Anticoncepcionais podem causar infertilidade?

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    Os medicamentos contraceptivos, os chamados anticoncepcionais ou pílulas, não causam infertilidade. Acontece, entretanto, que o remédio pode mascarar algumas doenças que possam causá-la e algumas mulheres só descobrem os sintomas quando suspendem o uso para tentar engravidar.

    Quando uma mulher toma um medicamento anticoncepcional, ele impede que seus folículos ovarianos (local onde se armazenam as células reprodutivas femininas) se desenvolvam e liberem o óvulo. Em outras palavras, inibe momentaneamente a ovulação e, portanto a fertilidade. Esse efeito não é permanente e, pouco tempo após parar de usá-los, muitas vezes inclusive no mês seguinte, a mulher volta a ovular normalmente e estará totalmente apta a ter filhos.

    Por outro lado, os anticoncepcionais podem disfarçar os efeitos mais evidentes de doenças que afetam a fertilidade, como a menopausa precoce, por exemplo. Essa patologia suspende a menstruação e as ovulações de mulheres antes do tempo, com menos de 40 anos, reduzindo as chances de gravidez . Estima-se que de 1% a 3% das mulheres tenham esse distúrbio.

    Quando está em tratamento com um medicamento anticoncepcional, os efeitos da menopausa precoce se tornam praticamente imperceptíveis. Os sintomas somente serão vistos quando a mulher tentar ter um filho. Algumas mulheres ao parar o anticoncepcional percebem ciclos irregulares, que em alguns casos, podem ser reflexo de uma reserva  ovariana já muito diminuída. Esse fator limita as chances de ter um óvulo de boa qualidade e, consequentemente, de engravidar.

    Outras doenças que causam a infertilidade feminina, como a endometriose e a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), também podem ser mascaradas pelo medicamento contraceptivo.  Atingem  mulheres em idade reprodutiva, a primeira é caracterizada por apresentar células endometriais em locais fora do endométrio – camada interna do útero que é renovada mensalmente pela menstruação, provocando inflamação pélvica , dor e por vezes aderências na pelve, já a SOP é um distúrbio hormonal que provoca ausência de ovulação e sintomas de aumento de hormônios masculinos, como aumento de pilificação, pele  oleosa, queda de cabelo e acne.

    Vale destacar que o uso das pílulas anticoncepcionais, mesmo que por muitos anos, não tem uma relação direta com a incapacidade de engravidar. São estas doenças e o tempo de vida da mulher que vão agir nas funções reprodutivas, independente do uso ou não do medicamento.

    A recomendação para mulheres que desejam ter filhos e têm histórico familiar das doenças citadas ou idade avançada é procurar um médico para checar seu potencial reprodutivo. Um especialista pode dizer qual é o limite de idade para engravidar sem muitas dificuldades. Em casos onde já há uma redução considerável de fertilidade, a reprodução assistida pode ser uma opção para engravidar.

    Dr. Maurício Chehin, médico especialista em reprodução assistida do Grupo Huntington.

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