chances de uma concepção natural.
Inseminação intrauterina (IIU)
A inseminação intrauterina, também de baixa complexidade, é um passo além do coito programado. Nela, o sêmen do parceiro ou de um doador é coletado e preparado em laboratório, onde os espermatozoides de melhor qualidade e motilidade são selecionados.
Então, essa amostra concentrada é inserida diretamente na cavidade uterina da mulher durante seu período fértil, que também pode ser estimulado por medicamentos. O objetivo é encurtar o caminho dos espermatozoides até as trompas, facilitando o encontro com o óvulo.
Fertilização in vitro (FIV)
A Fertilização in Vitro (FIV) é o tratamento de alta complexidade mais conhecido e realizado no mundo. Diferente das técnicas anteriores, a fecundação ocorre em laboratório. Portanto, o processo envolve as seguintes etapas:
- Estimulação ovariana: A mulher utiliza medicamentos hormonais para estimular a produção de um número maior de óvulos em um único ciclo.
- Punção folicular: Os óvulos maduros são coletados por meio de um procedimento simples, guiado por ultrassom.
- Fecundação: Em laboratório, os óvulos são unidos aos espermatozoides. A fecundação pode ocorrer de forma clássica ou por meio da Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI).
- Cultivo embrionário: Os embriões formados são cultivados em um ambiente controlado por alguns dias, permitindo que se desenvolvam.
- Transferência embrionária: Um ou mais embriões de boa qualidade são transferidos para o útero da mulher, onde se espera que ocorra a implantação.
Confira no vídeo a seguir as diferenças cruciais entre FIV e Inseminação Artificial para guiar a sua decisão.
O que é a fertilização in vitro com ICSI?
A Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides (ICSI) é uma técnica avançada utilizada durante a FIV. Ela é especialmente indicada para casos de infertilidade masculina severa, falhas em ciclos anteriores de FIV ou quando há um número reduzido de óvulos.
No procedimento de ICSI, um único espermatozoide, selecionado por sua qualidade, é injetado diretamente dentro de cada óvulo maduro com o auxílio de um microscópio de alta resolução. Essa técnica maximiza as chances de fertilização.
Existem outras opções de tratamento para realizar o sonho da parentalidade?
Sim. A medicina reprodutiva oferece caminhos diversos para a construção de famílias. Na Huntington, acolhemos todos os projetos de vida com ética e sensibilidade, oferecendo alternativas quando os tratamentos convencionais não são viáveis.
Doação de óvulos (ovodoação)
A ovodoação é uma alternativa para mulheres com baixa reserva ovariana, idade avançada, falência ovariana precoce ou doenças genéticas. O tratamento utiliza óvulos doados de uma doadora anônima, que são fertilizados com o sêmen do parceiro ou de um doador para formar os embriões.
Como é definido o melhor tratamento para cada caso?
Não existe uma fórmula única para o sucesso. Portanto, o melhor tratamento para engravidar é aquele que responde às necessidades individuais de cada paciente. A jornada começa com uma consulta detalhada e uma investigação completa da saúde do casal ou da pessoa que deseja engravidar.
A Dra. Claudia Gomes Padilla reforça essa visão ao afirmar que “a medicina integrativa é olhar o ser humano como um todo, o orgânico e o mental. E há também a importância de individualizar cada vez mais o tratamento, ver exatamente o que cada paciente precisa para ter o melhor resultado possível. Para isso, precisamos de uma equipe multidisciplinar.”
Sendo assim, exames de sangue, análises hormonais, espermograma e exames de imagem, como a ultrassonografia, são fundamentais para um diagnóstico preciso. Com base nesses resultados, nossa equipe médica multidisciplinar discute as opções, explicando os prós e contras de cada caminho, para tomar uma decisão em conjunto.
Além disso, vale ressaltar que, em alguns casos de infertilidade feminina, o tratamento de reprodução assistida pode aumentar o risco de parto prematuro, o que reforça a necessidade de um acompanhamento médico especializado e contínuo durante toda a gestação.
Qual o primeiro passo para iniciar a jornada na Huntington?
O primeiro passo é agendar uma conversa com um de nossos especialistas. Sabemos que esse caminho pode gerar ansiedade e muitas perguntas, por isso, nosso compromisso é oferecer um ambiente seguro, acolhedor e transparente, onde você se sinta à vontade para compartilhar seus sonhos e receios.
Nossa equipe está preparada para esclarecer cada etapa, alinhando expectativas e oferecendo o suporte necessário para que sua jornada seja a mais tranquila e positiva possível. Na Huntington, unimos ciência de ponta e cuidado humano para fazer dos sonhos a vida!
REFERÊNCIAS
CUI, L. et al. Assessment of cardiovascular health of children ages 6 to 10 years conceived by assisted reproductive technology. JAMA Network Open, nov. 2021. DOI: https://doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2021.32602. Disponível em: https://jamanetwork.com/journals/jamanetworkopen/fullarticle/2786016. Acesso em: 23 set. 2025.
LI, N. et al. The impact of moderately high preconception thyrotropin levels on ovarian reserve among euthyroid infertile women undergoing assisted reproductive technology. Thyroid, jul. 2022. DOI: https://doi.org/10.1089/thy.2021.0534. Disponível em: https://www.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/thy.2021.0534. Acesso em: 23 set. 2025.
ORVIETO, R. et al. Optimising follicular development, pituitary suppression, triggering and luteal phase support during assisted reproductive technology: a Delphi consensus. Frontiers in Endocrinology, maio 2021. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2021.675670. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/endocrinology/articles/10.3389/fendo.2021.675670/full. Acesso em: 23 set. 2025.
ZHANG, B. et al. Associations between paternal obesity and cardiometabolic alterations in offspring via assisted reproductive technology. The Journal of Clinical Endocrinology and Metabolism, fev. 2024. DOI: https://doi.org/10.1210/clinem/dgae096. Disponível em: https://academic.oup.com/jcem/advance-article-abstract/doi/10.1210/clinem/dgae096/7581179. Acesso em: 23 set. 2025.
ZHANG, Y. et al. Assisted reproductive technology treatment, the catalyst to amplify the effect of maternal infertility on preterm birth. Frontiers in Endocrinology, 2 jun. 2022. DOI: https://doi.org/10.3389/fendo.2022.791229. Disponível em: https://www.frontiersin.org/journals/endocrinology/articles/10.3389/fendo.2022.791229/full. Acesso em: 23 set. 2025.