Dia a dia após transferência de embriões: sintomas e cuidados
Mulher em pijama rosa com as mãos no abdômen, representando o autocuidado e a observação de sintomas no dia a dia após transferência de embriões.

Dia a dia após transferência de embriões: sintomas e cuidados essenciais

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O dia a dia após a transferência de embriões é uma das fases mais delicadas e repletas de expectativa na jornada da Fertilização In Vitro (FIV). Entendemos que este período, conhecido como “beta espera”, envolve uma mistura de esperança e ansiedade.

“O principal objetivo de um tratamento humanizado e individualizado é aumentar as chances de uma gravidez segura e saudável para quem procura pela reprodução assistida”, explica a Dra. Beatriz Passaro, especialista em reprodução assistida.

Por isso, preparamos este guia para esclarecer o que acontece no seu corpo e quais cuidados podem trazer mais tranquilidade após a transferência de embriões.

O que acontece com o embrião após a transferência?

Após a transferência, o embrião precisa continuar seu desenvolvimento e se fixar na parede do útero, em um processo chamado nidação ou implantação. Esse é um evento crucial para o início da gravidez.

Geralmente, a nidação ocorre entre 6 e 10 dias após a fertilização do óvulo, dependendo do estágio de desenvolvimento do embrião no momento da transferência.

A Dra. Beatriz Passaro destaca a complexidade desse processo, afirmando que “a maior dificuldade hoje é entender as falhas na implantação do embrião, porque mesmo em condições ideais, ela às vezes não acontece. Talvez esses estudos levem a caminhos que envolvam a melhor sincronia entre embrião e o útero, além de uma análise cada vez mais completa do desenvolvimento e  da qualidade dos embriões.”

Para otimizar esse processo, alguns avanços na medicina reprodutiva são aplicados. Por exemplo, o uso de um líquido especial com alta concentração de ácido hialurônico durante a transferência pode aumentar as chances de um nascimento bem-sucedido e, possivelmente, diminuir o risco de um aborto espontâneo em algumas situações.

Entendendo a diferença entre transferência em D3 e D5

O cronograma dos eventos varia um pouco conforme o dia em que o embrião foi transferido. Um embrião em D3 (terceiro dia de desenvolvimento) ainda precisa evoluir para o estágio de blastocisto dentro do útero antes de se implantar. Já um embrião em D5 (quinto dia), que já é um blastocisto, está mais próximo da fase de implantação.

Contudo, é importante ressaltar que a escolha do dia ideal é personalizada. Além das transferências em D3 e D5, a transferência no quarto dia (estágio de mórula) também é uma opção viável, adaptada às suas necessidades e à avaliação médica.

Estudos indicam que a transferência de embriões no estágio de blastocisto (após 5 ou 6 dias) pode aumentar as chances de gravidez clínica e de nascimento de um bebê, em comparação com a transferência em estágio de clivagem (após 2 ou 3 dias).

Durante o planejamento da transferência, a decisão sobre o número de embriões é crucial. Transferir um único embrião é uma prática que pode diminuir significativamente a chance de uma gravidez múltipla, como gêmeos, em comparação com a transferência de dois embriões, trazendo mais segurança para a gestação.

Como é o dia a dia após a transferência de um embrião D5 (blastocisto)?

Para ilustrar o que pode acontecer no dia a dia após a transferência de embriões, criamos uma linha do tempo aproximada, considerando a transferência de um blastocisto (D5). No entanto, é importante lembrar que cada organismo é único e os prazos são apenas uma referência.

  • Dias 1 e 2: O blastocisto continua a se desenvolver e rompe sua camada externa, um processo conhecido como eclosão (hatching). Após eclodir, ele começa a se fixar na parede uterina;
  • Dias 3 a 5: A implantação se aprofunda e o embrião se aninha cada vez mais no endométrio, estabelecendo uma conexão com os vasos sanguíneos maternos;
  • Dias 6 a 11: Com a implantação completa, o embrião começa a produzir o hormônio gonadotrofina coriônica humana (hCG). É a presença desse hormônio que será detectada no exame de sangue para confirmar a gravidez;
  • A partir do Dia 12: Os níveis de hCG no sangue já costumam ser suficientes para serem detectados pelo exame laboratorial, conhecido como Beta-hCG quantitativo.

Quais são os sintomas mais comuns após a transferência?

A ansiedade pode fazer com que qualquer sinal do corpo seja interpretado, mas é fundamental ter calma. Isso porque muitos sintomas podem ser causados pela medicação hormonal utilizada no tratamento e não necessariamente indicam gravidez.

Além disso, a ausência de sintomas não significa que o tratamento não tenha dado certo.

Os sinais mais relatados incluem:

  • Cólicas leves: semelhantes às cólicas menstruais, podem ocorrer devido ao processo de implantação no útero;
  • Pequeno sangramento: um leve sangramento de escape, rosado ou amarronzado, pode ser o sangramento de nidação;
  • Sensibilidade nos seios: os hormônios, principalmente a progesterona, podem deixar as mamas mais sensíveis e inchadas;
  • Cansaço e sonolência: Também são efeitos comuns dos altos níveis de progesterona;
  • Aumento da frequência urinária: o aumento dos níveis hormonais e do fluxo sanguíneo para a pelve pode causar essa sensação.

Vale reforçar ainda que a única forma de confirmar a gravidez é por meio do exame de sangue Beta-hCG, realizado conforme a orientação da sua equipe médica.

Quais cuidados são recomendados nesse período?

Não existem regras rígidas ou evidências científicas de que um comportamento específico garanta o sucesso, mas algumas recomendações gerais podem promover bem-estar e segurança.

Em todo caso, o mais importante é seguir as orientações do seu médico.

  • Repouso relativo: evite atividades de alto impacto, como corridas e musculação pesada; já caminhadas leves são até benéficas. É importante destacar que o repouso completo, ou seja, ficar de cama, pode na verdade reduzir as chances de uma gravidez bem-sucedida, e por isso não é uma recomendação;
  • Medicação: use todas as medicações prescritas, como a progesterona, nos horários corretos. Elas são essenciais para preparar o útero;
  • Hidratação e alimentação: mantenha uma dieta balanceada e beba bastante água, pois ajuda no bom funcionamento do corpo;
  • Evite calor excessivo: recomenda-se evitar banhos de imersão muito quentes, saunas e banheiras de hidromassagem;
  • Saúde emocional: busque atividades que lhe tragam calma e relaxamento, como ler um livro, ouvir música ou meditar.

Como lidar com a ansiedade durante a beta espera?

A beta espera é, sem dúvida, um dos momentos de maior desafio emocional. Por isso, cuidar da sua saúde mental é tão importante quanto os cuidados físicos. Cerque-se de uma rede de apoio com pessoas de confiança, como seu parceiro, amigos e familiares.

“São tratamentos que podem requerer tentativas. Claro que queremos ter o melhor resultado já na primeira tentativa e o mais rápido possível, mas às vezes é preciso insistir um pouco mais. E se a paciente tem uma boa experiência, ela vai conseguir persistir mais e ter maior chance de sucesso”, explica a Dra. Beatriz.

Além disso, sempre confie na equipe médica que acompanha você. Lembre-se que cada passo dessa jornada envolve o máximo de cuidado e dedicação.

Na Huntington, oferecemos um atendimento humano e acolhedor, compreendendo todas as nuances do seu sonho. Portanto, se tiver qualquer dúvida ou sentir necessidade de conversar, nossa equipe está sempre à disposição para apoiar você. Agende uma conversa com nossos especialistas e vamos caminhar juntos.

Quer mais informações para entender o processo? Assista ao vídeo a seguir e entenda cada etapa da FIV de forma prática:

Passo a passo da FIV: entenda o tratamento | Huntington

REFERÊNCIAS

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HEYMANN, D. et al. Hyaluronic acid in embryo transfer media for assisted reproductive technologies. The Cochrane Database of Systematic Reviews, set. 2020. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD007421.pub4.

KAMATH, M. S. et al. Number of embryos for transfer following in vitro fertilisation or intra‐cytoplasmic sperm injection. The Cochrane Database of Systematic Reviews, Aug. 2020. DOI: https://doi.org/10.1002/14651858.CD003416.pub5.

SUN, Y. et al. Comparison of pregnancy outcomes between 4th day morula and 5th day blastocyst after embryo transfer: a retrospective cohort study. BMC Pregnancy and Childbirth, jul. 2024. DOI: https://doi.org/10.1186/s12884-024-06597-7.

TYLER, B. et al. Interventions to optimize embryo transfer in women undergoing assisted conception: a comprehensive systematic review and meta-analyses. Human Reproduction Update, mar. 2022. DOI: https://doi.org/10.1093/humupd/dmac009.

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