Estou tentando engravidar e não consigo: quando procurar um especialista?
A jornada para realizar o sonho de ter um filho é repleta de expectativas e emoções. Se a frase “estou tentando engravidar e não consigo” tem feito parte dos seus pensamentos, saiba que você não está só. Esse questionamento é comum e o mais importante é saber que existem caminhos e apoio especializado para entender o que pode estar acontecendo.
A infertilidade é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a ausência de gestação após 12 meses de relações sexuais regulares e sem o uso de métodos contraceptivos. Portanto, entender quando é o momento ideal para buscar ajuda é o primeiro passo para iniciar uma investigação cuidadosa e individualizada.
De acordo com a Dra. Claudia Gomes Padilla, especialista em reprodução assistida, “não se pode demorar demais para buscar a ajuda de um especialista em reprodução assistida, quando o casal não consegue engravidar naturalmente.”
Afinal, quando é o momento certo para procurar um especialista?
A recomendação geral sobre quando procurar um especialista em reprodução humana varia, principalmente, de acordo com a idade da mulher, um fator determinante para a qualidade e quantidade dos óvulos.
A Dra. Claudia Gomes Padilla explica que “até essa idade [30 anos], as mulheres apresentam seu pico de fertilidade. A partir desse período, ela começa a declinar gradualmente e se acentua após os 35 anos – e mais ainda depois dos 40.”
De forma mais específica, se você tem menos de 35 anos e não engravidou em 12 meses de tentativas, ou se tem 35 anos ou mais e não conseguiu engravidar em 6 meses, é o momento de buscar um especialista. Especialmente quando já vem pensando “estou tentando engravidar e não consigo”.
Além disso, é fundamental buscar orientação médica imediata se houver alguma condição preexistente, como ciclos menstruais muito irregulares, histórico de endometriose, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou cirurgias pélvicas anteriores.
Quais podem ser as possíveis causas da dificuldade para engravidar?
A dificuldade para conceber pode estar relacionada a diversos fatores, que podem ser femininos, masculinos ou de ambos. Problemas de ovulação e fatores masculinos estão entre as causas mais comuns, e uma avaliação clínica e diagnóstica especializada é essencial antes de iniciar qualquer tratamento.
Também é importante lembrar que a investigação da fertilidade é um caminho percorrido a dois, quando se trata de um casal. Isso porque, em muitos casos, uma combinação de pequenos fatores pode estar envolvida.
Fatores femininos comuns
As causas mais frequentes relacionadas à infertilidade feminina incluem questões ovulatórias, problemas nas trompas ou no útero.
“Várias condições médicas podem afetar a ovulação. As mais comuns são: endometriose, cistos no ovário, câncer, menopausa precoce, doenças da tireoide e doenças autoimunes”, ressalta a Dra. Claudia Gomes Padilla.
Entre as principais condições, podemos citar:
- Idade avançada: a reserva ovariana, ou seja, a quantidade de óvulos, diminui naturalmente com o passar dos anos;
- Síndrome dos ovários policísticos (SOP): um desequilíbrio hormonal que pode causar ciclos irregulares e ausência de ovulação;
- Endometriose: presença do tecido que reveste o útero (endométrio) fora da cavidade uterina, o que pode dificultar a concepção;
- Obstruções nas trompas: impedem o encontro do óvulo com o espermatozoide, muitas vezes causadas por infecções ou cirurgias prévias.
Fatores masculinos a serem considerados
Estima-se que em cerca de 30% a 40% dos casos de infertilidade, as causas são masculinas, reforçando a importância da investigação de ambos os parceiros. A avaliação do homem é, portanto, indispensável. Os principais fatores incluem a baixa produção, a má qualidade ou a dificuldade na locomoção dos espermatozoides (motilidade).
Além disso, é importante ressaltar que, mesmo com exames de sêmen aparentemente normais, aproximadamente 20% dos casos de infertilidade masculina não têm uma causa clara. Isso indica a necessidade de uma investigação ainda mais aprofundada por um especialista para identificar possíveis problemas ocultos.
Fatores relacionados ao estilo de vida
Hábitos e condições de saúde do casal também exercem grande influência no potencial reprodutivo. Fatores como estresse excessivo, tabagismo, consumo de álcool, obesidade ou peso muito baixo e uma dieta desequilibrada podem impactar negativamente a fertilidade de ambos.
E quando não há uma causa aparente?
Em algumas situações, mesmo após uma investigação detalhada, não é possível identificar uma causa clara para a dificuldade de engravidar.
Nesses casos, o diagnóstico é de Infertilidade Sem Causa Aparente (ISCA). É um cenário que pode gerar angústia, mas mesmo sem uma causa definida, existem tratamentos de reprodução assistida que oferecem excelentes chances de sucesso.
O que esperar da primeira consulta com um especialista em reprodução humana?
A primeira consulta é um momento de acolhimento e escuta. Portanto, o médico especialista irá realizar uma conversa detalhada, chamada de anamnese, para compreender o histórico de saúde de ambos, os hábitos de vida e o tempo de tentativas. Esse é um espaço seguro para tirar todas as dúvidas.
Após a conversa inicial, o profissional poderá solicitar alguns exames para iniciar a investigação. Geralmente, incluem análises hormonais e ultrassonografia para a mulher, e o espermograma para o homem. Eles são fundamentais para traçar um panorama da saúde reprodutiva do casal.
Quais são os próximos passos e tratamentos disponíveis?
Com os resultados dos exames em mãos, o especialista poderá indicar o caminho mais adequado. Os tratamentos de reprodução assistida são divididos em baixa e alta complexidade, dependendo do diagnóstico de cada caso.
- Baixa complexidade: Incluem o coito programado e a inseminação intrauterina (IIU);
- Alta complexidade: A Fertilização In Vitro (FIV) é o tratamento mais conhecido e com maiores taxas de sucesso. Em resumo, a fecundação do óvulo pelo espermatozoide ocorre em laboratório, e o embrião formado é transferido para o útero.
Como a Huntington pode te ajudar a fazer dos sonhos a vida?
Sabemos que a jornada para a gravidez pode ser desafiadora, mas você não precisa percorrê-la sem apoio. Na Huntington, unimos excelência médica, tecnologia de ponta e, acima de tudo, um atendimento humano e personalizado para acolher a sua história e os seus sonhos.
Nossa equipe está preparada para realizar uma investigação completa e indicar o tratamento mais adequado para suas necessidades individuais, sempre com ética e dedicação. Afinal, o primeiro passo é buscar a orientação correta.
Agende uma consulta e vamos conversar sobre as possibilidades para construir a sua família!
REFERÊNCIAS
ABDO, N. M. et al. Characterization of fertility clinic attendees in the Abu Dhabi Emirate, United Arab Emirates: a cross-sectional study. International Journal of Environmental Research and Public Health, [s. l.], 17 jan. 2023. DOI: https://doi.org/10.3390/ijerph20031692.
BARATI, E.; NIKZAD, H.; KARIMIAN, M. Oxidative stress and male infertility: current knowledge of pathophysiology and role of antioxidant therapy in disease management. Cellular and Molecular Life Sciences: CMLS, ago. 2019. DOI: https://doi.org/10.1007/s00018-019-03253-8.
BLAKEMORE, J. K. et al. Access to infertility care in a low-resource setting: bridging the gap through resident and fellow education in a New York City public hospital. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, [s. l.], maio. 2020. DOI: https://doi.org/10.1007/s10815-020-01781-y.
MALHOTRA, J.; DEVI, M. G.; PATIL, M. Best practice recommendations for infertility management. Journal of Human Reproductive Sciences, Feb. 2024. DOI: https://doi.org/10.4103/jhrs.JHRS_ISAR_IFS.
PANDRUVADA, S. et al. Lack of trusted diagnostic tools for undetermined male infertility. Journal of Assisted Reproduction and Genetics, jan. 2021. DOI: https://doi.org/10.1007/s10815-020-02037-5.